boa leitura,
Sérgio Dorenski
OLIMPÍADAS E EDUCAÇÃO FÍSICA: Reflexões
para além das telas
Sara Bomfim Felisberto
É perceptível nos últimos dias o
aumento das propagandas midiáticas sobre Os Jogos Olímpicos 2016. Este fato nos
convida a pensar sobre a gama de conteúdos curriculares, os quais são abertos a
partir desse evento mundial, para tematização de aulas na Educação Física (EF).
Este acontecimento oportuniza ao professor
dessa disciplina trazer discussões sobre as repercussões do esporte de alto
rendimento e a indústria midiática.
Nas instituições escolares,
principalmente na EF é comum neste ano a presença de projetos sobre os jogos olímpicos,
os quais tratam sobre os aspectos históricos, a união dos povos e raças, as
modalidades esportivas. Porém na maioria das vezes são negadas discussões sobre
a relação midiática e o esporte de alto rendimento. Sobre o modo como a mídia
oculta para o público algumas informações como: os interesses políticos dos
megaeventos, o uso do esporte como mercadoria, o rompimento com os princípios morais
e éticos, como exemplo, o uso do doping, os riscos de saúde os quais os jogadores
são submetidos devido aos treinamentos pesados, o marketing utilizado pelas
grandes empresas para venda de produtos e entre outros.
Enxergarmos no âmbito escolar um
espaço poderoso para despertar nos alunos uma educação para a mídia. Belloni (2005,
p.6) atenta que é competência da educação formar
cidadãos com “apropriação crítica e criativa de todos os recursos técnicos à
disposição desta sociedade”. Sabemos que a cultura midiática apresenta
benefícios significativos, fazendo interligações entre fronteiras e levando
informações a todo o mundo, mas é preciso um cuidado maior sobre o poder que
ela pode exercer sobre nossas vidas, especialmente na influência das ações dos
indivíduos. Thompson (1998, p.24) nomeia isto, como “poder simbólico” que é a
“capacidade de intervir no curso dos acontecimentos, de influenciar as ações
dos outros e produzir eventos por meio da produção e da transmissão de formas
simbólicas”.
Entretanto, acreditamos que a
disciplina de EF que possui um caráter formador na educação básica, deve abrir
espaços em suas aulas para o conteúdo educação para a mídia, particularmente no que tange ao esporte de alto rendimento
e os megaeventos, assim como as olimpíadas. O professor de Educação Física deve
ampliar os olhares dos educandos para além das telas, mostrando as facetas
utilizadas pela mídia que torna o esporte em espetacularização e mercadoria.