domingo, 28 de fevereiro de 2010

António Nóvoa e a profissão docente: sobre as tecnologias...

Em link que copio abaixo, há uma entrevista com o pesquisador português António Nóvoa sobre o exercício da profissão docente. Vale a pena dar uma conferida!Aqui destaco apenas a discussão sobre o "surgimento de uma nova escola" com o advento das novas tecnologias!

Pergunta: Com o advento das novas tecnologias e com a crise dos modelos educacionais, muitos pesquisadores começaram a prever o surgimento de uma nova escola. O senhor está entre aqueles que acreditam em mudanças profundas no modelo tradicional da escola? Ou estamos a aprimorar uma concepção bancária de educação, como diria Paulo Freire?

António Nóvoa: De fato, não tem havido a produção de um novo modelo de escola. As tecnologias são muito importantes e têm contribuído para algumas mudanças no ensino e na aprendizagem. Mas elas, por si só, não alterarão o nosso modelo de escola. Se perdermos o sentido humano da educação, perdemos tudo. Só um ser humano consegue educar outro ser humano. Por isso tenho insistido na importância das dimensões pessoais no exercício da profissão docente. Precisamos de professores interessantes e interessados. Precisamos de inspiradores, e não de repetidores. Pessoas que tenham vida, coisas para dizer, exemplos para dar. Educar é contar uma história, e inscrever cada criança, cada jovem, nessa história. É fazer uma viagem pela cultura, pelo conhecimento, pela criação. Uma viagem, para recorrer a Proust, na qual mais importante do que encontrar novas terras é alcançar novos olhares. É nesse sentido que apreendo, hoje, o contributo tão significativo de Paulo Freire para pensar a educação numa perspectiva crítica e progressista.

Boa leitura!
http://revistaeducacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=12841

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Ditadura direitista da Mídia

Olha aí, pessoal,

Mais um movimento da midia-direitosa-do-capital
contra as tentativas populares de controle social
da comunicação de massa no país.

Resistência!!!!

Abraço. Giovani

Altamiro Borges: Direita midiática conspira em São Paulo

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010.

No dia 1º de março, no Hotel Golden Tulip, na capital paulista, as estrelas da direita midiática estarão reunidas num seminário cinicamente batizado de “1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão”. Não faltarão críticas a Conferência Nacional de Comunicação, sabotada pelos donos da mídia, e às idéias democratizantes do Plano Nacional de Direitos Humanos. O presidente Lula ficará com a sua orelha ardendo. Será rotulado de autoritário, populista e de outros adjetivos. O evento tentará unificar o discurso da mídia hegemônica para a disputa presidencial de 2010.

Os inscritos que desembolsarem R$ 500 poderão ouvir as opiniões de famosos reacionários sobre as “ameaças à democracia no Brasil” e as “restrições à liberdade de expressão”. Marcel Granier, dono da golpista e corrupta RCTV, que teve sua outorga cassada pelo governo venezuelano, fará a palestra de encerramento. A lista de palestristas convidados causa náuseas: o fascistóide Denis Rosenfield, o racista Demétrio Magnoli, o pitbul Reinaldo Azevedo, o bravateiro Arnaldo Jabor, o líder da seita xiita Opus Dei, Alberto Di Franco, além de vários comentaristas da TV Globo.

O sinistro Instituto Millenium

O evento, que tem o apoio da Associação Brasileira de Empresas de Rádio e Televisão (Abert) e da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), é uma iniciativa do sinistro Instituto Millenium. Esta entidade reúne poderosos banqueiros, industriais e barões da mídia e pretende ser um centro de aglutinação dos defensores da “economia de mercado”, como descreve seu sítio. Ela é presidida por Patrícia Carlos Andrade, que foi analista dos bancos Icatu e JPMorgan, e é filha do falecido jornalista Evandro Carlos de Andrade, um dos mentores da Central Globo de Jornalismo.

O instituto não tem nada de neutro ou plural. É controlado pelas corporações empresariais. Entre os mantenedores estão Jorge Gerdau, o barão da siderurgia, Sergio Foguel, da Odebrecht, Pedro Henrique Mariani, do Banco BBM, Salim Mattar, do grupo Localiza, e Marcos Amaro, da TAM. O gestor do fundo patrimonial da Millenium é Armínio Fraga, o ex-presidente do Banco Central na era neoliberal de FHC. Os barões da mídia têm expressiva presença na entidade. Entre os dez principais mantenedores estão João Roberto Marinho, das Organizações Globo, e Roberto Civita, da Abril. Seu conselho editorial é dirigido por Eurípedes Alcântara, diretor de redação da Veja.

A resposta dos movimentos sociais

O repórter Adriano Andrade, num excelente artigo para o jornal Brasil de Fato, demonstrou que o Instituto Millenium representa a nata da direita brasileira. Patrícia Andrade chegou a assinar o “manifesto contra a ditadura esquerdista na mídia”, escrito pelo fascistóide Olavo de Carvalho. A entidade também promove anualmente o risível “dia da liberdade de impostos”. Para o repórter, a Millenium lembra duas instituições que tiveram papel de relevo na preparação do golpe militar de 1964 – o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) e o Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (IPES), ambos financiados pelo governo dos EUA e pelos grupos monopolistas nativos.

O evento de 1º de março bem que mereceria uma resposta organizada dos movimentos sociais, alvo das manipulações constantes da mídia hegemônica. O demonizado MST, as ridicularizadas centrais sindicais, a estigmatizadas entidades estudantis, além das forças opostas a todos os tipos de discriminação, como a de gênero e a racial, poderiam aproveitar este evento conspirativo da direita midiática para protestar contra a “criminalização dos movimentos sociais e pela autêntica liberdade de expressão”. Nada mais democrático do que protestar contra a ditadura da mídia.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Copa e Olimpíada projetam um aumento na procura por curso de Inglês no Pais

Um Olho lá outro cá, é assim que os cursos de Inglês vêem o ano da Copa e da Olimpíada no Brasil. Escolas iniciam ações para atrair alunos.
Ainda faltam mais de quatro anos para a Copa do Mundo no Brasil e sete para as Olimpíadas no Rio de Janeiro, mas as escolas de inglês por todo o país já se preparam para receber mais alunos que pretendem se capacitar para fazer negócios ou oferecer serviços de olho nos eventos esportivos.
Os estabelecimentos particulares já começaram a pré-seleção de funcionários, criaram cursos especiais e alteraram o conteúdo das aulas.
Tudo está sendo preparado e projetado segundo os diretores de marketing das escolas na espectativa de um aumento de 10% a 30% no número de matriculas.
Para conferir essa máteria de uma olhada nessa página: http://www.ccsa.ufpb.br/de/gappe/noticia44.html e confiram as Ações concretas,Parcerias o apoio do governo e do poder Público.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O corpo carnavalesco que não está na mídia

Ontem regressei do carnaval de Salvador. Uma experiência única. Diante de todo o tipo de extravagâncias dionízicas e do domínio das tentações de Baco, os olhares midiáticos do Brasil estavam atentos. Carnaval é sinônimo de festa do corpo - corpos brincantes, sensuais, extravagantes, maqueados, transvestidos, enfim, uma verdadeira hipertrofia do corpóreo. A festa, no entanto, é marcada por peculiaridades. Foi instigantes perceber que todos os trios elétricos devem parar por um bom tempo diante do camarote da Band, ou do ex-ministro Gilberto Gil. Logo pensei, Gil é mesmo uma personalidade carnavalesca. Mais que isso, o seu camarote é uma vitrine para o Brasil. Todas as câmeras das grandes emissoras estão lá. Me perguntei então, por que o corpo carnavalesco que segue o trio por quilômetros a fora deve permanecer tanto tempo "parado" naqueles pontos específicos? Hora, é diante dessas vitrines que os artisitas podem vender seus shows, se apresentar para todo o Brasil e não apenas para o público local. É bem verdade que o corpo folião deve agradecer algumas daquelas paradas, afinal, elas deixam a festa perdurar por mais tempo. Mas por outro lado não é o corpo cansado quem pode apelar para que o trio pare um pouco, nem tampouco os olhares atentos daqueles que assistem da sacada de suas janelas. Para esses, quem sabe, com sorte, o artista acene rapidamente. Mas para mídia, ai sim, há todo o tempo do mundo. E mais, os camarotes midiáticos se instalam no início dos percursos. O corpo que passa ali, é o corpo eletrizado pelos momentos iniciais da folia, mas o corpo arrastado do final, quase nunca é visto. Os corpos massacrados pela massa também não se vê muito na tela, mas lá eles são centenas. Há também um corpo de excluidos, chamados de pipóca (auqueles que vão saltando sem parar do lado de fora das cordas de segurança dos pagantes que acompanham o trio), que participa da festa com muitos rituais de guerra, incitando-a contra aqueles que estão protegidos pelos abadas - um ticket caríssimo que dá o poder de permanecer entre o povo sem ser estar junto ao povo. Esse corpo também não se vê na mídia e são milhares. Esse é o carnaval do Brasil, lindo, alegre e contagiante, ao menos pra quem paga caro por ele. É também a festa mais democrática do mundo, só não vai atrás do trio quem já morreu diz a canção. Realmente, todos estão lá, pobre e ricos, heteros e homosexuais, branco e negros - alguns dentro da segurança das cordas, outros dentro de camarotes, alguns em foco outros não.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

INVICTUS - O filme pra se pensar em esporte, política e sociedade

Em ano de Copa do Mundo de futebol na África do Sul, um filme aparece por aqui pra nos lembrar de certos acontecimentos lá do início da década de 90 naquele país: a tentativa do então presidente eleito Nelson Mandela em superar o regime de apartheid, que dividia negros e brancos - maioria e minoria respectivamente, e os conflitos existentes, de ordem política, econômica, cultural e também, de forma explícita no filme, esportivos, já que o esporte praticado pelos negros era o futebol, enquanto os brancos praticam rugby.

Trata-se do filme intitulado INVICTUS. Dirigido por Clint Eastwood, tendo como principais nomes Morgan Freeman protagonizando Nelson Mandella e Matt Damon no papel do capitão da equipe de rugby.

Penso que é um excelente filme pra se pensar as relações muitas vezes desconsideradas entre esporte e política, e neste caso particularmente, da África do Sul, o quanto se fez (bom) uso desta relação esporte/política, na tentativa de unificar "cores" diferentes que habitavam o mesmo território e assim promover o desenvolvimento sul-africano. O esporte, ou melhor, o rugby, era muito mais que um simples esporte naquele momento: era a chance que os sul-africanos tiveram de se verem e se sentirem "nação".

Pra quem assistiu, também, o filme "Mandela - A Luta pela liberdade", dá a impressão que o filme "Invictus" é a continuação de um grande filme que ainda não terminou, afinal, infelizmente, o racismo é algo latente em todos os lugares...

Fica a dica, afinal, em junho a Copa do Mundo é lá!!! (é o agendamento feito pelo cinema! hehehe)

Ah... mais sobre essa relação entre esporte e política, mas agora no caso brasileiro, a gente encontra nesse link abaixo, uma notícia sobre uma dissertação de mestrado publicada na Revista Filosofia, Ciência e Vida.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Esporte e feminilidade

Hoje, no esporte espetacular da rede globo, uma das matérias de agendamento para a Descida das Escadas de Santos 2010 - evento de Downhill com bicicleta que acontecerá neste domingo, dia 07/01 - esforçou-se por apresentar o universo feminino das atletas participantes. Nada por acaso, afinal, uma das favoritas é a brasileira Luana de Oliveira, campeã da Descida das Escadas de Santos e vencedora do Campeonato Brasileiro, em 2008; campeã da Copa Oxford, no Chile, em 2009; e três vezes primeira colocada na categoria four-cross. A matéria, nada inovadora, versava sobre a vaidade das atletas e do esforço dessas para manterem-se femininas, mesmo sendo praticantes de um esporte aparentemente másculo e radical. Embora a matéria "se esforce" para mostrar a presença feminina no esporte, ao apelar para o tom legislador sobre o que é ser feminina nos dias atuais sugere também que a presença das mulheres no esporte pode ser bem vista desde que essas não percam sua "identidade feminina". Estamos falando de como as questões de gênero e esporte estão entrelaçadas. Afinal, qual o problema em uma garota participar de um esporte radical e, no momento da competição, não se preocupar com a "preservação" de sua beleza? Ou ainda, por que uma atleta que zela pela vaidade numa prova de esporte "masculinizante" é ou deve ser mais valorizada do que aquelas que não se preocupam o com o rímel? A mensagem é enfática, tal qual o dito de Vinícius de Moraes, " as feias que me desculpem, mas beleza é fundamental". Mais um discurso contemporâneo do esporte da mídia. Lembre-se, mulher, se for práticar Downhill, não se esqueça dos equipamentos de segurança e, claro, de um belo tratamento cosmético. Adrenalina? Que nada! Estética é o que interessa, mas não a das suas manobras, evidente, e sim das suas curvas. Fiquem atentos as curvas da Descida das Escadas de Santos desse domingo!