sexta-feira, 27 de março de 2015

Mais um! Mais um! Salve Leandro!

Hoje, seguindo ritual acadêmico, tivemos a apresentação de mais uma dissertação de mestrado de integrante do LaboMidia. O Leandro Bianchini defendeu seu trabalho: Movimento Renovador na Educação Física e Currículo: formação docente e consciência crítica, junto ao PPGEF/UFSC, área de Teoria e Prática na Educação Física.
A banca foi constituída pelos professores Silvia C.Madrid Finck (UEPG), Santiago Pich (CED/UFSC) e Julio Cesar S. Rocha (DEF/UFSC), tendo como suplentes a professora Maria Cecilia Gunther (UFSM) e Francisco Medeiros (DEF/UFSC). Todos eles colaboraram com o trabalho desde a qualificação e, por isso, agradeço-lhes muito, na condição de orientador do Leandro.
Em breve, o estudo estará disponível na pagina do LaboMidia.
É isso, mais um mestre "fresco"! Parabéns, Leandro.

domingo, 8 de março de 2015

Grupo RBS defende: "Contra as drogas, pela legalização da maconha"

Para aqueles que conhecem o viés conservador do Grupo RBS (parceiros da Globo no RS e SC), foi surpreendente a posição assumida em editorial publicado em seus (muitos) veículos de mídia impressa e digital nesse domingo. No bojo de uma (boa) matéria sobre a questão , o grupo assume posição favorável à legalização da maconha no país (http://www.clicrbs.com.br/sites/swf/zh_maconha/editorial.html), dois anos depois de ter criticado o movimento histórico feito no Uruguai, pelo presidente Mujica.
Pelo histórico do grupo, não dá para se precipitar e acreditar em tudo, mas é preciso reconhecer que há nesse posicionamento algo de realista, de coerente, de abertura para as evidências da sociedade contemporânea. Talvez um pouco extemporâneo, porque a principal mazela, que dizima cada vez mais usuários e suas famílias, é o crack.
De todo o modo, romper a visão ideologizada contra a maconha, cuja proibição no Brasil foi mera reprodução da legislação norteamericana da metade do século passado, merece nossa atenção.
Observemos, pois!

quinta-feira, 5 de março de 2015

Sniper Americano!

Com o reinício do ano letivo aqui pelas bandas de Curitiba, na UFPR, voltam também os planos e metas anuais a serem colocados em prática e, de preferência, cumpridos. Este que inicio aqui é um desses que me prometi e vou tentar cumprir. Escrever um breve texto informal refletindo questões sobre os filmes que costumo assistir semanalmente na tela do acanhado cinema da antiga estação ferroviária de Curitiba, hoje Shopping Estação.

Lá vai o primeiro! Espero eu, o primeiro de muitos!

Ontem saí de casa para assistir o tão falado, requisitado e indicado ao Oscar em seis categorias, sendo vencedor em uma (Melhor Edição de Som), Sniper Americano. O filme é uma adaptação cinematográfica baseada na autobiografia, American Sniper: The Autobiography of the Most Lethal Sniper in U.S. Military History, do atirador de elite americano, Chris Kyle.



A produção é mais uma hollywoodiana da Warner Bros com todas as características dos tradicionais filmes de ação e guerra que já se viu nas telas de cinema. O incremento de ser baseado em fatos reais (contados por Chris na sua autobiografia) traz uma carga emocional que prende o espectador de maneira tensa às mais de 2 horas do filme, do mesmo modo que "A hora mais escura", também indicado ao Oscar no ano anterior e que segue a mesma linha desse de 2015.

Entretanto, além de ser um bom filme mesmo sendo mais um chavão hollywoodiano, há três pontos que queria colocar em reflexão para os que já assistiram e aos que ainda vão assistir:

1º - O patriotismo heróico do norte americano: o enredo do filme reproduz de ponta a ponta o tradicional discurso patriótico que permeia os filmes de ação e guerra dos ianques. Ao ver as cenas de terror de 11 de setembro de 2001, Chris Kyle, que até então vivia o sonho de caubói no Texas com o irmão mais novo, é tocado pela tragédia de Nova Iorque e decide, de imediato, se alistar para os fuzileiros navais da marinha. Por ser um bom atirador, criado para caçar animais no Texas, Chris entra para o time de sniper´s e vai para o Iraque lutar contra Bin Laden e a Al Qaeda. Após alguns turnos em guerra, absorvendo o discurso de acabar com o Terror e com aqueles que querem, simplesmente, matar os americanos, sem nem mesmo refletir sobre quais as reais justificativas que os levavam até aquele território que possui outra cultura, outra doutrina religiosa e outras crenças, Kyle passa a ser reconhecido entre os colegas militares e em todo os EUA como A Lenda, por ser responsável por mais de 150 mortes (entre eles, homens, mulheres e crianças), sendo oficialmente condecorado como o atirador mais eficiente da história militar americana. Diante disso, nos perguntemos até onde vai a reprodução desse discurso patriótico dos norte americanos nos seus filmes, apoiando o extermínio de milhares de pessoas no oriente médio há mais de 10 anos? Um discurso político e ideológico de sangue frio, mas que, nas entrelinhas do enredo do filme, demonstra o quão impactante essa prática bélica é para o psicológico e para a reinserção social dos militares combatentes que voltam para o seu país. Coisas que normalmente pouco se fala.

2º - Onde fica o humanismo dessa história?: pela trama do filme, enquanto se preparava no curso dos Seal´s (fuzileiros navais), Kyle conhece uma bela moça que mais a frente virá a ser a sua esposa e mãe dos seus filhos. É Taya Kyle, a coadjuvante do filme que sofre durante as idas e vindas da Lenda pelos quatro turnos, mais de 1000 dias, que ele combateu no território iraquiano. Ela é a responsável por tensionar a frieza sanguinária com o calor humano desprendido de Chris Kyle que ficou pelo meio do caminho na obsessão pela salvação dos colegas combatentes. Os instantes que Taya aparece em cena é sempre para apelar pelos valores da família, como o amor, o afeto, a paternidade, o matrimônio, entre outros, que o sniper abdica sem pensar pelos princípios patrióticos de lutar até o fim. O chamado da sua esposa para retornar ao seu estado humano é colocado a todo momento em contraponto ao pensamento e movimento mecânico de exterminar com os terroristas, apertando, quantas vezes fosse preciso, o gatilho do potente rifle. Nem mesmo o nascimento do seu filho e da sua filha entre um turno e outro de guerra esfriou com os brios do militar. Entretanto, já após a primeira volta para casa, Kyle demonstrava perturbações psicológicas com as marcas e lembranças permanentes que os casos e acasos de guerra tinham lhe deixado, sobretudo, o fato de ter que matar uma mulher e uma criança muçulmanas por serem uma ameaça ao exército americano. Assim, esperemos quando virá a tona a discussão sobre o fator humanitário que circunda tanto aqueles que são atacados, os muçulmanos, como aqueles que atacam, os militares que são mandados para a guerra e voltam mutilados ou afetados psicologicamente?

3º - Onde estão os reais inimigos do terror e da guerra: apesar do filme não ter esse objetivo, o fato é que, assim como no noticiário sobre o assunto, ele nem sequer pondera, em momento algum, quem são os verdadeiros inimigos/culpados e quais os interesses reais pelo terror e pela guerra do Iraque. Quando retrata o sentimento patriótico que toma os combatentes que vão ao oriente médio guerrear, assim como quando problematiza a dimensão humanitária que cerceia os mesmos, o enredo do filme obscurece possíveis ponderações e problematizações acerca dos interesses e dos personagens que compõem essa história da guerra contra o terror no Iraque e em todo o oriente médio. Seria esse um bom momento para incluir questões como essas na trama, pois parece que os atentados e a polêmica insurgente há alguns meses em Paris já foi jogada para debaixo dos tapetes e colocada na pauta secreta de ataque da União Européia e da ONU. No fim, após sobreviver a riscos e tiros nos quatro turnos de combate que enfrentou, Kyle supera os distúrbios psicóticos de ser A Lenda militar americana ajudando veteranos de guerra nos EUA. Porém, após batalhar e matar tantos pelos seus pares de pátria, ele acaba morto tragicamente por um deles em uma das suas saídas solidárias cotidianas. O sniper é velado e enterrado com pompa de herói pelos norte americanos. Destarte, pensemos: quem é o inimigo? O Terror muçulmano ou os próprios pares americanos que o vangloriou como herói por ter exterminado mais de 200 pessoas, segundo números extra oficiais?

São angústias de um estudante de pós-graduação em Educação Física que vem prezando na sua trajetória acadêmica e profissional por princípios humanitários antes de tudo. Podem até não ter sentido algum e serem devaneios ingênuos, mas são esforços de reflexão racional que tentam se desprender do encanto emocional e estético que a sétima arte provoca, principalmente quando expressada dentro da sala escura, sem a interferência dos mediadores tecnológicos que nos assombram a todo instante no dia a dia.

Pronto para o combate, mesmo que um tanto contraditório,

Abraço,

Até o próximo,

Silvan Menezes.

segunda-feira, 2 de março de 2015

NO AR: JORNAL LABOMÍDIA Nº 26

Boa tarde LaboMidiáticos!!!!!

É com muito prazer que anunciamos a mais nova edição do nosso Jornal LaboMídia. Neste número 26 temos algumas reflexões a respeito da situação da formação de professores (a partir de uma fala do professor Sávio Assis na 15ª SEMEF de Alagoinhas/BA) neste contexto de ápice dos eventos esportivos no Brasil e um pequeno relato sobre a oficina que o LaboMídia/UFS fez também na 15ª SEMEF em Alagoinhas/BA. Esta edição ainda traz eventos acadêmicos, além do "Se Liga!" e "De Olho".

Segue o link em que o número 26 está hospedado: http://www.labomidia.ufsc.br/Jornal/info26.pdf

Boa leitura!

Abração!

A40

domingo, 1 de março de 2015

" A história só se repete como farsa..."

Pois é, vendo mensagens e comentários de pessoas esclarecidas e bem informadas, em apoio (?) às manifestações de empresas de transporte e de alguns caminhoneiros autônomos (que isso fique bem claro!), fiquei pensando que a história pode nos ajudar a compreender este momento.
Em 1971, o governo socialista de Salvador Aliende incluiu milhares de chilenos pobres com políticas de redistribuição de renda e benefícios sociais. Como reação, a CIA, a direita conservadora e a mídia golpista do Chile usaram essa mesma estratégia: “compraram” o sindicato dos transportadores, que organizou uma “greve” igual a essa e provocou um grande desabastecimento (combustível, gêneros alimentícios, remédios) no país, causando comoção na classe média recém incorporada ao mercado de consumo. O resultado todos sabemos: com o apoio ingênuo dessa classe média, Pinochet deu o golpe, em 1973; foram 17 anos de ditadura sanguinária e mais de 30 mil mortos pelo regime, em estatísticas oficiais!
Por que faço essa comparação? Por que são justamente os mais de 30 milhões de brasileiros, incorporados à “classe C” e ao consumo nos últimos 12 anos, a maior parte deles eleitores de Dilma, que são o alvo do desabastecimento provocando pelos piquetes dos empresários do setor e caminhoneiros – estranhamente só em estradas federais... ora, se reduzir o preço dos pedágios é uma das reivindicações, por que não param as estradas estaduais paulistas, onde se pagam os maiores pedágios do país? Hein?
Se essa classe C, por conta disso, desacreditar do projeto social do governo e se virar contra ele, o caminho estará aberto para uma mobilização social pró-impeachment (um meio mais civilizado e moderno de “dar um golpe” – embora tenham aqueles que preferem acreditar no meio mais tradicional e ficam clamando pela volta dos militares!).
Como diz o sábio provérbio, cuidado com o que desejas, pode se tornar realidade!


(quem quiser saber mais sobre o golpe no Chile, veja o filme Chove sobre Santiago, está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=V7YIOZ-ZVtc )