quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Rumo a 1 milhão: uma nação chamada Flamengo

Colegas do blog!
Abaixo, mais uma postagem dos alunos/as que cursam a disciplina "EF, esporte e mídia", Lorrany, Crislene e Ítalo, aqui na UFS, neste semestre. Propositalmente, a postagem é feita antes do jogo final...
Boa leitura e aguardamos os comentários e o debate!



Rumo a 1 milhão: uma nação chamada Flamengo
O que você faria com 800,00 reais? Viajaria? Pagaria suas dívidas? Ou faria um investimento? Para muitos a resposta seria uma só... Ir ao Maracanã ver o Mengão ser campeão da Copa do Brasil 2013!
É a partir dessa ideia que a diretoria de marketing do Flamengo encontrou uma saída para incentivar o programa de sócios torcedores do clube. Sabendo da repercussão que o valor do ingresso causaria nas mídias e entre os torcedores, a diretoria aumentou significativamente o valor dos ingressos para os não associados, com o intuito de estimular a associação dos torcedores flamenguistas, tendo em vista que os sócios ganham descontos vantajosos nas compras de ingressos. Não é à toa que o número de sócios aumentou ao longo dos últimos seis meses.
Mas o que a diretoria não esperava era um intervenção do PROCON, que iniciou um processo de investigação contra o Flamengo com a justificativa de que os preços estabelecidos para a final da Copa do Brasil possuem valores abusivos. Para se ter uma ideia, o PROCON exemplifica que o ingresso mais caro para a semifinal da mesma edição da competição custava 280,00 reais enquanto o ingresso mais barato para a final está custando 250 reais. Porém, o que a diretoria do Flamengo vem afirmar é que tal aumento no valor dos ingressos é um reflexo da importância do jogo, afinal de contas, trata-se da FINAL DA COPA DO BRASIL e da necessidade de captação de recursos para serem investidos no clube, visto que muitos espectadores têm direito à meia entrada, além dos sócios torcedores que já possuem descontos nos ingressos. Tal afirmação demonstra as facetas realizadas pelo marketing esportivo a fim de manter cada vez mais o seu clube em destaque, garantir o desenvolvimento financeiro e publicitário da equipe, além de cada vez mais afirmar a ideia de mercadorização e espetacularização do esporte.
Dentro da lógica do capital a qual estamos inseridos diariamente, notamos que o esporte não deixa de ser afetado pelo fenômeno capitalista de mercadorização das “coisas”. O futebol, durante o processo de desenvolvimento econômico mundial, tornou-se uma forte ferramenta de apropriação de recursos, de capital de giro para as empresas que os patrocinam. A exemplo disso, não é por acaso que notamos o crescente número de patrocinadores a fim de ter seus nomes estampados na camisa de uma das maiores torcidas (se não a maior!) do futebol brasileiro que é o Flamengo. O mesmo acontece com os patrocinadores que desejam ter a sua presença garantida, no comercial entre cada tempo de jogo, na telinha da “plim-plim”. Por isso é necessário estarmos atentos a todas as estratégias de marketing que circulam o nosso tão amado futebol, para não caírmos nas armadilhas que a nossa dita “paixão nacional” possa nos criar.
Os torcedores são muitos, e a ambição do clube é maior ainda, e é aproveitando-se de tudo isso que o marketing do mesmo se utiliza da linguagem apelativa para responsabilizar a “nação rubro negra” pela performance da equipe com o seguinte slogan em sua página na internet “Essa é sua chance de ajudar a construir o Flamengo que sempre sonhamos. Compre um plano e ajude o mais querido a contratar os melhores atletas, ajustar suas contas, ganhar títulos e ser do tamanho que você sempre quis”. Mas seriamos nós os responsáveis pelo sucesso ou fracasso do nosso time, ao ajudarmos o clube através da assinatura de um pacote de associado, seja de qual time for, Flamengo, Botafogo, Sergipe, Corinthians, Confiança, não importa qual for o time que torcemos? Ou seriam os próprios clubes que não tornam possível ($) a participação efetiva dos torcedores?

domingo, 24 de novembro de 2013

Da série menos 10 kg em 7 dias: Você precisa mesmo disso?

Colegas que acompanham o blog:
A partir de agora, segue a estratégia dos acadêmicos e acadêmicas que cursam a disciplina "Educação Física, Esporte e Mídia" do Curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal de Sergipe em expandir as discussões para além da sala de aula aqui, virtualmente e extrapolando as fronteiras das paredes universitárias.
O texto abaixo se trata das reflexões dos acadêmicos Rhuan, Maria Beatriz e Samara (do curso de Jornalismo/UFS) e de Camila (do curso de Serviço Social).
Aguardamos os comentários, sintam-se convidados ao debate.


Da série menos 10 kg em 7 dias: Você precisa mesmo disso?

               Ou menos 4 em 5 dias. Três dicas para alcançar barriga negativa! Linda e magra: a dieta que vai mudar a sua vida! Os chás verdes que você precisa tomar agora! Se você possui o mínimo de acesso a meios de comunicação, com certeza já se deparou com pelo menos uma das frases acima. Nas capas de revista, nos programas de televisão ou na infinita internet, o papo ultimamente é quase sempre o mesmo: você, logo a priori, precisa emagrecer. Mas será que precisa mesmo?
               Em tempos de comunicação velocíssima e uma cada vez mais democrática propagação de discursos, o culto a um corpo tido como perfeito nunca esteve tão em alta. A tal ditadura que há muito se fala, não quer saber de liberdade. Não importa se você seja linda com uns quilinhos a mais, venda saúde e se exercite com frequência – se não for igualzinha às capas de revistas e aos artistas da Globo, nada feito. É feio, é out, é ruim. Então trabalhe nisso!
E é tudo muito simples. Pegue qualquer dieta, faça, mude do nada, evite médicos e siga os conselhos que te dão. Como se todo mundo tivesse o mesmo organismo, metabolismo e fosse igualzinho. Só que é isso mesmo: o discurso é feito para que todos sejamos iguais. E claro, aceitos. Para que todos possamos ser felizes, ser maravilhosas “GiselesBundchens”, magérrimas, com filhos, carreiras e maridos belíssimos. Porém, (e sempre existe um porém) não somos todos “Giseles”. E temos que no mínimo começar a entender isso.
               O corpo por si mesmo sempre esteve em debate. E não é de hoje não. A busca incessante pelo "corpo perfeito" vem desde a Grécia Antiga, há cerca de 2.500 anos a.C. Nesta época os gregos primavam por um corpo escultural, esteticamente harmônico, e este corpo era radicalmente idealizado, treinado e exposto. Sim, exposto. Eles construíam seus corpos através de muito esforço e suor, os esculpiam e modelavam em ginásios, então exibi-los era quase que uma recompensa. Toda essa atividade é que acabou formalizando a expressão "Deus grego", empregada até hoje para exemplificar uma pessoa exageradamente bonita.
Já na Idade Média, seios fartos e quadris largos eram o sonho de consumo de qualquer mulher. No século VIII, uma barriguinha maior era sinônimo de culto e adoração: algumas  chegavam (acredite!) a colocar enchimento embaixo da roupa, já que a ideia de ventre saliente era associado à Virgem Maria e sua gravidez imaculada. As gordinhas também eram a preferência durante o Renascimento. Nesta época, as gordurinhas localizadas – hoje inimigas declaradíssimas de toda e qualquer mulher – eram sinônimo de saúde, visto que a “Peste Negra” havia eliminado quase dois terços da população.
               Independente da época, a sociedade e seu discurso homogêneo de beleza sempre levaram as mulheres a almejarem corpos perfeitos, esculturais e quase sempre irreais. Os padrões estéticos se modificaram durante os anos, mas a busca incessante por um corpo esteticamente perfeito e aceito, considerando os padrões impostos, sempre fizeram parte da vida de todo e qualquer ser humano no mundo. Porém, quando a fixação por um corpo escultural foge do convencional e da vaidade aceitável, é preciso abrir o olho.
               Nos últimos anos houve um boom de blogs, perfis no Facebook, Twitter e Instagram, dedicados desde a busca por um corpo perfeito e um ''lifestyle'' tido como saudável. Com esse discurso cada vez mais forte, enraizado e amplamente disseminado pela mídia, alguns indivíduos acabam extrapolando os limites da vaidade e colocam a própria vida em risco, em nome de um ideal que às vezes nem lhe é próprio. É algo que é visto, dito, influenciado, mas muito pouco de fato, sentido. Até agora falamos muito sobre beleza. Entretanto, o que é ser belo? Se a beleza não possui exatamente uma fórmula, pelo quê está se lutando? No quê, no final das contas, queremos nos transformar?
               É uma busca que terminam sendo muito cara, principalmente no quesito psicológico. Doenças como anorexia, bulimia e até mesmo a depressão, considerada o “mal do século”, de uma forma cada vez mais frequente atuam sobre fatores em comum: o peso, o corpo e autoestima. Muitas pessoas, não satisfeitas com sua aparência e consideradas fora do padrão, acabam entrando em um estado complicado de neurose, e até de obsessão, que podem acarretar em consequências sérias, como o suicídio.
               Para os que efetivamente buscam uma mudança corporal, é preciso entender que não existe milagre. E ao se deparar com as famosas soluções drásticas e efetivas, é necessário desconfiar dos resultados que, muitas vezes, chegam a ser fisiologicamente impossíveis. Para se fazer dieta com base em experiências de outras pessoas, por exemplo, é preciso ter em mente que elas têm que ter hábitos e necessidades semelhantes aos seus. Para que essa mudança não prejudique o organismo e seu sucesso não seja apenas momentâneo, há de se adotar um estilo de vida que seja compatível, não só com o que você quer, mas com o que você pode e precisa. Na equação da aparência e da beleza, a saúde tem que começar a vir em primeiro lugar: saúde física não existe sem saúde mental.
               Também há outro fator importante nesta conversa: você. A beleza e seus ideais sempre vão existir. E sempre serão subjetivos, diferentes, e sim, inalcançáveis. Todos somos diferentes, reais, imperfeitos, iguais à moça da padaria e o carteiro. E por que não, mesmo assim, bonitos?

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Midia-Educação e Currículo Escolar

Nossa querida amiga Nilda Jacks dá a dica que faço circular por aqui.

O programa Salto para o Futuro da TV Escola fez uma série dedicada a Mídia-Educação e pode ser vista através do site http://www.tvbrasil.org.br/saltoparaofuturo/ 
O texto em PDF produzido pelo programa pode ser acessado em http://www.tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/15022720_MidiaEducacao.pdf