
“Olha o ângulo! Um show de imagens para você!”
“Esporte Espetacular” – o próprio título do programa já nos possibilita refletir sobre um do temas abordados no texto de Pires (1998), quando o autor relata que o esporte, já mercadorizado, precisa ainda espetacularizar-se, ou seja, criar uma imagem televisiva atraente aos olhos do público e, ao mesmo tempo, “vender o peixe”.
Durante a exibição do programa, pudemos perceber que a palavra “Espetacular” apareceu repetidas vezes, sempre atrelada aos movimentos de jogadas ousadas dos atletas, cenas reexibidas em ângulos diferentes e em câmera lenta, para que o telespectador não perca nenhum detalhe da esplendorosa jogada. Pensamos que é um conjunto de trocas simultâneas: o esporte promove o show, a TV o espetaculariza, o telespectador oferece audiência (na emissora que produz mais espetáculo) e a TV divulga os patrocinadores do esporte nos intervalos comerciais dos campeonatos e até mesmo durante a sua exibição.
Acreditamos que a mídia utiliza diversos meios de prender a atenção do público na tela da TV. O subsídio utilizado pela Globo, percebemos, foi a exibição da cobertura de um campeonato curioso de origem alemã, logo após o término do programa anterior, o “Auto Esporte”. No entanto, por demonstrar algo diferente e curioso, essa reportagem foi colocada em primeira linha para fisgar o mesmo telespectador do “Auto Esporte”. Só então, as apresentadoras surgem na tela, afirmando que programa proporcionará informação e diversão, e com isso, fica implícito que o “petisco” já demonstrado é a prova concreta dessa promessa.
O programa leva o telespectador a diferentes localidades do mundo durante a reportagem: ao falar do sumô faz-se uma pequena viagem ao Japão; à Nova York, com as “férias” de Fabiana Müller; à Rio Quente, com a transmissão da final da Copa Latina de futebol de areia; à Araçatuba quando se fala das meninas do vôlei brasileiro; e assim por diante, passamos pelo mundo afora, através da telinha a nossa frente. Toda essa cobertura “espetacular” em prol da audiência.
Entretanto, poderíamos ficar discutindo por muito tempo sobre os diferentes modos que a TV encontra para adquirir lucro, mas, há outros temas que podem ser refletidos a partir das reportagens do “Esporte Espetacular”, a saber, questões como a esteriotipação do esporte, o torcedor que é acima de tudo consumidor, jovens que dedicam a sua vida ao sonho de ser um grande atleta na área do futebol, a inclusão de jovens obesos e a competição exacerbada por parte dos atletas de alto rendimento. Deste modo, deixaremos essas e outras questões para que o leitor que acompanha o Blog (e possível telespectador que assiste ao Esporte Espetacular) possa pensar a respeito de tudo aquilo que ele está disposto a assistir.
Entretanto, poderíamos ficar discutindo por muito tempo sobre os diferentes modos que a TV encontra para adquirir lucro, mas, há outros temas que podem ser refletidos a partir das reportagens do “Esporte Espetacular”, a saber, questões como a esteriotipação do esporte, o torcedor que é acima de tudo consumidor, jovens que dedicam a sua vida ao sonho de ser um grande atleta na área do futebol, a inclusão de jovens obesos e a competição exacerbada por parte dos atletas de alto rendimento. Deste modo, deixaremos essas e outras questões para que o leitor que acompanha o Blog (e possível telespectador que assiste ao Esporte Espetacular) possa pensar a respeito de tudo aquilo que ele está disposto a assistir.
Contudo, nós, profissionais em EF, devemos nos apropriar de ferramentas pedagógicas para poder usar de forma coerente as mídias e suas problemáticas, e, refletir sobre que é vida real e o que é a vida na TV – como nos aponta Fischer (2003) em seu livro “Televisão e Educação” –visando instigar o senso crítico nos alunos para que eles possam pensar sobre os variados temas apresentados pelos veículos midiáticos.