domingo, 30 de novembro de 2014

Colegas premiados na UFS!

Aproveito o espaço do blog para informar aos nossos colegas que acompanham o blog do Observatório da Mídia Esportiva que o projeto de extensão dos professores da UFS, Fabio Zoboli, Renato Izidoro e Hamilcar Dantas Junior, tendo Josineide Amorim como bolsista, chamado "Corpo e cinema no ensino médio", foi premiado na Semana Acadêmica da UFS, entrando na premiação das Ciências da Saúde.
Tal premiação, mas mais ainda esta ação pedagógica extensionista, mostra o quanto é importante ocupar tais espaços e realizar experiências com mídia no trato das questões e temas da Educação Física! Parabéns a todos os envolvidos no projeto!

terça-feira, 25 de novembro de 2014

POR QUE LIONEL MESSI?

Olá Pessoas, dando continuidade as atividade da Disciplina Ed. Física, Esporte e Mídia desse período, segue abaixo o texto elaborado por Beatrz do Curso de Educação Física. Estamos ansiosos para os pitacos, críticas, sugestões, enfim, do diálogo permanente entre os LaboMidiáticos...boa leitura!

POR QUE LIONEL MESSI?
Beatriz Miranda

A cada quatro anos a FIFA (FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE FUTEBOL) é responsável por organizar um dos maiores eventos esportivos do mundo: Word of Cup, ou, simplesmente, Copa do Mundo de Futebol. Durante a realização do evento os jogadores são avaliados em diversos aspectos e o resultado desta avaliação determinará a escolha dos melhores atletas que serão assim premiados: o primeiro colocado com o troféu “Bola de Ouro”; o segundo colocado com a “Bola de Prata” e o terceiro com a “Bola de Bronze”.
O presente texto tem por objetivo refletir sobre influência da mídia para a escolha do jogador que obteve melhor desempenho. Percebemos, ao analisar a Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil, que os critérios de avaliação utilizados para escolha do melhor jogador não foram condizentes com a atuação e participação dos mesmos, pois foi notório que diversos fatores externos contribuíram para uma premiação, a meu ver injusta, uma vez que aquele que realmente adquiriu o mérito não foi devidamente levado ao pódio e sim, o argentino Lionel Messi.       
No decorrer do campeonato alguns jogadores se destacaram, sendo esses merecedores da “Bola de Ouro” e indicados pela própria FIFA: Arjen Robben (Holanda); James Rodríguez (Colômbia); Thomas Müller (Alemanha); Neymar Júnior (Brasil), e também alguns não selecionados, como o goleiro alemão Manuel Neuer, os holandeses Wesley Sneijder e Robin van Persie, estes exibiram um futebol que se enquadra nos pré- requisitos para ganhar o prêmio máximo.
Na obra “Sociologia Crítica do Esporte” o professor Valter Bracht expõe sobre o surgimento do esporte moderno e sua transformação. Ele explana que no final do séc. XVIII o esporte vai perdendo sua característica lúdica e de lazer se tronando um espetáculo, característica essa do período industrial (capitalismo) em que a competição levou-o, ao alto rendimento. Já naquela época a mídia determinava o que deveria acontecer no esporte, pelo fato de ter tomado esse caminho (processo de mercadorização) como fim, ou seja, o ócio transformou-se em negócio. Já neste período a mídia e o dinheiro influenciavam no esporte e, na atualidade, não seria diferente até porque o mundo está cada dia mais capitalista.
O filme “Um Domingo Qualquer”, aborda a relação entre mídia e esporte, o que faz sustentar minha opinião acerca da influência dos empresários e da mídia sobre as decisões que acontecem no esporte espetáculo. Em uma das primeiras cenas, a dona do time de futebol americano faz uma ligação para a cabine transmissora do telão no estádio exigindo que retirem as cenas da contusão do jogador do seu time. Percebemos então, o poder da mídia/capital no que nos é mostrado, ou seja, aparece somente o que empresários querem. Além disso, há também, explicitamente, o interesse financeiro – patrocínio - nas jogadas e pontuações a exemplo do touchdowm. O enredo deste filme aponta a dicotomia e paradoxo do amor pelo esporte (no imaginário do treinador) e a ganância pelo dinheiro advindo do espetáculo esportivo, pois, o período de glórias, de fazer por amor é subsumido pela força do capital. Nesta relação atropelam-se a ética, a moral, a saúde (jogadores são escalados mesmo correndo risco de morte). Poderíamos pensar que estamos diante de uma ficção cinematográfica e que “qualquer semelhança...,” no entanto, quem não se lembra, aqui mesmo no Brasil, do caso do jogador “Serginho” do São Caetano?
            Então, por que Lionel Messi? Sem desmerecer o fascinante jogador compreendemos que se trata de um astro futebolístico e midiático, patrocinado por grandes marcas do mercado, uma delas a mesma da Copa do Mundo (coincidência não?) o que nos leva a crer, pelo menos nesse mundial, que não foi o melhor futebol escolhido e sim, o que geraria mais dinheiro na mídia e para os empresários.
            Concluo este texto com a fala do Presidente da FIFA Joseph Blatter: “Considero que a decisão foi incorreta. Me surpreendeu quando recebi a escolha do comitê. Me disseram que analisaram só dez jogadores que participavam da final”. Será que ele não sabia? Duvido!!!!

sábado, 15 de novembro de 2014

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Motrivivência indexada ao sistema LILACS

É com muita satisfação que informo termos recebido hoje o relatório de reavaliação do LILACS ao pedido da Motrivivência, com a sua aprovação, agora sem restrições.
Lembrando: em dezembro/2013 havíamos sido aprovados com limitações decorrentes de aperfeiçoamentos que nos eram sugeridos. De lá pra cá, intensificamos os trabalhos que já vinham sendo realizados desde quando decidimos pedir nossa indexação, naquele primeiro momento com o apoio do João Espírito Santo e da Andrea Grants (bibliotecários do Portal de Periódicos da BU/UFSC) e do professor Ari Lazzarotti Filho, nosso amigo sempre consultor.
Nesse segundo momento, foi importante a colaboração da Lucia da Silveira, atual coordenadora do Portal, na revisão das mudanças procedidas.
Além desses apoios, é fundamental destacar o trabalho dedicado e cuidadoso da doutoranda Bianca Poffo, do acadêmico Josimar Lottermann e do professor Rogério Santos Pereira, colegas de editoração da Motrivivência, na produção de novos conteúdos para a nossa pagina no Portal e nas alterações técnicas na revista.
Neste sentido, a eles e a todos que contribuíram para que alcançássemos a pretendida indexação, queremos expressar, Mauricio e eu, nossos melhores e mais sinceros agradecimentos.
Temos convicção que a revista, agora indexada e sob a responsabilidade editorial do LaboMidia, vai continuar trilhando sua trajetória, de já 26 anos, com ainda mais sucesso, servindo ao campo acadêmico e profissional da Educação Física, esporte e lazer no Brasil.
Vida longa à Motrivivência!

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Renato Janine Ribeiro - Perder

Pessoal aqui do blog,
Li esse texto de Renato Janine Ribeiro, no Zero Hora do último domingo, dia 02/11, e compartilho ele com vocês. Penso que é um texto que faz a gente pensar na lógica contemporânea, que vale para nosso cotidiano, mas vale, também, para aqueles que querem se aventurar a tratar, em suas aulas de Educação Física, do esporte e suas consequências e possibilidades, num viés humanista.
Boa leitura e boas reflexões!

02 de novembro de 2014 | N° 17971

RENATO JANINE RIBEIRO

  • Perder

    Não sei se, domingo passado, muitos leitores se sentiram derrotados porque seu candidato perdeu. Afinal, quase metade do Rio Grande do Sul votou em Dilma e três quintos, no governador eleito. Provavelmente a grande maioria ganhou (deveria colocar o verbo entre aspas?) em pelo menos uma das duas votações. Mas a derrota, mesmo numa só, pode ser amarga.

    E é sobre esta experiência da derrota numa eleição, ou da perda de algo ou alguém precioso, que quero falar. Viver é continuamente perder. Mas fomos educados – ou deseducados, nesta sociedade de consumo em que tudo é medido pelas conquistas, e estas pelo prazer que proporcionam – a só querer vencer. Em inglês, um dos piores insultos é chamar você de loser, perdedor. Vivemos a ilusão de uma vida feita só de sucessos.

    Antigamente, o melhor êxito era a honra. Na Roma antiga, uma trajetória de sucesso se chamava corrida das honras, cursus honorum, com um homem assumindo gradualmente os cargos mais importantes da República. Era uma república aristocrática e, além disso, intensamente machista. Mas a ambição de êxito tinha uma salvaguarda: quem compete pode perder. Perder não é desonroso – desde que se dê com honra, isto é, que a pessoa mostre que valoriza mais seu nome, seu renome, do que a própria vida. As culturas antigas tinham um lugar para o herói, aquele que perde com glória.

    Uma grande mudança vem com o mundo do consumo. Seu êxito não é mais medido pelas honras, e sim pelo que você conquista em bens com data de validade. A honra antiga se perpetuava. Uma casa romana tinha as máscaras mortuárias dos antepassados ilustres. Quanto mais máscaras, mais respeitada. Hoje, celebramos o descartável. Meu valor está nos bens efêmeros. Mesmo os bens de consumo duráveis, como uma geladeira ou um carro, mais nobre do que o iogurtinho do pobre, vão durar apenas alguns anos a mais do que este. Só a casa, o imóvel, é duradoura. Todo o restante vale porque morre. E quanto mais rápido eu substituir esses objetos, melhor. Trocar de carro todo ano é símbolo desse sucesso. Quem não o troca é um perdedor na corrida do consumo. Não há lugar honroso para quem não consome.

    Como fica, então, perder? Os romanos e mesmo os guerreiros do século 19, como Napoleão, chamavam de herói quem perdia, desde que corajosamente. Nós, porém, tendemos a depreciar o derrotado. Mas com isso depreciamos a nós mesmos. Porque perdemos o tempo todo. Quando mais não seja, os minutos que se escoam ao longo da vida. Por isso, é tão importante aprender a perder.

    Isso, a respeito da eleição (boa parte dos gaúchos deve ter perdido, pelo menos, uma eleição, no último domingo). Mas também a propósito de Elizabeth Bishop, cuja vida aparece no belo filme Flores Raras, e que escreveu que “a arte de perder não é um mistério”. E que podemos treinar para tanto. Perdendo um dia uma chave, outro dia um livro numa praça, para depois poder suportar a perda de um amor, de uma cidade, de uma eleição – enfim, do que para cada um importe.