terça-feira, 31 de julho de 2012

Em época de Jogos Olímpicos na Record... Monografia apresentada na UFS sobre a primeira experiência da emissora nos Jogos Pan Americanos de Guadalajara em 2011.

Boa noite observadores,

É com muita alegria que venho deixar a notícia, para os colegas do LaboMídia e observadores que acompanham o nosso blog, que o amigo Janderson Paixão apresentou hoje a sua monografia para conclusão da graduação do curso de licenciatura em Educação Física no Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Sergipe.

O trabalho foi orientado pelo companheiro de grupo e coordenador do LaboMídia/UFS, Cristiano Mezzaroba, e teve como título "ESPORTE E MÍDIA: DISCURSOS E REPRESENTAÇÕES PRESENTES NOS JOGOS PAN-AMERICANOS GUADALAJARA 2011”. A banca foi composta pelos professores Hamilcar Silveira Junior do DEF/UFS e pelo professor André Quaranta da SEED/SE. Em época de acompanhamento da cobertura realizada pela Record dos Jogos Olímpicos nada mais sugestivo do que um trabalho que analisa a primeira experiência da emissora com cobertura de mega eventos, os Jogos de Guadalajara que aconteceram em 2011 no México.

É a colaboração de mais um labomidiano que termina o curso e segue na área, pois o amigo Janderson já está concursado e convocado para ser professor na SEED/SE. PARABÉNS Janderson e ao orientador Cristiano Mezzaroba!!

Vida longa aos companheiros de minha querida terra natal, Aracaju/SE e vida longa também ao LaboMídia/UFS.

Parabéns a todos!

Abraços saudosos e gelados direto da fria Ilha da Magia!

E para não perder o costume... continuemos observando, os Jogos estão apenas no seu 4º dia!

sábado, 28 de julho de 2012

ANA PAULA PADRAO - Paga mico e chama Jornal da Record de Jornal da Globo...

Boa tarde observadores,

      Como o camarada Dorenski comentou na última postagem do blog, abro parênteses aqui nas belas postagens do companheiro Rogério, mas não poderíamos deixar passar mais uma gafe em rede nacional da Ana Paula PADRÃO. Ontem, após participar das 3 horas de cobertura da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos (JO) de Londres a editora chefe e âncora do Jornal da Record, Ana Paula PADRÃO parece realmente ainda não ter se acostumado com a atual emissora que trabalha e continua seguindo o PADRÃO de jornalismo que ela fazia parte no seu antigo posto. A apresentadora, ainda claramente entusiasmada e eufórica com a presença no estádio olímpico, passou "batida" no teleprompter e anunciou o jornal que apresentava como "Jornal da Globo", vejam no vídeo.


      Vale pensarmos mais uma vez no representativo poder que a Rede Globo tem na mídia nacional. Estaria a apresentadora Ana Paula PADRÃO tão emocionada e envolvida com a beleza da cerimônia de abertura que acabava de acontecer e nem se deu conta do que estava falando a ponto de retomar a memória do papel que ela exercia há tempos atrás? Ou a Rede Globo é tão pautada nos bastidores da Record como meta de superação e sobreposição comercial que a editora chefe acabou ficando com o nome de um dos principais telejornais da emissora concorrente na ponta da língua?

      Esses Jogos Olímpicos estão mesmo ficando marcados na história da mídia nacional.

      Continuemos atentos e observando!

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Notas sobre a transmissão dos Jogos Olímpicos 2 - Para não agendar, Globo cobre apenas resultados

A Rede Globo pareceu intensificar a posição de não-agendamento dos Jogos Olímpicos de Londres 2012 (JO 2012), ou seja, ela não quer e não vai promover, gerar demanda, fazer publicidade, criar audiência para o evento. Afinal, os jogos são transmitidos pela empresas concorrentes. Ao que tudo indica, a Globo não falará do que está por vir (programação) e sim do que já aconteceu (resultados) – ainda assim brevemente, seguindo a política de restrições do uso de imagens anunciada oficialmente ontem nos seus telejornais e páginas na internet.

Com a nota de esclarecimento sobre a política da emissora durante a cobertura dos JO 2012, a Rede Globo se justifica e tenta manter sua credibilidade afirmando que seguirá os princípios da informação e dos direitos esportivos. Por outro lado, busca abafar a grande repercussão e estranhamento que a ausência das notícias olímpicas estão causando. Tal repercussão está nas redes sociais, como Facebook e Twitter, mas também nas notícias das empresas concorrentes, como a Record e o portal Terra, que possui os direitos de transmissão dos jogos para a internet (a cobertura online será assunto do próximo post). A Record, inclusive, manifestou-se antes e depois da Globo, primeiro explicitando qual seria a sua política de cessão de imagens dos jogos para as demais emissoras e depois se contrapondo a algumas informações da rede carioca.


Tal tendência de silêncio da Rede Globo já estava explícita e foi anunciada aqui no blog pelo professor Giovani Pires: raras vezes a organização do evento e a preparação dos atletas para os JO 2012 foram noticiadas na grade da programação da emissora nos últimos meses. A seleção brasileira de futebol masculino, repleta de atletas com menos de 23 anos, em óbvia preparação para os JO 2012 durante os últimos amistosos transmitidos pela Rede Globo, foi identificada, via de regra, como time base para a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e não como seleção olímpica.

Mas o que mostrou o radicalismo do silêncio foi o fato de que a emissora omitiu a existência das partidas do futebol feminino durante todo o dia de ontem, dentre as quais havia a presença da seleção brasileira. As partidas só saíram da escuridão nos telejornais da noite: Jornal Nacional e Jornal da Globo.

Em tempo: os jogos do futebol masculino começaram esta manhã com diversas partidas. À tarde teremos a primeira partida da seleção brasileira do multimidiático Neymar. A presidente Dilma está em Londres para a abertura dos JO 2012 (e já esteve em reunião com a cúpula da Record, dentre eles Edir Macedo...). Acabo de acompanhar o Globo Esporte de Santa Catarina. Dentre as chamadas do início do programa e do final de cada bloco, nenhuma referência ao JO 2012. Durante o programa esportivo, apenas uma pequena síntese dos acontecidos de ontem (jogo da seleção brasileira feminina de futebol, rivalidade com as americanas, a bandeira da Coreia do Sul colocada por engano no telão da partida da Coreia do Norte). Mas nenhuma referência ao que está acontecendo hoje. No Jornal Hoje desta quinta-feira, os JO 2012 não foram noticiados.

Vai que o telespectador fica sabendo e sintoniza na Record?...

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Notas sobre a transmissão dos Jogos Olímpicos 1 - O semi silêncio da Rede Globo em tempos de notícia mercadoria


“Se para bom entendedor, meia palavra basta", é melhor ficar calado.



Na Rede Globo, emissora considerada a segunda maior rede de TV comercial do mundo, não houve contagem regressiva. A peregrinação da tocha, grande evento propagandístico a circular pelo mundo, foi ignorada neste ciclo olímpico (sim, ela rodou novamente o mundo: até o próximo dia 27 de julho, terá passado pela mão de 8000 pessoas durante 70 dias de percurso).

A dois dias da sua abertura oficial, os Jogos Olímpicos de Londres 2012 (JO 2012) começam hoje, com o início do torneio de futebol feminino e o primeiro jogo da seleção brasileira que tem em Marta, 5 vezes eleita a melhor jogadora do mundo na modalidade, seu principal ícone. Ainda assim, o megaevento esportivo passou despercebido no primeiro telejornal de cobertura nacional da grade diária da Rede Globo, o Bom Dia Brasil.

Um importante foco para análises decorre do fato da Rede Globo ter perdido a disputa pela aquisição dos direitos dos JO 2012 para a rival Rede Record, única emissora aberta de televisão que transmitirá o evento no Brasil. A disputa entre as redes não é nova e envolve, para além dos altos investimentos concentrados sobretudo no tripé esportes, jornalismo e telenovelas, sérias acusações mútuas (1). De um lado, a Record acusa a Globo de práticas que mantém um oligopólio sobre o setor e de relações ilícitas com a CBF e dirigentes de clubes de futebol brasileiros. Do outro, a Globo há tempos denuncia o financiamento da Record via Igreja Universal do Reino de Deus, ação que teria possibilitado a compra dos direitos de transmissão dos JO 2012 por cerca de 60 milhões de reais, dobro do valor de mercado inicialmente previsto para a negociação.

Teremos nas próximas semanas um privilegiado campo para observar, no âmbito da mídia esportiva, como se comportam a produção e veiculação da informação. Diante deste panorama de disputas comerciais que giram em torno de um dos maiores eventos esportivos e, consequentemente, econômicos do mundo, está em pauta a discussão da função pública do jornalismo, sua tão cara – e ao mesmo tempo frágil – relação com a objetividade, a imparcialidade, a relevância social (2).

Ao reagir à perda dos direitos de transmissão dos JO 2012 com um semi silêncio que parece visar diminuir a importância do megaevento nos seus telejornais, a Rede Globo explicita o que há muito já se sabe: para as redes privadas de comunicação, jornalismo não é serviço público, notícia é produto vendível, mercadoria. É seguindo essa mesma lógica que os noticiários esportivos se aproximam cada vez mais de uma formatação espetacularizada. No meio da suposta conexão que deveria existir entre realidade social e realidade midiática, estão escancarados critérios de noticiabilidade que envolvem potenciais de vendas e disputas comerciais. E viva a indústria do entretenimento*.

* No dia em que começam os Jogos Olímpicos de Londres 2012, o destaque esportivo do Bom Dia Brasil foi o Tospericargerja, homem que recebeu o nome exótico em homenagem aos ídolos da Copa do Mundo de Futebol de 1970... 

(1) Sobre as disputas pelos direitos de transmissão entre Globo e Record, ver o texto "Disputa inflaciona mercado de direitos de transmissão", de Valério Cruz Brittos e Anderson David Gomes dos Santos, publicado no site do Observatório da Imprensa.

(2) Sobre a função pública do jornalista, ver o artigo "A função pública do jornalista: da imparcialidade à coesão social", de Mariano Ure, publicado na Revista Estudos em Jornalismo e Mídia.





segunda-feira, 23 de julho de 2012

O ranço do COI e as mídias sociais

Comentário postado no blog do Erich Beting (http://negociosdoesporte.blogosfera.uol.com.br/2012/07/20/o-coi-e-seu-problema-com-as-midias-sociais/) dá conta da "cruzada" que o COI vem desenvolvendo, assim como alguns comites nacionais, para tentar impedir que os atletas comentem em suas redes sociais questões relacionadas aos jogos.
Em situação privilegiada, por estarem literalmente "dentro"do evento, os atletas comentam coisas do seu cotidiano na vila olímpica, mas também tem utilizado a estratégia para resistirem aos esquemas impostos de marketing (por ex., entrevistas programadas pela mídia e patrocinadores) e fazerem também a divulgação dos seus próprios patrocinadores.
Vale a apena acompanhar/observar essa queda-de-braço.

domingo, 15 de julho de 2012

Olimpíadas: o importante é faturar (Laurindo Lalo Leal Filho)

Olá amigos, como estamos as vésperas do início das Olimpíadas de Londres repasso um belo texto de Lalo Leal Filho, com ótima síntese do que há muito o Observatório da Mídia Esportiva vem constatando em diversas pesquisas....boa leitura!

Olimpíadas: o importante é faturar

Os Jogos Olímpicos de Londres terão cobertura exclusiva da Record na TV aberta. Neste ano a euforia com que a Globo cerca eventos desse tipo desapareceu. Em cada Olimpíada (ou Copa do Mundo) éramos bombardeados por informações quase sempre sem nenhuma importância transmitidas em qualquer programa da emissora.

(*) Artigo publicado originalmente na Revista do Brasil, edição de julho de 2012.

Será a primeira vez na história recente da televisão brasileira em que conquistas esportivas internacionais não serão transmitidas pela Globo. Os Jogos Olímpicos de Londres terão cobertura exclusiva da Record na TV aberta, a um custo aproximado de 60 milhões de dólares. Dos quais 22 milhões já foram recuperados com a venda para a Globosat dos direitos de transmissão para a TV paga.
Neste ano a euforia com que a Globo cerca eventos desse tipo desapareceu. Em cada Olimpíada (ou Copa do Mundo) éramos bombardeados por informações quase sempre sem nenhuma importância transmitidas em qualquer programa da emissora.
Nos telejornais e nos auditórios era um desfilar permanente de atletas, dirigentes, torcedores, sem faltar familiares de esportistas comemorando vitórias ou chorando derrotas.
Às vésperas da abertura dos jogos britânicos parece que eles nem existem para a emissora líder. Nos jogos da seleção brasileira de futebol, preparatórios para as Olimpíadas, esse fato não era mencionado. Ficava sendo apenas uma seleção de jovens treinando para um futuro remoto.
Dos títulos importantes conquistados pelo futebol brasileiro no mundo só o de campeões olímpicos ainda não foi alcançado. A seleção de Mano Menezes pode quebrar esse tabu que, se acontecer, não terá a narrá-lo o locutor oficial da Globo. Outro fato inédito.
A exclusividade da Record torna os Jogos Olímpicos deste ano mais discretos no Brasil, o que não é de todo mau. O idealismo do Barão Pierre de Coubertin, fundador dos jogos da era moderna, para quem o importante era competir, desapareceu há muito tempo. Hoje o importante é faturar.

Falando em 1992, numa conferência em Berlim, pouco depois dos Jogos Olímpicos de Barcelona, o sociólogo francês Pierre Bourdieu acusava o Comitê Olímpico Internacional (COI) de ter se transformado “numa grande empresa comercial, dominado por uma pequena camarilha de dirigentes esportivos e de representantes das grandes marcas comerciais (Adidas, Coca-Cola...) que controla a venda dos direitos de transmissão e dos direitos de patrocínio, assim como a escolha das cidades olímpicas”.

Muito antes disso, ainda nos anos 1970 ocorreu a virada mercantil dos jogos. A começar pelo fim da regra que impedia a participação de atletas profissionais. Completada com a dependência cada vez maior da TV. O espanhol Juan Antonio Samaranch, então presidente do COI, deixou isso claro ao dizer que "os esportes que não se adaptarem à televisão estarão fadados ao desaparecimento; da mesma forma, as televisões que não souberem buscar o acesso aos programas esportivos jamais conseguirão sucesso financeiro e de público."

Globo, Record e dezenas de outras emissoras em todo o mundo entenderam o recado. Assim como alguns esportes adaptaram suas regras para atender às exigências da TV. Tudo para facilitar o acesso das mensagens publicitárias às telas e às praças esportivas, mesmo se os produtos anunciados contrariem as boas práticas de uma alimentação saudável, sempre associada a vida dos esportistas.

Para as Olimpíadas de Londres, 42 empresas farão algum tipo de patrocínio relacionado aos Jogos. Entre as principais estão McDonalds e Coca-Cola, criticadas por médicos e ativistas sociais como responsáveis pelo aumento das taxas de obesidade nos Estados Unidos e na própria Inglaterra.

Claro que os campeões olímpicos devem passar longe desse tipo de alimentação, embora sirvam de garotos e garotas propaganda para aqueles produtos. O resultado são milhões de jovens estabelecendo a falsa relação entre as marcas anunciadas e o sucesso esportivo.

Os desdobramentos danosos das Olimpíadas não ficam por aí. As conquistas obtidas por atletas de ponta, exaltadas pela mídia, acabam por desqualificar a importância da prática esportiva moderada, sem exageros físicos, como fator de proteção à saúde.

Eventos esportivos não deixam de ser importantes para a divulgação de diferentes modalidades, desde que livres de imposições comerciais e patriotadas inconseqüentes. Devem ser tratados como momentos eventuais de processos contínuos, onde a prática esportiva é vista como lazer e não como uma disputa de vida ou morte.

Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo e jornalista, é professor de Jornalismo da ECA-USP. É autor, entre outros, de “A TV sob controle – A resposta da sociedade ao poder da televisão” (Summus Editorial). Twitter: @lalolealfilho.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Como nasce uma pesquisa...

Registro de exatos quatro anos atrás, no Aulo´s, em Campinas, intervalo da 60ª R.A/SBPC...
Fala aí, Camarada Dorenski

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Dossiê "Corpo e Educação" - Revista Atos de Pesquisa em Educação (FURB)

Prezados colegas,
é com grande alegria que Fabio Zoboli, Priscilla Figueiredo e eu anunciamos a publicação on-line do dossiê "Corpo e Educação", da Revista Atos de Pesquisa em Educação da FURB - Fundação Universidade Regional de Blumenau/SC.

Confiram no link abaixo:
http://proxy.furb.br/ojs/index.php/atosdepesquisa/issue/current/showToc

No início do próximo ano, sairá o dossiê sobre "Mídia e Educação", aguardemos!

Parabenizamos e agradecemos a Profa. Neide pelo trabalho e pelo empenho com o periódico!

NEGOCIATAS DO ESPORTE: JUSTIÇA SUÍÇA LIBERA DOCUMENTOS QUE PODEM INCRIMINAR TEIXEIRA E HAVELANGE


Há mais ou menos um ano divulguei aqui no blog as denúncias do jornalista da BBC Andrew Jenings, contra Ricardo Teixeira e João Havelange. Nessas Andrew Jenings acusa- os de terem recebidos propinas nas últimas duas décadas de uma empresa Suíça de marketing esportivo de nome ISL. Em troca a ISL recebia contratos lucrativos para a Copa do Mundo FIFA.  Essa empresa ISL foi a falência no ano de 2001, e os “gangsters” da FIFA tem tentado  desesperadamente manter ocultas as investigações realizadas por promotores criminais.
De acordo com o dossiê do caso, dois dirigentes da FIFA (Ricardo Teixeira e João Havelange), receberam  propinas da ISL no final dos anos 90, mas teriam feito um acordo e devolveram parte do dinheiro para garantirem o sigilo de suas identidades. Na Suíça alguns casos criminais costumam ser resolvidos dessa maneira.
Mas nessa quarta-feira (11), depois de inúmeras acusações de jornalistas para que fosse quebrado o sigilo dos malacos, a justiça Suíça concordou que o caso é de interesse público e divulgou os documentos que podem incriminar Ricardo Teixeira e João Havelange. Segundo os documentos, Teixeira teria recebido 12,74 milhões de francos suíços, equivalente a 26,5 milhões de reais na atualidade. Esse dinheiro era  proveniente da empresa SANUD, cujo o Senador Álvaro Dias já teria divulgado acusações no ano de 2001, mas os Ministério Público brasileiro não agiu sobre as mesmas.  Havelange e Teixeira também receberam 5 milhões de francos suíços, equivalente a 10 milhões de Reais, de uma empresa chamada Renford Investments LTD.  Havelange ainda recebeu outro pagamento de 1,5 milhão de francos suiços (R$ 3,1 milhões). Essa transferência irregular ao cartola era conhecida pelo presidente da FIFA, Joseph Blater, segundo o dossiê ISL. A empresa ISL  usava a empresa SANUD  para lavagem de dinheiro, a lavagem acontecia da seguinte maneira: O dinheiro saia da Suiça (ISL) para Liechtenstein (SANUD) e enfim chegava aos dirigentes da FIFA.


Entrevista de Andrew Jennings a Romário sobre o assunto, em 13-08-2011: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/romario-entrevista-jornalista-que-denunciou-ricardo-teixeira

Continuemos observando.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Em tempos de greve...


Olá companheiros, trago para vocês um artigo do professor e filósofo Paulo Ghiraldelli da UFRRJ sobre o atual momento vívido no ensino superior.

Não há nenhum complô do governo Dilma contra as universidades federais. As universidades federais entraram em greve não por uma decisão do governo em diminuir a qualidade do ensino por meio de arrocho salarial.
Ao contrário, elas entraram em greve pela razão de que há uma despreocupação do governo Dilma em tomar cuidado para que as universidades federais não se transformem em grandes colégios.
Pela maneira como o nosso progresso se deu, acabamos por nos acomodar com a seguinte situação: se precisamos de pesquisa de ponta, parece que ficamos satisfeitos com o que faz a USP e a Unicamp, e se o nosso ensino médio público não funciona mais, parece que ficamos mais satisfeitos ainda em transformar toda a rede federal de ensino superior em um bom substituto do ensino médio.
Desse modo, que o Estado de São Paulo arque em manter universidades com o nome de universidades, pois aí as federais poderão, dessa maneira, terem professores melhor pagos que os de ensino médio para fazer melhor o que o ensino médio fazia. Não é que um governo tomou essa decisão. Mas várias decisões de ordens diferentes foram tomadas nos governos FHC, Lula e agora Dilma que colaboraram para que, no frigir dos ovos, esse seja o resultado.
Como resultado, o que está se configurando é exatamente isto: não é necessário que o professor de ensino superior federal tenha o salário que tinha, já que as federais não conseguiram despontar no ranking mundial. Ora, não há razão de termos mais ciência nacional, filosofia feita em casa e tecnologia para nós mesmos se, no cômputo maior, vamos trabalhar com importações, e no miúdo e contingente, podemos trabalhar com a USP e a Unicamp.
Esse pensamento não corre pela cabeça de ninguém individualmente, no entanto, é exatamente isso que aparece como a intenção que poderíamos imputar à política brasileira dos últimos dezoito anos. Ninguém intencionou isso. Mas, o resultado de intenções diversas e, talvez, até contrárias a isso, está levando a essa situação.
O regime de trabalho de dedicação exclusiva do professor universitário deve ser preservado. Não se pode jogar fora a rede universitária federal como rede universitária. Ela não pode e não deve ser uma nova rede de alfabetização hipertardia, como ocorreu com as faculdades particulares criadas no boom do ensino superior gerado pela ditadura militar.
Vivemos o desprestígio do professor universitário, porque já se sente que ele deixará de ser um produtor para ser um reprodutor de conhecimento. É um efeito colateral do tipo de desenvolvimento que estamos tendo.
Um subproduto desse desenvolvimento é a busca de desenvolvimento pessoal de cada brasileiro sem que isso signifique ampliação de cultura. Pode significar conquista de diploma, mas não um salto para se transformar em um indivíduo melhor. Esse sonho do brasileiro de “se fazer pela educação” foi o sonho dos da classe média ou mesmo dos trabalhadores até 1970 ou 1980. Não é mais o que o brasileiro pensa.
A presidente Dilma faria muito se pudesse retardar essa desgraça, até que a sociedade, talvez por sorte, venha a acreditar que vale a pena ter bons professores universitários, e que para tal se deve pagá-los com um salário que, na entrada dos anos noventa, não era um salário ruim. Pois, se a sociedade voltar a pensar assim, então o mecanismo normal do parlamento democrático, suscetível à população, funcionará em favor da universidade.


sábado, 7 de julho de 2012



Estas mãos são da Ginasta Jader Barbosa. Nailene que está fazendo o estudo de recepção - sujeita da pesquisa - me passou. Fiquei horrorizado! Já vi mãos assim no campo, pegando a enxada no trabalho árduo e duro. Não é diferente para estas crianças que são adulteradas muito cedo em nome de um sonho olímpico...o desabafo da atleta era por ser cortada da seleção, mas, gostaria pegar a questão da exploração do trabalho infantil...isso mesmo, por que será que Ministério do Trabalho, o PETI, Criança não sei o quê, pastoral o escambal...não intervem nisso heim? Bem, não precisam me dizer, eu sei a resposta e ainda vou sair por ruim nessa história...vamos observando!



Disciplina ou Atividade? O que é Educação Física?

Um academico portugues de intercambio falou sobre isso na apresentação do seminário do seu grupo, ontem, em Fundamentos Histórico-Pedagógicos da EF. Eis que encontro o assunto hoje, nos destaques do google.
Em Portugal, a partir de 2014, as notas obtidas pelo estudante em Educação Física no ensino médio não contarão mais para a seleção de acesso ao ensino superior (como se sabe, lá não há vestibular, é o curriculo escolar que define).
Isso dá o que pensar. Qual a importância dos conhecimentos da Educação Física para a formação da criança e do jovem? Lembrando o Lino Castellani, "temos o que ensinar"? Ainda: o que ensinamos na escola contribui para o quê?
Sem valer as notas para a constituição do currículo, me atrevo a dizer que, na real, estão desconsiderando a EF como disciplina ou componente curricular, tratando-a como mera atividade (ou prática).  Tal como aqui, onde a EF nunca entrou no vestibular. Agora, dizem que vai ter questões no ENEM... é de se observar para ver o tipo de abordagem que farão...
Portanto, o que destaco é retrocesso que a decisão dos irmãos lusitanos representa. Nós, brasileiros, já conhecemos isso bem. 
Vejam a matéria em: http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=568361&tm=8&layout=122&visual=61
Continuamos...

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Participação do LaboMinas na Intercom Sudeste

Olá amigos,

venho socializar com todos que a participação do grupo de estudos Observatório da Mídia Esportiva da UFSJ, carinhosamente conhecido como LaboMinas, no Intercom Regional Sudeste, que aconteceu em Ouro Preto/MG, entre os dias 28 e 30 de Junho. Além de minha participação e do acadêmico Galdino Rodrigues no Evento, o grupo divulgou resultados parciais de nossa primeira pesquisa coletiva,  na forma de comunicação oral, com o artigo "A MÍDIA EM DEBATE NA CAMPANHA #FORARICARDOTEIXEIRA DO TWITTER" - que foi publicado nos Anais do Evento (para acessar o trabalho clique aqui). O estudo foi super bem acolhido pelos colegas da Comunicação Social e muito elogiado no debate. Além disso, foi uma ótima oportunidade para divulgarmos o grupo e nossas publicações. Esperamos agora publicar o trabalho na íntegra em um periódico da área de Educação Física e outros resultados parciais no Congresso Regional do CBCE e no IV ENOME, em São João Del Rei.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Jogar futebol nos grandes centros... é ser trabalhador/proletário?

Como vão observadores?
Após uma semana com vários acontecimentos futebolísticos trago aqui apenas uma provocação para que possamos dar prosseguimento ao "Papo de Boleiro" que temos mantido por aqui e também para discutirmos alguns temas que "vira e mexe" sempre aparecem nas pautas de discussão do futebol mundial.
Durante os últimos jogos da Eurocopa  o jogador Mario Balotelli, do milionário Manchester City e atacante da seleção italiana, se destacou marcando alguns gols importantes durante a competição européia, mas foi criticado pela "marra" que vinha apresentando nas comemorações e nas participações de entrevistas com a imprensa.
Mas após a repercussão das suas polêmicas atitudes, Balotelli, deu algumas declarações em seus microblogs e nas suas páginas na internet que apresentam um outro lado do jogador. A forma de pensamento e um pouco da sua história de vida foram colocadas por ele como justificativas para as atitudes que vinham sendo comentadas e criticadas nas pautas jornalísticas.
Uma das principais críticas que foram direcionadas ao jogador ganês, naturalizado italiano, foram referentes às suas comemorações, ou melhor, não comemorações de gols e ai logo em seguida ele deu a declaração que está na imagem ao lado... "Não comemoro porque é meu trabalho. Você já viu um entregador de pizza comemorar uma entrega?"
Sem a pretensão de me tornar advogado de defesa do jogador - até porque não cabe em minha formação - mas coloco em pauta aqui no blog para discutirmos mais desta polêmica relação de interesses entre a mídia, os jogadores e seus respectivos procuradores e patrocinadores. Além também, da relação de trabalho, função de produção operária e remuneração, tudo isso pensado nesse mercado de muitas cifras que é o futebol dos grandes centros.
Fica aqui uma provocação esperando aos aficionados por futebol e também aos observadores e pensadores críticos se manisfestarem para mantermos o nosso Papo de Boleiro qualificado do Blog!