sábado, 28 de dezembro de 2013

Vigorexia, anomalia ou ambos?

 Para aqueles que não viram, esta é uma reportagem do programa Esporte Fantástico da Rede Record, sobre o pedreiro mais musculoso do mundo. 




 Importante observarmos no corpo do indivíduo que aparece no vídeo as suas assimetrias, ao mesmo tempo em a reportagem o intitula como "o pedreiro mais musculoso do mundo", podemos notar o foco de seus músculos somente nos braços e trapézio. E aí fica a questão, o que é ser o homem mais musculoso? Ter um corpo desproporcional e exposto aos mais diversos riscos do uso de anabolizantes?
  Esta busca desenfreada pelos padrões estéticos se tornam fortemente presentes em uma sociedade que se reflete em ídolos criados pela mídia. E a nós cabe o trabalho de desmistificar estes ícones da nova geração, para que não se arrisquem a tal ponto.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Turismo de aventura e os impactos da mídia

Colegas do blog,
Segue abaixo a 5a e última postagem deste semestre, referente à disciplina "Educação Física, Esporte e Mídia" da UFS neste segundo semestre de 2013. Os autores da reflexão abaixo que articula a questão dos esportes de aventura, turismo e mídiaa são os acadêmicos do curso de Turismo/UFS que cursam a disciplina: Terezinha e Vinícius.



TURISMO DE AVENTURA E OS IMPACTOS DA MÍDIA
Estamos num momento em que as diversões estão baseadas em aparelhos eletrônicos de última geração, como videogames, joguinhos de aplicativos etc., sendo utilizados pelo público de todas as idades, portanto há uma necessidade cada vez mais de discutir a importância de incentivar as crianças, os jovens e os adultos a praticarem esportes no convívio tanto social como ecológico

Os esportes ao ar livre são fundamentais para o crescimento social de uma pessoa, os psicólogos e especialistas da área incentivam a prática do esporte de aventura e ecoturismo, pois segundo eles, os desafios encontrados são os mesmos que encontram no dia a dia. Por exemplo, conseguir completar um circuito de trilha, aprender a trabalhar em equipe, superar os medos e inseguranças, tudo isso vale a pena para conseguir um objetivo final: o da realização pessoal. 

Grande parte do interesse pelo turismo de aventura se deve ao papel desempenhado pela mídia, em que muitas pessoas passaram a conhecer e praticar atividades ligadas ao esporte e à natureza, fazendo disto uma das maiores fontes de lazer. A mídia viu nisso uma indústria material para seus programas, conseguindo um grande apelo visual, mas além de divulgar, promover e estimular estas atividades, cabe à mesma a responsabilidade pelas consequências, pois deveria ter uma obrigação moral e social de realizar uma conscientização sobre segurança, abrindo um espaço para que sejam abordadas medidas a serem tomadas pelo telespectador comum, caso quisesse “imitar” os feitos exibidos dos profissionais da ação e da aventura. 

A maioria dos esportes de aventura praticados como treking, arborismo, moutan bike, rafting, bungee jump e outros, necessita de cuidados básicos e muita responsabilidade, afinal, todos independente da faixa etária procuram neles um meio de lazer para obter uma boa saúde física e mental. Muitas das vezes é o turista ou aventureiro que quer ir além dos limites recomendados pela segurança, para explorar mais de perto o perigo, sentir a adrenalina no corpo, sem que o equipamento seja próprio para isso. Vidas se perderam em acidentes, diversas vezes os bombeiros foram acionados para a retirada de corpos presos debaixo de rapéis mal feitos sobre as cachoeiras. Não queremos que nossos jovens morram de forma estúpida pela falta de consciência daqueles que se valem dos apelos televisivos da aventura.

Queremos sim que as maravilhas do nosso país sejam divulgadas, pois grande parte do crescimento do ecoturismo e do turismo de aventura se deve ao papel da mídia, mas que sejam feitos com consciência, responsabilidade e comprometimento.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Doutor Dorenski, patrimônio do LaboMidia!

Muitos acompanharam a apresentação pela internet, mas ainda assim gostaria de registrar com muita alegria a concessão do título de Doutor em Educação ao nosso parceiro de todas as horas, um dos fundadores do LaboMidia, o Camarada Sérgio Dorenski Ribeiro.
A defesa foi no Programa de Pós-Graduação em Educação da FACED/UFBA, na última sexta (13!), sob a orientação do colega professor Augusto Cesar Leiro.
Tive o privilégio de participar da banca, junto com os professores Fábio Zoboli, Romilson Augusto dos Santos, João Danilo B. de Oliveira e Hamilcar Dantas Junior (por parecer). A tese tem por título "Educação e Mídia:  formação do sujeito no espaço-tempo da Educação Física escolar" e relata/reflete sobre uma experiência de mídia-educação realizada com uma turma do ensino fundamental de uma escola pública de Itabaiana/SE. Em breve estará disponível nos canais competentes e, claro, na pagina do LaboMidia.

Ao Camarada Dorenski, os cumprimentos e o abraço de todos os seus parceiros, de toda a familia labomidiana, espalhada pelo mundo. Teremos oportunidades para celebrarmos juntos mais essa conquista do grupo, talvez no ENOME/2014 [mas eu e alguns colegas presentes, já celebramos lá em Salvador mesmo, vegetarianamente, com suco de brócolis em barril!]

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Levantamento mundial dos nativos digitais feito pela ONU

Apesar das restrições ao uso do conceito de nativo digital serem apontadas por diferentes estudiosos da temática, a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da sua agência especializada em tecnologias da comunicação e informação (ITU – International Telecommunication Union), divulgou em 2013 um levantamento mundial dos nativos digitais, considerados na pesquisa como jovens entre 15-24 anos com 5 anos ou mais de experiência online. De acordo com os dados, o Brasil encontra-se na quarta posição em números absolutos – atrás de China, EUA e Índia –, concentrando cerca de 20 milhões de nativos digitais. Do total de cerca de 7 bilhões de pessoas que compõem a população mundial, 372 milhões, ou 5,2%, são nativos digitais. Em termos proporcionais, a Islândia encabeça a lista, tendo 13,9% da população considerada como nativa digital. Em último, na 180º posição, encontra-se o Timor Leste, com 0,1% da população composta por nativos digitais. 

Os dados dizem algo, mas não dizem tudo. O que é estar conectado? Que experiências esses jovens possuem online? O que fazem, como fazem, com quem fazem? O que é ser um nativo digital na Europa, na América do Sul, na África, na Ásia? Estar conectado em um condomínio de classe alta significa o mesmo que se conectar na periferia de uma grande cidade brasileira?


Para mais informações, visite o site da ITU/ONU.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Dietas malucas... qual é a sua?!

Aos colegas que acompanham o blog, segue a quarta postagem dos acadêmicos que cursam a disciplina de "Educação Física, esporte e mídia" aqui da UFS, neste semestre 2013-2. Agora, as reflexões foram elaboradas pelos acadêmicos Adriana, Carla e Wesley.
Boa leitura e sintam-se convidados ao debate... agora mais relacionado à questão do corpo, da estética, da saúde e da mídia: de que maneira os meios de comunicação reforçam certas "maluquices" e de que maneira poderíamos pensar num "outro papel" quando tematizam tais questões?



DIETAS MALUCAS... QUAL É A SUA?
            À medida que se aproxima o final do ano cresce um desespero entre as mulheres em relação ao seu corpo. Todas as metas de emagrecimento que não foram atingidas durante o ano devem ser revertidas em curto prazo e daí o apelo às ditas “dietas milagrosas”. Temática muito abordada pelas revistas que pode ser uma alternativa perigosa para seus seguidores resultando em malefícios para a saúde, já que geralmente essas dietas seguem regras radicais, mesmo assim é assunto de capa de revista.
            Quem nunca fez uma dieta? E quando se fala em dieta sempre surge alguma dica milagrosa que a amiga viu na internet ou leu em uma revista que alguma celebridade estava fazendo a dieta e já tinha perdido tantos quilos e resolveu aderir e indicar para você. E aí surge o perigo, onde já se viu passar o dia inteiro comendo apenas um tipo de alimento seja este fruta, legume, suco ou nada? Qual o organismo que vai suportar aquela repetição insistente que não supre as necessidades nutricionais?  Com certeza depois de certo tempo o organismo vai passar a não aceitar o alimento enjoando mesmo ao ponto de não suportar sentir o cheiro do alimento, e isso quando a situação não se agrava e a pessoa não vai parar no hospital.   
            Existem inúmeras receitas de “dietas malucas”, dentre elas existem algumas que ultrapassam todos os limites como, por exemplo, não comer nada, vomitar e tomar laxantes. Além dessas, existem aquelas mais populares e que aparecem com frequência nas capas das revistas. É dieta da melancia, dieta do ovo, dieta do pepino, dieta da berinjela, dieta da papinha, dieta da banana, dieta do legume, dieta da sopa, dieta da azeitona, dieta da lua, dieta do limão, dieta da verdura, enfim o que não falta é.. “dieta maluca”:
DIETA DA LUA: os criadores dessa dieta acreditam que a energia da lua interfere nos fluidos que circulam o nosso organismo. Sendo assim, no período de transição das fases da lua os seguidores desse tipo de dieta devem ingerir somente líquido ou algum tipo de alimento especificamente escolhido e depois é só esperar pelo “milagre”, ou seja, o resultado.
DIETA DA PAPINHA DE NENÉM: Esta dieta está tão na moda que futuramente é capaz das mamães terem dificuldades de encontrar a papinha para seus bebês nos supermercados! Este dieta consiste em ingerir uma ou duas papinhas por refeição, mas tem um detalhe: essa papinha é feita para AUXILIAR na alimentação dos bebês que têm necessidades alimentares mais reduzidas que os adultos, portanto não somos mais bebês e precisamos de algumas calorias a mais para sobreviver.
DIETA DO LIMÃO: Esta é uma boa dica para quem está afim de adquirir uma gastrite ou até mesmo uma úlcera, pois é extremamente ácida! Os seguidores dessa dieta devem fazer a dieta durante 20 dias, no primeiro dia sugere-se espremer um limão e tomar todo o caldo puro. No segundo dia a pessoa espreme dois limões e toma todo o caldo puro, e assim consecutivamente até chegar a ingerir um caldo puro de 10 limões no décimo dia. Depois do décimo dia ela deve decrescer o numero de limões, tomando nove no décimo primeiro dia, 8, 7, 6… até chegar a um. Fato que chama atenção é que nesse tipo de dieta a pessoa pode se alimentar normalmente junto com a dieta do limão.
            Esses exemplos de dietas são quase nada comparados a inúmeros tipos de dietas que existem, e o pior é que são seguidos por muitas pessoas. Tem um tipo de dieta que chamou muita atenção e que talvez não seja muito conhecido e que chega a causar repugnação ao falar que é a dieta dos vermes.
            É isso mesmo! Dieta dos vermes! Mas tenha calma: por incrível que pareça você não vai ingerir os vermes vivos, mas uma cápsula com alguns deles. Você pode ainda não estar acreditando, mas é isso mesmo, nesse tipo de dieta os vermes ingeridos através da cápsula ficarão alojados no intestino para eliminar o excesso de gordura no corpo. Além de ser nojento, você corre o risco de desenvolver uma doença séria que vai te levar direto para o hospital.
            Não existe milagre para perder peso, mesmo assim as pessoas ficam à espera desse milagre. Sabemos que para emagrecer de forma saudável é necessário passar por uma reeducação alimentar, equilibrada e orientada por um especialista, além de praticar exercícios físicos e uma readequação geral em relação a certas dimensões da vida (sono, trabalho, lazer etc.). O ideal é nos alimentarmos de três em três horas porque quanto mais nos alimentamos induzimos o nosso corpo a queimar calorias. Portanto, o importante é lembrar sempre que esses procedimentos ajudarão a perder peso e não sair por aí fazendo essas “dietas malucas” que só trará malefícios ao invés de benefícios. Perguntamos: e a mídia... o que faz em relação a isso?

domingo, 1 de dezembro de 2013

Sorriso: um gesto além da felicidade e mais próximo da imagem de beleza

Segue, abaixo, a terceira publicação deste segundo semestre. Agora, das acadêmicas do curso de Odontologia da UFS, Rebeca e Gleiciane.
Boa leitura e boas reflexões a todos/as!


SORRISO:
UM GESTO ALÉM DA FELICIDADE E MAIS PRÓXIMO DA IMAGEM DE BELEZA

Há nas sociedades modernas uma grande estimulação do culto ao corpo, em que os indivíduos estão numa crescente preocupação com a imagem e a estética. Esta prática coloca-se hoje como preocupação geral ultrapassando todas as classes sociais e faixas etárias, apoiada num discurso controverso que ora fala da questão estética, ora da saúde. É através da mídia, principalmente, que se observa essa forte influência através dos seus contínuos e variados modismos.
A televisão é o principal meio de influência que liga a mídia à população, pois a maioria das residências no Brasil hoje possui pelo menos um aparelho, que fica ligado todo o tempo como se fosse um membro da família. Com isso, deixamos que nossa forma de pensar e agir sejam manipuladas como nunca antes havíamos imaginado. Bons exemplos a esse respeito são encontrados nas telenovelas, nas quais são apresentados comportamentos, gostos, referências morais, éticas e estéticas do público brasileiro tidos como modelos de identificação e projeção.
Outro exemplo associado aos padrões de beleza difundidos pela mídia televisiva é o padrão estético odontológico. Esta busca pelos padrões de beleza e perfeição das formas dentárias tem proporcionado uma supervalorização da aparência de cada indivíduo independente do seu estilo de vida. E o esporte não ficou de fora, sendo impactado na transformação dos seus atletas em boas imagens e modelos, sendo, na verdade, vistos como “outdoors” vivos, ótimos para a venda de produtos. Mas nem sempre todos seguem a “regra”, e pagam um preço caro por isso. Como no caso do famoso jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho.
            Desde sua infância, já se percebia algo fora dos padrões em seus dentes. Talvez por não haver condições financeiras ou por falta de orientação adequada, seu problema dentário permaneceu até sua vida adulta, em que ele se transformou em “Ronaldinho Gaúcho” um astro do esporte mundial. Mesmo sendo um excelente atleta, e talvez até por isso mesmo, não houve perdão em relação ao desvio do padrão de estética aceitável na sociedade. Quem o conhece, sabe que seu sorriso sempre fora caricatural, os dentes estranhamente posicionados criaram uma espécie de “marca registrada”. Mas o quanto isso prejudicava a autoestima do “homem” Ronaldinho, ninguém levava a sério, mas por certo lhe era doído, principalmente por ter sido alvo de muito bullyng na vida.
            Recentemente ele mudou essa situação desconfortável juntamente com profissionais da área, encontrando uma maneirade submeter-se a um procedimento estético odontológico que incluía facetas de porcelana e uma cirurgia na gengiva. Procurou por um procedimento rápido, pois devidos às características de sua vida/ atividade profissional, não quis fazer o uso do aparelho ortodôntico, pois o mesmo poderia proporcionar lesões nos lábios em traumas durante o contato físico ou diretamente com a bola no rosto. A cirurgia ortognática (um procedimento cirúrgico odontológico que visa restabelecer um padrão facial normal em pacientes que apresentam um desenvolvimento ósseo facil fora do ideal) também não o agradou, pois o deixaria por muito tempo afastado do seu trabalho. Sabemos que aparentemente seu “problema” estético foi resolvido perante a sociedade, e por ser uma figura midiática, muitas pessoas ficaram impressionadas com o resultado, mas na verdade todo o procedimento custou um valor muito longe da realidade encontrada no “bolso” de cada brasileiro.
Toda essa situação nos faz querer pensar em um novo conceito de estética, baseado na autoestima, ou seja, uma concepção de beleza depende mais do autoconhecimento e da aceitação de si mesmo, do que de medidas definidas pelos meios de comunicação. E é interessante porque mesmo ele possuindo um lugar de destaque na mídia, seu “pequeno problema” ainda o deixava à margem social, sendo motivo de críticas, fato que devemos pensar antes de querermos nos incluir nos padrões estéticos.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Rumo a 1 milhão: uma nação chamada Flamengo

Colegas do blog!
Abaixo, mais uma postagem dos alunos/as que cursam a disciplina "EF, esporte e mídia", Lorrany, Crislene e Ítalo, aqui na UFS, neste semestre. Propositalmente, a postagem é feita antes do jogo final...
Boa leitura e aguardamos os comentários e o debate!



Rumo a 1 milhão: uma nação chamada Flamengo
O que você faria com 800,00 reais? Viajaria? Pagaria suas dívidas? Ou faria um investimento? Para muitos a resposta seria uma só... Ir ao Maracanã ver o Mengão ser campeão da Copa do Brasil 2013!
É a partir dessa ideia que a diretoria de marketing do Flamengo encontrou uma saída para incentivar o programa de sócios torcedores do clube. Sabendo da repercussão que o valor do ingresso causaria nas mídias e entre os torcedores, a diretoria aumentou significativamente o valor dos ingressos para os não associados, com o intuito de estimular a associação dos torcedores flamenguistas, tendo em vista que os sócios ganham descontos vantajosos nas compras de ingressos. Não é à toa que o número de sócios aumentou ao longo dos últimos seis meses.
Mas o que a diretoria não esperava era um intervenção do PROCON, que iniciou um processo de investigação contra o Flamengo com a justificativa de que os preços estabelecidos para a final da Copa do Brasil possuem valores abusivos. Para se ter uma ideia, o PROCON exemplifica que o ingresso mais caro para a semifinal da mesma edição da competição custava 280,00 reais enquanto o ingresso mais barato para a final está custando 250 reais. Porém, o que a diretoria do Flamengo vem afirmar é que tal aumento no valor dos ingressos é um reflexo da importância do jogo, afinal de contas, trata-se da FINAL DA COPA DO BRASIL e da necessidade de captação de recursos para serem investidos no clube, visto que muitos espectadores têm direito à meia entrada, além dos sócios torcedores que já possuem descontos nos ingressos. Tal afirmação demonstra as facetas realizadas pelo marketing esportivo a fim de manter cada vez mais o seu clube em destaque, garantir o desenvolvimento financeiro e publicitário da equipe, além de cada vez mais afirmar a ideia de mercadorização e espetacularização do esporte.
Dentro da lógica do capital a qual estamos inseridos diariamente, notamos que o esporte não deixa de ser afetado pelo fenômeno capitalista de mercadorização das “coisas”. O futebol, durante o processo de desenvolvimento econômico mundial, tornou-se uma forte ferramenta de apropriação de recursos, de capital de giro para as empresas que os patrocinam. A exemplo disso, não é por acaso que notamos o crescente número de patrocinadores a fim de ter seus nomes estampados na camisa de uma das maiores torcidas (se não a maior!) do futebol brasileiro que é o Flamengo. O mesmo acontece com os patrocinadores que desejam ter a sua presença garantida, no comercial entre cada tempo de jogo, na telinha da “plim-plim”. Por isso é necessário estarmos atentos a todas as estratégias de marketing que circulam o nosso tão amado futebol, para não caírmos nas armadilhas que a nossa dita “paixão nacional” possa nos criar.
Os torcedores são muitos, e a ambição do clube é maior ainda, e é aproveitando-se de tudo isso que o marketing do mesmo se utiliza da linguagem apelativa para responsabilizar a “nação rubro negra” pela performance da equipe com o seguinte slogan em sua página na internet “Essa é sua chance de ajudar a construir o Flamengo que sempre sonhamos. Compre um plano e ajude o mais querido a contratar os melhores atletas, ajustar suas contas, ganhar títulos e ser do tamanho que você sempre quis”. Mas seriamos nós os responsáveis pelo sucesso ou fracasso do nosso time, ao ajudarmos o clube através da assinatura de um pacote de associado, seja de qual time for, Flamengo, Botafogo, Sergipe, Corinthians, Confiança, não importa qual for o time que torcemos? Ou seriam os próprios clubes que não tornam possível ($) a participação efetiva dos torcedores?

domingo, 24 de novembro de 2013

Da série menos 10 kg em 7 dias: Você precisa mesmo disso?

Colegas que acompanham o blog:
A partir de agora, segue a estratégia dos acadêmicos e acadêmicas que cursam a disciplina "Educação Física, Esporte e Mídia" do Curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal de Sergipe em expandir as discussões para além da sala de aula aqui, virtualmente e extrapolando as fronteiras das paredes universitárias.
O texto abaixo se trata das reflexões dos acadêmicos Rhuan, Maria Beatriz e Samara (do curso de Jornalismo/UFS) e de Camila (do curso de Serviço Social).
Aguardamos os comentários, sintam-se convidados ao debate.


Da série menos 10 kg em 7 dias: Você precisa mesmo disso?

               Ou menos 4 em 5 dias. Três dicas para alcançar barriga negativa! Linda e magra: a dieta que vai mudar a sua vida! Os chás verdes que você precisa tomar agora! Se você possui o mínimo de acesso a meios de comunicação, com certeza já se deparou com pelo menos uma das frases acima. Nas capas de revista, nos programas de televisão ou na infinita internet, o papo ultimamente é quase sempre o mesmo: você, logo a priori, precisa emagrecer. Mas será que precisa mesmo?
               Em tempos de comunicação velocíssima e uma cada vez mais democrática propagação de discursos, o culto a um corpo tido como perfeito nunca esteve tão em alta. A tal ditadura que há muito se fala, não quer saber de liberdade. Não importa se você seja linda com uns quilinhos a mais, venda saúde e se exercite com frequência – se não for igualzinha às capas de revistas e aos artistas da Globo, nada feito. É feio, é out, é ruim. Então trabalhe nisso!
E é tudo muito simples. Pegue qualquer dieta, faça, mude do nada, evite médicos e siga os conselhos que te dão. Como se todo mundo tivesse o mesmo organismo, metabolismo e fosse igualzinho. Só que é isso mesmo: o discurso é feito para que todos sejamos iguais. E claro, aceitos. Para que todos possamos ser felizes, ser maravilhosas “GiselesBundchens”, magérrimas, com filhos, carreiras e maridos belíssimos. Porém, (e sempre existe um porém) não somos todos “Giseles”. E temos que no mínimo começar a entender isso.
               O corpo por si mesmo sempre esteve em debate. E não é de hoje não. A busca incessante pelo "corpo perfeito" vem desde a Grécia Antiga, há cerca de 2.500 anos a.C. Nesta época os gregos primavam por um corpo escultural, esteticamente harmônico, e este corpo era radicalmente idealizado, treinado e exposto. Sim, exposto. Eles construíam seus corpos através de muito esforço e suor, os esculpiam e modelavam em ginásios, então exibi-los era quase que uma recompensa. Toda essa atividade é que acabou formalizando a expressão "Deus grego", empregada até hoje para exemplificar uma pessoa exageradamente bonita.
Já na Idade Média, seios fartos e quadris largos eram o sonho de consumo de qualquer mulher. No século VIII, uma barriguinha maior era sinônimo de culto e adoração: algumas  chegavam (acredite!) a colocar enchimento embaixo da roupa, já que a ideia de ventre saliente era associado à Virgem Maria e sua gravidez imaculada. As gordinhas também eram a preferência durante o Renascimento. Nesta época, as gordurinhas localizadas – hoje inimigas declaradíssimas de toda e qualquer mulher – eram sinônimo de saúde, visto que a “Peste Negra” havia eliminado quase dois terços da população.
               Independente da época, a sociedade e seu discurso homogêneo de beleza sempre levaram as mulheres a almejarem corpos perfeitos, esculturais e quase sempre irreais. Os padrões estéticos se modificaram durante os anos, mas a busca incessante por um corpo esteticamente perfeito e aceito, considerando os padrões impostos, sempre fizeram parte da vida de todo e qualquer ser humano no mundo. Porém, quando a fixação por um corpo escultural foge do convencional e da vaidade aceitável, é preciso abrir o olho.
               Nos últimos anos houve um boom de blogs, perfis no Facebook, Twitter e Instagram, dedicados desde a busca por um corpo perfeito e um ''lifestyle'' tido como saudável. Com esse discurso cada vez mais forte, enraizado e amplamente disseminado pela mídia, alguns indivíduos acabam extrapolando os limites da vaidade e colocam a própria vida em risco, em nome de um ideal que às vezes nem lhe é próprio. É algo que é visto, dito, influenciado, mas muito pouco de fato, sentido. Até agora falamos muito sobre beleza. Entretanto, o que é ser belo? Se a beleza não possui exatamente uma fórmula, pelo quê está se lutando? No quê, no final das contas, queremos nos transformar?
               É uma busca que terminam sendo muito cara, principalmente no quesito psicológico. Doenças como anorexia, bulimia e até mesmo a depressão, considerada o “mal do século”, de uma forma cada vez mais frequente atuam sobre fatores em comum: o peso, o corpo e autoestima. Muitas pessoas, não satisfeitas com sua aparência e consideradas fora do padrão, acabam entrando em um estado complicado de neurose, e até de obsessão, que podem acarretar em consequências sérias, como o suicídio.
               Para os que efetivamente buscam uma mudança corporal, é preciso entender que não existe milagre. E ao se deparar com as famosas soluções drásticas e efetivas, é necessário desconfiar dos resultados que, muitas vezes, chegam a ser fisiologicamente impossíveis. Para se fazer dieta com base em experiências de outras pessoas, por exemplo, é preciso ter em mente que elas têm que ter hábitos e necessidades semelhantes aos seus. Para que essa mudança não prejudique o organismo e seu sucesso não seja apenas momentâneo, há de se adotar um estilo de vida que seja compatível, não só com o que você quer, mas com o que você pode e precisa. Na equação da aparência e da beleza, a saúde tem que começar a vir em primeiro lugar: saúde física não existe sem saúde mental.
               Também há outro fator importante nesta conversa: você. A beleza e seus ideais sempre vão existir. E sempre serão subjetivos, diferentes, e sim, inalcançáveis. Todos somos diferentes, reais, imperfeitos, iguais à moça da padaria e o carteiro. E por que não, mesmo assim, bonitos?