segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Santa Maria: a dor de todos nós!

Eu sei que todos devem estar cansados de ver, em todos os meios, a cobertura, ora sensacionalista, ora menos emocional, do incêndio na boate Kiss em Santa Maria, que resultou em mais de 200 mortos, soma que ainda pode aumentar, porque mais de 70 estão hospitalizados com risco de morte.
Mas como alguém que passou pela cidade de Santa Maria na vida universitária, gostaria de dar aqui um depoimento, que poderá ser corroborado por outros tantos que também passaram por lá.
Santa Maria é mais que uma cidade e uma universidade. É um ponto de encontro, um tempo/espaço de transição para a vida adulta, é onde deixamos de ser alunos e passamos a ser profissionais. Os 3, 4 ou 5 anos (as vezes, mais) que se passa lá são aqueles que deixam marcas permanentes na nossa formação humana, cidadã e profissional. É lá que se faz amigos para o resto da vida, ou ao menos temos histórias deles pra contar pelo resto da vida.
Para a Educação Física, de modo especial, então, ainda mais. Há toda uma geração de professores universitários que passou por lá, nos anos 80, quando a UFSM oferecia um dos dois únicos mestrados em EF do Brasil (e o seu curso de graduação também era considerado um dos tres melhores do país). Pra lá acorriam pessoas do Brasil todo para buscar sua formação acadêmica.
Por isso, só mesmo quem viveu essa etapa da sua vida numa cidade caracterizada pela educação, que tem 25% da sua população no ensino médio ou nas universidades, consegue compreender, na sua completude, o que significa essa perda; inexplicável, aliás, a não ser pelas fragilidades da legislação e da fiscalização por parte do poder público.
Desde ontem, estamos todos mais pobres um pouco e mais tristes, como todos os santamarienses, gaúchos e brasileiros que um dia tiveram lá seus ritos de passagem!

O lance do doping

Aos que acompanham nosso blog, segue postagem dos acadêmicos Victor, Saullo, Jussara, Felipe, Fabio e Juliana. Reflexões sobre a questão do doping do "ídolo" do ciclismo mundial, Lance Armsgtrong. Leiam, comentem e nos ajudem a refletir sobre as temáticas tratadas aqui.




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          Dia 29/08/2012. Uma semana depois de afirmar que estava desistindo de lutar contra as acusações de doping, Lance Armstrong aparecia no Congresso Mundial de Câncer, em Toronto, no Canadá, e iniciava seu discurso com a seguinte declaração:

“Considerando os recentes acontecimentos, achei que deveria me apresentar novamente. Meu nome é Lance Armstrong, sou um sobrevivente do câncer. Fui chamado aqui para contar a minha história. Sou pai de cinco, e sim, eu ganhei a Volta da França sete vezes.”

          Era mentira. Em entrevista ao programa Oprah's Next Chapter, exibida mundialmente na quinta-feira (17 de janeiro), Armstrong admitiu que se dopou em todos os anos em que disputou o Tour de France. Antes da confissão, a Agência Antidoping dos Estados Unidos (Usada), já havia retirado todos os seus títulos conquistados entre 1999 e 2005, além de bani-lo de todas as competições esportivas, graças a amostras de sangue em 2009 e 2010, e em depoimentos de outros ciclistas. Como consequência, Lance renunciou ao cargo de membro do Conselho de Administração da sua organização, a Livestrong Foundation (que oferece apoio a pessoas com câncer), com receio que as acusações prejudiquem a imagem da fundação.

          Para muitos, a entrevista à Oprah foi apenas a confirmação do óbvio. Jornalistas e críticos acreditam que o fato dele ter usado o programa da maior apresentadora do Estados Unidos foi uma tentativa de aliviar sua barra com o público, e talvez conseguir uma diminuição nos inúmeros processos que vai receber de agora em diante.

          Seja como for, a confissão de Armstrong foi, sem dúvida, a maior vitória contra o doping na história do esporte. Porém, o fato de que o homem que em outrora foi considerado o maior ciclista de todos os tempos usava substâncias ilícitas para obter expressivos resultados deixa não só o ciclismo, mas todas as modalidades e seus fãs e seguidores tristes.

     Dezesseis anos depois que o mundo viu um sobrevivente de câncer no testítulo - posteriormente pulmão e cérebro - dar a volta por cima e se tornar uma lenda, a verdade veio à tona. O Super Homem não era real: seus superpoderes eram frutos de injeções e transfusões sanguíneas. Ele fez coisas boas (sua fundação seja o melhor exemplo), mas é uma vergonha para o esporte e merece pagar pelas trapaças que cometeu. Lance Armstrong sabe que errou, só que admitiu tarde demais.
 
          Será que essa foi a primeira pedra a cair num efeito dominó do mundo do ciclismo em seus flertes com o doping?

sábado, 19 de janeiro de 2013

A Escola como mediador do esporte

Pessoal que acompanha o blog!
Segue abaixo mais uma postagem referente às reflexões dos acadêmicos/as matriculados na disciplina de "Educação Física, Esporte e Mídia" do semestre 2012-2, do curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal de Sergipe. A autoria deste texto é de José Roberto de Santana, da turma A. Leiam, reflitam a respeito e deixem seus comentários! São sempre bem-vindos!

A ESCOLA COMO MEDIADOR DO ESPORTE



A necessidade de buscar na escola um alicerce de futuros atletas transforma o esporte escolar num trampolim para que os professores de Educação Física formem verdadeiros medalhistas. Hoje, os colégios procuram, sim, alunos-atletas que possam conquistar muitas medalhas e com isso mais alunos, mais atletas, mais medalhas e por fim, alunos condicionados ao esporte de rendimento. Isso em muitos estados do Brasil torna-se a única maneira de se praticar o esporte em nível diferente do amador e é o caminho que existe para alguns atletas conseguirem chegar ao esporte profissional.
O fato é que a prática esportiva está fortemente orientada pelos princípios do rendimento e da competição (cfe. BRACHT, 1992); e o espaço escolar é regido pelo seu processo político pedagógico, “teoricamente autônomo”; o problema, é que se perde com esse esporte de alto nível toda a metodologia pedagógica e se firma na competitividade, na individualidade e na busca incessante por medalhas e prestígio para o colégio (como é o caso de Sergipe, em especial suas escolas particulares).
Sendo assim, no âmbito escolar exige (deveria exigir) uma abordagem reflexiva que se considere também a importância de se trabalhar com a mídia no processo pedagógico; a idéia-chave é saber relacionar todo o aparato tecnológico para fazer com que se possa refletir e discutir o conteúdo a ser dado/trabalhado em sala de aula. Ao mesmo tempo em que passamos a lidar com a linguagem midiática de forma pedagógica, devemos ter a habilidade de nos apropriarmos dessas novas ferramentas que não podem ser despercebidas pelo professor, pois, já se constituem presentes na vida cotidiana do aluno.
Cada escola tem sua realidade e é a partir desta que poderemos concretizar experiências significativas no esclarecimento de como é de fato o esporte de rendimento e o esporte com os princípios básicos para que se alcance o verdadeiro ensino-aprendizagem. O que queremos discutir é que esse processo de esportivização é de fato um artifício do sistema capitalista. E assim, confunde os educadores no momento que são “manipulados” (exigidos?) pelos diretores de colégios que buscam apenas as “medalhas” e com isso mais alunos matriculados no seu colégio (ou seja, a relação “ensino de qualidade” está pautada nas “medalhas conquistadas em jogos escolares estaduais”).
O exemplo mais fácil de se constatar é aqui mesmo em Aracaju/SE, quando muitas escolas particulares costumam dar bolsas a alunos de outros colégios que se destaquem em algum esporte; tirando os melhores atletas de seus colégios, normalmente de escolas públicas, e levando para colégios particulares. Esse tipo de situação ocorre principalmente visando os campeonatos que são cobertos pela imprensa, principalmente a TV Sergipe, afiliada à TV Globo, que criou um campeonato escolar para ter a cobertura absoluta do evento os “jogos escolares da TV Sergipe” que é um dos campeonatos escolares mais disputados do estado.
Vejam que a educação processa-se de acordo com a compreensão da realidade social em que está inserida, ou seja, a educação sofre influência daquilo que a circunda, ao mesmo tempo que também impacta em tal realidade. E muitas das vezes, é através das questões econômicas e competitivas que os colégios assumem como prioridades a sua política pedagógica; sendo assim, o sistema educacional (público) é caracterizado como incompetente, recebendo a culpa pelo desemprego, falta de competências técnicas da população e outras responsabilidades impostas pelo discurso neoliberal.
Sendo assim, pensamos que devemos como profissionais da Educação Física compreender o esporte nos seus múltiplos sentidos e conceitos, para que possamos agir com liberdade e autonomia, e assim, ter capacidade objetiva de saber efetivamente praticar o esporte, como capacidade de interação social e de comunicação. Já que na escola o esporte não deve ser algo apenas para ser praticado, mas sim estudado pedagogicamente.
Sem contar que o campo da Educação Física e da mídia tem se aproximado – ou melhor, interagido – de forma, às vezes, contundente. Falar em formação sem pensar na influência da mídia, significa dizer que está em outro momento, anacrônico. A própria mídia televisiva já trata o esporte com um destaque único entre as diversas temáticas que são trabalhadas pelo campo jornalístico. Sendo assim, o que devemos fazer como professores é saber trabalhar a tecnologia de forma que sirva aos anseios do espaço escolar; além do mais, trazer acontecimentos que mostrem a realidade midiática e esportiva para os seus alunos em sala de aula é o dever de um bom educador e de um preocupado professor com que se passa na mídia de forma geral. Um cidadão que tem responsabilidades sociais e pedagógicas com outros cidadãos!
Portanto, a escola precisa discutir o esporte, recriá-lo, desenvolver valores assentados no coletivismo, pensar a integração do corpo discente sem seleção dos melhores, enfim, a escola e o esporte comungam do mesmo objetivo, que é a compreensão da essência do esporte na sua vida. O esporte nas aulas de Educação Física foi canalizado como finalidade, não como meio, no entanto a aprendizagem limita-se às técnicas esportivas (nem isso ultimamente!) e à incorporação de suas normas. Assim, como professores de Educação Física temos o dever de mostrar esse fenômeno da esportivização, como também, o processo influente que a mídia possui sobre as pessoas; mas, também, trabalhar pela construção de uma escola universal, que respeita as diferenças locais, regionais, nacionais, enfim, a diversidade cultural existente na sociedade e no cotidiano de cada aluno.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A Copa no Alegrete!

Notícia quente!

Preocupada com a possibilidade de não haver estádio disponível para a Copa de 2014 no Rio Grande do Sul - reforma do Beira-Rio atrasada e com os trabalhadores em greve; arena do co-irmão sem grama e sem goleiras - a FIFA formulou convite oficial para que o Alegrete seja a cidade-sede, pela nossa experiência em eventos internacionais de futebol: está em realização no momento a 33a. edição do EFIPAN (http://radioefipan.blogspot.com.br/).
Pedido feito e já aceito, afinal, nossa sina é mesmo essa, desde os tempos históricos só temos feito é ajudar o estado e o país a serem melhores (o campeonato mundial do Corinthians, por exemplo, só aconteceu por causa do alegretense Clebinho, assessor do Tite!).
Como sabemos que a propaganda é alma do negócio, a primeira coisa feita foi a tal de logomarca, que divido com os amigos.
A Copa no Alegrete vai bombar! Tchê!

Site do CONBRACE de Brasilia no Ar!

Os amigos do CBCE/Brasilia informam que o site do CONBRACE/2013 já está no ar, com algumas informações importantes.
Atenção para o fato de que, nesse ano, o evento acontecerá em agosto (2 a 7), não em setembro como foi até aqui a tradição.
Vamos começar a nos organizar? A primeira medida é pagar a anuidade, tá?

Acesso em: http://conbrace.org.br/

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

COB ataca outra vez!

No ano passado, mais ou menos nessa época, o COB tentou vetar a publicação de um livro da profa. Katia Rubio porque a capa apresentava os arcos olimpicos, privilégio (?) do COI...
Agora a bronca é com as olimpíadas científicas:

"O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) está se movimentando juridicamente para impedir que universidades e associações de pesquisa usem a palavra olimpíada em suas competições educacionais. A atitude provocou protestos das principais associações de cientistas do país.
No fim de 2012, a Unicamp foi notificada extrajudicialmente pelo comitê devido ao uso supostamente indevido do termo em um dos eventos organizados pela instituição, a Olimpíada Nacional em História do Brasil. O texto diz que o uso das palavras olimpíada e jogos olímpicos "é privativo" dos comitês Olímpico e Paraolímpico do Brasil."

Leiam a matéria completa no site do UOL: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1216056-comite-olimpico-quer-barrar-termo-olimpiada-em-torneio-educacional.shtml

Os caras tão se achando demais, voces não acham?

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Nada mais oportuno que falar... sobre o Corinthians!

Pessoal que acompanha o blog!
Segue a segunda postagem da turma A da disciplina de "Esporte e Mídia", seguindo a estratégia de tornar o espaço do blog um espaço pedagógico e reflexivo sobre as "coisas" discutidas em aula e a nossa realidade.
O texto que segue é de autoria de Bruno Pinheiro Caldas, Robson dos Santos Rodrigues e Silvana Pinheiro.
Boa leitura e boas reflexões! Não deixem de comentar para aprofundar o debate!



Na disciplina “Esporte e mídia”, ministrada pelo professor Cristiano Mezzaroba existem diversas discussões nas aulas das segundas-feiras dentro do espaço “o que aconteceu na mídia?” aonde os alunos apresentam o que aconteceu de importante dentro do cenário esportivo durante a semana que se passou. Numa dessas discussões foi citado o caso do Corinthians e o contrato milionário assinado com a empresa de material esportiva NIKE. A partir daí decidimos investigar profundamente o caso, esperamos que vocês gostem das nossas informações e opiniões: vamos discutir e visualizar o que está acontecendo dentro do futebol brasileiro atualmente.
Entendam o caso: O Corinthians (atual campeão mundial de clubes) confirmou o novo contrato com a Nike até 2022 (dias antes da final do mundial de clubes). Os valores giram em torno de 300 milhões de reais por 10 temporadas (cerca de 30 milhões de reais por ano) além de lucros posteriores. O antigo vínculo do clube com a Nike (era válido até 2014) rendia 15 milhões de reais por ano. Esse contrato é um dos maiores do mundo já assinados de clubes com fornecedoras de material esportivo.
O momento atual do Corinthians começa a trazer bons frutos para o clube. Com um trabalho de marketing esportivo incrível e único, o clube se destaca no cenário nacional por suas contratações e pela quantidade de patrocinadores (e pelos valores dos contratos dos mesmos) existentes atualmente no clube, mas o clube não se dá como satisfeito nunca e sempre que pode apresenta surpresas para o mundo.
As contratações atingem níveis acima do normal no futebol brasileiro, e enquanto clubes devem milhões e fazem contratações modestas, o clube paulista esbanja dinheiro e contrata jogadores renomados na América ou até mesmo mundialmente. Após a contratação de Ronaldo “Fenômeno” há alguns anos atrás, o Corinthians pôs em prática uma nova gestão e uma nova visão sobre como obter receitas positivas produzindo um poder financeiro para o clube. Com instalações modernas, estrutura física em níveis satisfatórios e salários em dia, o Corinthians se tornou uma potência em um nível muito superior aos outros clubes brasileiros. Alguns clubes até chegam perto do nível atual do Corinthians, mas vamos entender o que diferencia o clube paulista dos demais clubes:
1. O Corinthians tem a maior torcida do Brasil. (Em diversas pesquisas existe uma divergência entre o Flamengo e o Corinthians em relação a isso, considerando muitas vezes até o empate);
2. Tem uma torcida que idolatra o clube, presente nos estádios em todo e qualquer jogo do clube, o que gera receitas;
3. Tem uma venda de seus produtos oficiais em um nível muito satisfatório para qualquer empresa de material esportivo e também para o próprio clube que lucra com cada venda;
4. Investe e inova em relação a outros esportes como a natação e o MMA, onde neste caso criou um centro de treinamento das artes marciais mistas do clube e contratou atletas como Anderson Silva e Júnior Cigano dos Santos, dois dos maiores lutadores da atualidade;
5. Tem patrocinadores sólidos e que estão “juntos” com o clube, com isso o dinheiro entra no clube com uma regularidade que facilita o trabalho da diretoria;
6. Está construindo um dos maiores estádios do Brasil, o “Itaquerão”, que está sendo construído com dinheiro público;
7. Tem jogadores de nível de Seleção Brasileira, e outros que se destacam dentro do cenário nacional;
8. É um dos clubes que mais lucra com as cotas televisivas no Brasil;
9. Está constantemente em destaque em todos os sites e canais esportivos, assim como na TV aberta.
          Além desses pontos que citamos, poderíamos falar muitos outros fazendo uma lista extensa ou, até, quem sabe, interminável.
          Queridos amigos leitores, estamos presenciando um momento inicial de POLARIZAÇÃO dentro do futebol brasileiro. Se os outros clubes não resolverem suas questões financeiras, daqui a uns anos vamos ter um campeonato com 3 a 4 clubes disputando um campeonato a parte, enquanto que os demais disputam posições em um nível mais similar. Alguém já imaginou a possibilidade de acontecer no Brasil o que acontece hoje na Espanha, onde o Real Madrid e o Barcelona dominam o cenário e logicamente os títulos do país? Bem...só nos resta esperar os próximos acontecimentos do futebol brasileiro.
          Vamos discutir e somar sobre esse tema tão importante! Forte abraço para todos vocês!

(A postagem é dos colegas, mas não poderia deixar de incluir, aqui, o que vi hoje, sobre a SPORTV estar reprisando a final do Mundial de Clubes 10 vezes nos últimos 3 dias, e isso se tornar assunto no twiter - confiram em: http://uolesportevetv.blogosfera.uol.com.br/2013/01/03/sportv-reprisa-final-do-mundial-dez-vezes-nos-ultimos-tres-dias-e-vira-assunto-no-twitter/)