sábado, 31 de outubro de 2009

O QUE PODEMOS APRENDER COM O PATETA NAS OLIMPÍADAS


Das minhas reminiscências de criança, ao pensar no esporte, trago, sempre entre risos, a imagem do desenho do Pateta, personagem de Walt Disney, sendo apresentado pelo narrador como um grande atleta capaz de impressionantes façanhas. Ao mesmo tempo, em contradição com o áudio, as imagens revelam um atleta em divertidos movimentos estabanados, criativos. Não nos deixemos enganar, a ironia é sutil e cômica: o atleta atrapalhado, atleta pateta, faz uma sátira do atleta sobrehumano, aquele do qual se espera uma amostra de perfeição que une potência e estética, precisão e emoção.

Ah, o grande atleta, de quem é a tarefa de formá-lo? Às vésperas do Brasil sediar uma Copa do Mundo de Futebol (2014) e os Jogos Olímpicos (Rio 2016) – dois acontecimentos que, pelo grande porte, são denominados de megaeventos esportivos – essa pergunta vem à pauta e influencia diretamente a Educação Física escolar. Não podemos negar a importância do esporte no contexto contemporâneo, bem como o fascínio que ele exerce sobre todos nós, seja pelos exemplos de superação, pela beleza estética dos atletas em movimento, ou pelas cifras bilionárias que esse fenômeno cultural movimenta. Porém, não podemos ignorar que o esporte possui diferentes dimensões, que ele pode ser vivenciado de inúmeras maneiras, e que é preciso refletir sobre a sua inserção na vida de cada um de nós.

É ai que entra o personagem Pateta (por favor, não estou dizendo que somos patetas, mas que o Pateta pode nos ajudar a pensar o esporte). Se for atribuído à Educação Física escolar o papel de formar atletas, teremos que, via de regra, selecionar os “melhores”, os mais altos, os mais ágeis, os mais fortes, os mais precisos, os mais determinados, os “anti-patetas”. Ora, eles são quantos em uma sala, uma escola, uma cidade, um país? Quantos serão alçados à glória esportiva? E quantos ficarão de fora? O preço da seleção nas escolas, sua consequência direta e imediata, é a exclusão dos que não são super-homens e super-mulheres das aulas de Educação Física. A maioria de nós, professores de Educação Física, dos nossos alunos, filhos, enfim, a maioria da população, é imperfeita, frágil, imprecisa. Não somos velozes como os deuses olímpicos, não temos uma coordenação motora de precisão informática.

A verdade é gostamos de praticar, de assistir, de falar de esporte. E temos o direito de aprendê-lo no seu sentido mais amplo, compreendendo suas regras, técnicas, táticas, exigências físicas, mas também sua inserção na sociedade e na economia, sua relação com as mídias, as tensões e contradições que permeiam o esporte de alto nível, a possibilidade da sua inserção nos tempos de lazer. O ensino do esporte deve fazer com que nós, de uma maneira crítica, possamos nos tornar todos “Patetas”, soltando gargalhadas e descobrindo como esse grande fenômeno contemporâneo pode ser divertido ao mesmo tempo em que nos traz valiosos ensinamentos sobre a complexidade do movimento humano, e, porque não, da própria vida.

Crente de que o mundo precisa de mais Patetas (um caricato exemplar dos jacas-libertários), esse texto foi escrito, sem pretensões acadêmicas, a pedido de um grupo dos meus alunos do curso de Licenciatura em Educação Física que estão editando um jornal.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Evento na UFSC - II Café Filosófico

Pessoal, para quem estiver por Floripa entre os dias 3-5 de novembro, acontecerá o II Café Filosófico, gratuito e com programação bastante interessante, pela amplitude e diversidade de temáticas, bem como a exibição de filmes com posteriores debates.

Pensar sobre o fazer cinema e fazer do cinema um espaço para a reflexão filosófica da vida. Com esse objetivo, a Secretaria de Cultura e Arte (SeCArte) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) promove, de 3 a 5 de novembro, a segunda edição do Café Filosófico. A dinâmica do evento intercala mostras de filmes que propiciam reflexão filosófica, como Janela da Alma, Close up, A Arca russa e Gattaca, debates sobre questões éticas e estéticas da sétima arte e cafés no final da tarde.


Maiores informações podem ser vistas no link da Agecom/UFSC: http://www.agecom.ufsc.br/index.php?id=10202&url=ufsc

PROGRAMAÇÃO:

03/11 - TERÇA-FEIRA 18h30 às 21h30 Teatro da UFSC/DAC Abertura: Dra. Maria de Lourdes Alves Borges (UFSC/FIL-SeCArte) Palestra: Cinema e Filosofia, Dr. Alex Sandro Calheiros de Moura (UnB/ FIL) Moderação: Dra. Anelise Reich Corseuil (UFSC/LET./CIN.)

04/11 - QUARTA-FEIRA 15h00 às 18h00 Auditório da Igrejinha/DAC Exibição do filme Gattaca ( Andrew Niccol, USA, 1997, 106’) Mesa redonda sobre Ética: Dr. Fernando Vugman (UNISUL/CIN) & Dr. Darlei Dall’Agnoll (UFSC/FIL) Moderação: Cineasta Lena Bastos

18h30 às 21h30 Auditório da Igrejinha/DAC Exibição do filme Close Up (Abbas Kiarostami, Irã, 1990, 90’) Mesa redonda sobre Epistemologia: Dr. Felipe Soares (UFSC/CIN.) & Dr. Marcos Franciotti (UFSC/FIL) Moderação: Cineasta Alan Langdon

05/11 - QUINTA-FEIRA 15h00 às 18h00 Teatro da UFSC/DAC Exibição do filme A Arca Russa (Alekander Sokúrov, Rússia, 2002, 96’) Mesa redonda sobre Estética: Dr. Jair Fonseca (UFSC/LET) & Dr. Nazareno Eduardo de Almeida (UFSC/FIL) Moderação: Cineasta Maria Emília Azevedo

18h30 às 21h30 Teatro da UFSC/DAC Exibição do filme Janela da Alma (João Jardim, Walter Carvalho, Brasil, 2002, 73’) Mesa redonda sobre Estética Teoria da Imagem: Dra. Silvana Macedo (UDESC/CEART) & Dra. Maria Cecília M.N. Coelho (USP/FIL). Moderação: Cineasta Zeca Pires

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Momento humor com sarcasmo Rio/2016



Aproveitando o e-mail enviado pela nossa colega Bia Poffo, posto aqui as imagens para aqueles que gostam de se deliciar com a mistura de humor e sarcasmo sobre as Olimpíadas de 2016. Muitas vezes o humor nos ajuda a pensar sobre temas complexos! Talvez ele seja mais fácil de ser compreendido,
fazendo uso de símbolos.
Sobre isso, nosso amigo agora nomeado Fabio Messa poderia falar mais a respeito... heheh

Divirtam-se!













segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Patrimônio ou Simbolo?



O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro concedeu Habeas Corpus pelo trancamento da Ação Penal que o Ministério Público do estado moveu contra o advogado paulista Alberto Murray Neto, por vilipêndio de objeto de culto religioso (artigo 208 do Código Penal). O crime imputado pelo MP a Murray, que fez campanha contra a indicação do Rio para sediar a Olimpíada de 2016, foi ter distribuído um e-mail para membros do Comitê Olímpico Brasileiro contendo uma fotomontagem do Cristo Redentor vestido com um colete à prova de balas e empunhando uma metralhadora e uma pistola. A Ação Penal contra Murray corre na 40ª Vara Criminal do Rio de Janeiro. A decisão pelo trancamento da ação foi tomada, por unanimidade, pela 8ª Câmara Criminal do TJ-RJ, acompanhando o voto do relator, desembargador Marcos Quaresma Ferraz.
Segundo seus advogados, nem houve ofensa a símbolo religioso nem o monumento do Cristo Redentor pode ser considerado um símbolo religioso.
Os advogados sustentam que a imagem considerada ofensiva está disponível na internet e é semelhante a dezenas de outras que circulam pela rede de computadores. Todas elas são uma crítica à violência no Rio e não tem nenhuma conotação religiosa, dizem. “De superficial análise, salta aos olhos que o e-mail não tem nenhum viés religioso, destinando-se apenas a apontar a violência urbana como problema para a realização das Olimpíadas no Rio de Janeiro.”
O monumento ao Cristo Redentor está relacionado diretamente com a cidade do Rio de Janeiro antes de ser um objeto de culto da religião católica, o que, por si só, descaracterizaria o objeto da denúncia. “Ainda que se possa vincular o monumento ao Cristo Redentor com a religião católica, é inegável que a primeira e mais forte vinculação é com a cidade do Rio de Janeiro em si”, diz a defesa.

A Ação Penal foi instaurada pelo MP-RJ a partir de um pedido de investigação policial feito pelo presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, contra Alberto Murray. Tanto Nuzman como Murray são advogados e ligados ao movimento olímpico.
Murray fez campanha aberta contra a candidatura do Rio como sede olímpica. Para isso, usou de seus contatos na comunidade olímpica e de seu blog pessoal. “O Brasil tem outras prioridades e carências sociais para serem resolvidas, como educação, saúde, esporte para todos, habitação”, diz. O alto custo do evento, estimado em R$ 25 bilhões, as carências na infraestrutura do Rio em áreas como transporte e habitação, a falta de políticas públicas para o esporte e o temor de que os investimentos não se revertam em benefícios para a população são alguns dos problemas apontados por ele.


Essas informações foram retiradas do sait: http://albertomurray.wordpress.com/

Dai migalhas aos pobres...

Pasmem, ao espiar hoje pela net os debates Pós X Contras Olimpíadas de 2016 no Rio, percebi que parte dos internautas que se lançam no debate tem se apoiado em um argumento muitíssimo delicado (confesso, não sei se este é o adjetivo mais adequado), alegam que graças aos mega-eventos o Brasil receberá um investimento indireto público em saúde, educação, segurança pública, entre outros(parte do legado dos jogos), que não se concretizaria, jamais, sem a presença desses espetáculos por aqui.

Um dos internautas deixou grafado em um blog: "Além disso, caso o Rio de Janeiro não fosse escolhida para sediar os Jogos Olímpicos de 2016, todas as cifras citadas pelo sr, seriam, por acaso, investidas em educação, saúde, infra-estrutura e tantas outras carências que o nosso país possui??"


É exatamente isto que tem me preocupado. Ao ler comentários como esses me pergunto: É positivo admitirmos que se nosso país não tivesse ganho a oportinidade de sediarum mega-evento esportivo continuarimos sem investimento em educação, saúde etc? Isso me parece uma atitude de aceitar subservientemente a picaretagem instituida nesse país. Lembra aquelas histórias (contadas por nossos colonizadores, claro) do índiozinho que ao ganhar um espelhinho ou um tecido europeu entregava toda riqueza de sua terra. Não dá! Justificar a realização de um evento de tal porte num país que não investe na formação de uma cultura esportiva já é dificil, agora, vislumbrar nisso a única possibilidade de migalhas políticas para setores como educação, saúde e segurança publica é um tiro no pé...

sábado, 24 de outubro de 2009

Abaixo à baixaria na TV!

No último dia 18 foi celebrado o “Dia nacional contra a baixaria na TV”. Nessa data, impulsionada pela campanha “Quem financia a baixaria é contra a Cidadania”, o programa Ver TV, apresentado pelo jornalista e professor de comunicação, Lalo Leal, foi totalmente dedicado à temática trazendo para a discussão os mais variados assuntos sobre o meio, de programas infantis ao jornalismo, passando pela importância de se abrir o debate à população brasileira.

Também foram apresentados os cinco melhores programas da TV aberta brasileira, escolhidos por meio de uma enquete realizada em Brasília e pela internet. Os melhores foram: CQC (TV Bandeirantes; Altas Horas (TV Globo); Castelo RáTimBum (TV Cultura); Roda Viva (TV Cultura) e Observatório da Imprensa, (TV Brasil).

Os programas jornalísticos apareceram em massa, enquanto o único infantil escolhido foi um programa reprisado feito há mais de dez anos! Ninguém nega a qualidade do Castelo RáTimBum, que foi dirigido pelo talentoso Cao Hamburguer. O que chama atenção é falta de coisas novas na TV, e aí não só nos infantis como em outros gêneros.

E os programas esportivos?

No XVI Ranking da Baixaria na TV eles aparecem, e em primeiro lugar! O programa com o maior número de denuncias fundamentadas foi o "Jogo Aberto" (TV Bandeirantes). Veja o ranking completo aqui.

A discussão valeu para pensar sobre diversas problemáticas que envolvem a mídia, entre elas, a contribuição efetiva do povão.

Segundo Pedrinho Guareschi, um dos convidados do programa, para garantir a participação popular nesse espaço, a alfabetização midiática é fundamental. Outro ponto apresentado, dentre vários, foi a importância da veiculação do debate sobre a mídia na própria mídia, uma vez que é por ela que a população se informa.

Cabe aqui uma frase muito bacana de autoria de Herbert de Souza, o Betinho, citada na contracapa do livro “Mídia, Educação e Cidadania”, de Guareschi, publicado em 2003 (que peguei emprestado na biblioteca do Labomídia):

"O termômetro que mede a democracia numa sociedade é o mesmo que mede a participação dos cidadãos na comunicação"

Uma oportunidade para conhecer melhor como é, e como deverá ser a legislação da comunicação brasileira será a Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) que, segundo o Portal Imprensa, teve a data de realização alterada (novamente). Será de 14 a 17 de dezembro na minha linda e seca cidade: Brasília.

Aqui nesta também linda, só que úmida cidade, Florianópolis, a Conferência Estadual está marcada para 7 e 8 de novembro, de acordo com a agenda do Comunica SC.

A campanha "Quem financia a baixaria é contra a cidadania" é uma iniciativa da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, em parceria com entidades da sociedade civil. Criada em 2002, tem como objetivo o incentivo à qualidade da programação televisiva além de ser um canal para a denuncia de programas que desrespeitam os direitos humanos.

Quem perdeu o programa poderá assisti-lo na internet, no site da TV Câmara que, geralmente, posta os programas umas duas semanas após a veiculação na TV.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Gastos para Copa e Olimpíada somam quase R$ 130 bi

Recebi essas informações hoje por email, achei legal então lá vai como disse o colega para conhecimento e indignação!!

As obras para abrigar a Copa do Mundo, os Jogos Olímpicos e a exploração do pré-sal vão exigir um enorme esforço do Brasil em investimentos. Estima-se que só os dois principais eventos esportivos do mundo vão demandar quase R$ 130 bilhões em infraestrutura, reforma e modernização de estádios e urbanização - valor bem acima dos R$ 116 bilhões investidos em toda economia (sem considerar as estatais), entre 2003 e 2009, pelo governo Lula, diz estudo do economista José Roberto Afonso, ligado ao PSDB.

Além dos dois eventos, outros projetos ambiciosos vão requerer investimentos bilionários nos próximos anos, como a exploração do pré-sal, o financiamento à indústria nacional para atender à Petrobras (estimado em US$ 400 bilhões). Sem contar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida.

Entre os especialistas, a dúvida é de onde virá tanto dinheiro. "Diante do histórico de baixo investimento, o governo precisa mostrar de forma clara o que fará para ser mais eficiente. Ou correrá o risco de não fazer os projetos necessários aos eventos esportivos e outras obras para garantir o crescimento sustentável do País", diz Afonso.

A preocupação do economista tem fundamento. Isso porque, apesar do forte apetite da iniciativa privada pelo Brasil, a grande maioria dos projetos da Copa e da Olimpíada terá de ser bancada com recursos públicos. Com a falta de capacidade de muitos municípios e Estados, é provável que o governo federal tenha de arcar com fatia expressiva dos investimentos ou usar recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), destaca o presidente do Sindicato da Arquitetura e Engenharia, José Roberto Bernasconi.

No caso dos estádios, o governo federal já disse - pelo menos por enquanto - que não vai injetar nenhum centavo, mas abriu uma linha de crédito de quase R$ 5 bilhões no BNDES para as obras. Mas os Estados querem mais. Além de empréstimos, esperam por recursos do PAC. "Do jeito que está à equação não fecha", alerta o economista Raul Velloso, especialista em finanças públicas.

Na opinião de Velloso, para atender toda a demanda do mercado, o BNDES não escapará de nova captação ou elevação do capital com dinheiro do Tesouro. Isso se não tiver de fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Além das obras dos eventos esportivos, o governo já sinalizou que o desenvolvimento da indústria nacional para atender a Petrobras será financiado pelo banco estatal. Mas ainda não definiu como vai fazer novas capitalizações no banco.

O Trem de Alta Velocidade (TAV, com R$ 34 bilhões), a Usina de Belo Monte (R$ 16 bilhões) e outros investimentos das estatais também serão financiados pela instituição. Velloso destaca que, no caso de o BNDES fazer captações no mercado, há limites de capacidade que precisam ser obedecidos. O mesmo ocorre com a capitalização do Tesouro, que significaria aumentar o endividamento público.

"Acredito que uma parte dos projetos terá de ser feita por meio do regime de concessão. Recurso público sozinho não segura toda essa necessidade de investimentos nos próximos anos", afirma o economista Amir Khair, especialista em finanças públicas. Ele acredita, no entanto, que a retomada da economia deverá fortalecer a arrecadação dos governos e melhorar as contas públicas. "Normalmente, as receitas crescem até 2 pontos porcentuais acima do PIB."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A preparação Olímpica no Rio já acontece há anos revela jornal

Não podia deixar de postar essa....Em qual modalidade vocês acham que os "atletas" cariócas serão campeões? Eu aposto na Luta Greco-Romana e no assalto triplo!!!



Também extraído do Blog do Juca: http://blogdojuca.blog.uol.com.br/images/capa_610.jpg

Sapiência

No momento de maior euforia que esse país já viu, o anúncio do Rio de Janeiro como cede dos jogos olímpicos de 2016, um dos mais renomados jornalistas esportivos de nosso país se manifestou em poucas palavas, e, claro, com o dedo na ferida...

A vitória da ficção (Juca Kfouri)

O Rio ganhou!
É como um sonho.
A vitória se deve a um trabalho inegavelmente competente.
E que já custou mais de 100 milhões de reais de dinheiro público.
Um verdadeiro show.
Show.
De verdade mesmo, pouco, quase nada.
A não ser o sonho.
Que, tomara, não repita o pesadelo do Pan-2007.

http://blogdojuca.blog.uol.com.br/arch2009-09-27_2009-10-03.html
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Sapiência, muita sapiência é o que partilho aqui hoje. Já dizia Rubem Alves que a sapiência é fogo para transformar o mundo em comida, objeto de deleite. Sábio é aquele que degusta...

TODOS TOMAREMOS SOMA!

Na ficção de Huxley, o Soma não era apenas um gerador de visões e um tranquilizante, era um estimulante do espírito e do corpo, produto de euforia, libertação da tensão e ansiedade.
Por que não admitir que esse prazer hoje temos a partir do menu que o discurso midiático oferece. No Admirável Mundo Novo, o ópio, ou antes o Soma, era a religião do povo. Como religião, a droga tinha o poder de consolar e de compensar, criava visões de outro mundo, de um mundo melhor, dava esperança, fortalecia a fé e promovia caridade...
Na real, Huxley constatava que a farmacologia, a bioquímica e a neurologia já evoluíam sem parar, com as novas descobertas químicas, que podiam ser usadas para o bem ou para o mal. Poderiam auxiliar contra doença mental ou ajudar um ditador qualquer na sua luta contra a liberdade...
O Soma, portanto, se transformou em metáfora na sociedade contemporânea. Basta pensarmos no que nos consola na vida cotidiana? O que nos faz rir? O que nos relaxa? O que faz com que realizemos outras leituras das coisas? Já foi o álcool (ou ainda tem sido), as drogas ilícitas, os antidepressivos, os lexotans, o prozac e, mais do que nunca, tem sido, a pílula enunciativa dos suportes midiáticos... as mensagens culturais...
E por que estamos falando disso tudo?
Por que, ao observar um enunciado produzido dentro dessa guerrilha semiológica mimética diária, num veículo impresso, como a Gazeta do Povo (Curitiba) vejo por exemplo a manchete de capa: “Começa a corrida para decolar o Brasil olímpico.”
Essa corrida só “começou”, porque surgiu o enunciado construindo a corrida. Haveria já essa corrida? A enunciação jornalística é que acaba dando um estatuto de existência às coisas, mesmo elas ainda não ocorrendo de fato. Narrou-se, então passou a existir. Ou seja, se a notícia é um fragmento de aparência, que se constitui por uma ação, uma transformação ou uma enunciação, sendo que esta última se encarrega de sinalizar as outras duas (podemos dizer que a bolsa caiu, mesmo sem ter caído de fato...), então realmente, quem irá ter tempo de duvidar ou discordar de que não começou a corrida para a decolagem do Brasil Olímpico...???
Como dizia o Macunaíma, em seu conhecido jargão: “Ai que preguiça...” de ver tudo isso... Queria mesmo era entrar numa cuba de vidro, assim como aquela em que Neil, de Matrix, acopla-se a tubos...naquela plantação humana!!!
Ou poderia mesmo vestir aqueles super-óculos ultravision, que me fornecessem outras visões, que me fizessem protagonizar outras narrativas, como num game...Queria ser um Gamer.
Serão sete anos em que estaremos estagnados, nessa contagem regressiva para a grande narrativa mítica... a grande mudança de paradigma.
Para o tudo. E para o nada. O tudo de alguns. O nada de muita gente. Mas qual será o proveito disso? Para o torcedor, para o espectador...é a distração, a pauta para as conversas do outro dia, o pretexto pra não trabalhar, a ocasião de confraternizar. E para nós, observadores, muito pasto pra ruminar. Será impossível morrer de tédio com todo esse mercado de bens simbólicos nos engolindo...
Por favor, dêem-me um outro Soma. Eu quero o Anti-Soma, o contra-veneno!!!
Este tipo de Soma (a narrativa midiática) nos anos 80 e 90 já foi a novela, a propaganda política, agora será a editoria de esporte fundida com a geral, com a política, com a cultura, com a economia...
Crê-se que até aquelas teorias sobre o fim do mundo em 2012 etc serão esquecidas durante este tempo...
Teremos mais alguns anos pela frente, pelo menos...
O mundo pode acabar tranquilamente pós-2016...
Pra encerrar mais esse episódio, lê-se logo abaixo da manchete do mesmo jornal, a linha de apoio, que aniquila de vez: “A escolha do rio como sede dos Jogos de 2016 reaviva a esperança de uma política pública voltada à formação de atletas. Pólos esportivos poderão ser beneficiados por projetos como o Rede de Cidades Olimpíadas.”

Este é o soma que vamos absorver pouco a pouco, como acqua toffana, aquele veneno renascentista que nos desintegrava aos poucos... sem sentirmos...
Pra combater esse Soma, vamos descobrir alternativas, uma outra substância que o neutralize, o Anti-Soma

Recupero aqui, trecho de um conto dos anos 70, de Caio Fernando Abreu, do livro Pedras de Calcutá:

“E vai entendendo por que os ladrões roubam e por que os assassinos matam e por que alguns empunham armas e, mais além, vai entendendo também as bombas e também o caos, a guerra, a loucura e a morte.”

Prefiro, então, acreditar que isto seja apenas um surto apocalíptico momentâneo de minha parte. Perdoem-me...

Na próxima semana, com menos dramaticidade, estaremos às voltas com as REPRESENTAÇÕES DAS OLIMPÍADAS nas HQs de Walt Disney!!!

To be continued...

Jaca-abraço

domingo, 18 de outubro de 2009

E o Rio de Janeiro continua lindoooooooo.... vejam as maquetes...












Projetos para o Rio de Janeiro em 2016....estão esquecendo do contexto cultural, da arquitetura (favelas e demais coisas gritantes) em volta dessas "maquetes", das pessoas pedindo esmolas ao redor, da pobreza humana...
E o Rio de Janeiro continua lindo.... aos olhos de quem o vê por maquetes....ao lado desses lugares, encontra-se a Presidente Vargas, a Avenida Brasil... a favela.. tais locais precisando de tantas outras coisas e ainda vão gastar o dinheiro público com melhorias desnecessárias.. ou melhor, necessária para a elite!!!

Olha os caras!!!


O Mauro nos fez a bondade de mandar a foto do lançamento/autógrafos do livro dele, do qual o Diego e eu temos o privilégio de ser colaboradores num capítulo.

(BETTI, Mauro. Educação Física escolar: ensino e pesquisa-ação. Ijuí: Ed. UNIJUI, 2009)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Pessoal, já estava tentando postar algo há algum tempo, mas não estava conseguindo.. agora consegui!!!

Achei essa matéria importante.. quem ainda não viu.


Legados ou Largados???

OLIMPÍADA DE 2016 - [ 07/10 ]
Universidade recupera aparelhos de ginástica do Pan de 2007
Cruzeiro On Linse

Dois conjuntos completos de aparelhos de ginástica artística, avaliados em R$ 2 milhões e comprados com verba pública para o Pan-Americano do Rio, em 2007, estavam pegando poeira num depósito do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Estavam. Eles saíram de lá há três meses, graças a uma solicitação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a fim de utilizá-los a partir de dezembro, após a reforma do Centro Esportivo de Educação Física.

Ao ler nos jornais que os equipamentos estavam sem uso, o diretor do Instituto de Educação Física da Uerj, Edson Ramos, decidiu requisitá-los ao COB e conseguiu recuperar essa herança do Pan. "Os conjuntos são de primeira linha e estão em excelente estado", disse Ramos, ex-jogador da seleção de basquete, na década de 1960.

A Uerj e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estão de braços dados para marcar presença nos Jogos Olímpicos de 2016. As duas principais universidades públicas do Rio prometem revelar talentos, incentivar a pesquisa científica voltada para o desenvolvimento do esporte e oferecer espaço para o treinamento dos atletas que vão disputar a Olimpíada.

..........

E essas promessas continuam.. sempre foram lançadas ao ar, mas nem sempre foram concretizadas.. a não ser qdo era de interesse da elite.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Campanha para moralizar a política brasileira

Fugindo um pouco dos últimos assuntos aqui postados, mas muito relacionado à tudo que vem sendo dito, aproveito para postar aqui a figura acima que talvez seja uma boa opção para quem pensa em alternativas políticas para o país. Sempre que falamos em mega eventos, a questão política - e a corrupção - costumam aparecer em nossas falas, em nossos textos. Por isso, quem sabe o que a figura sugere não seja uma das saídas? Ano que vem é ano eleitoral e portanto, fica a dica... abraço a campanha! E vocês???

(Peço desculpas mas não copiei os créditos da figura).

PS.: lembrem-se das figurinhas carimbadas: Sarney, Collor, Maluf etc etc etc...

sábado, 10 de outubro de 2009

AGENDAMENTO OU PROFECIA?

Fico pensando nos deslizamentos de sentidos já decorrentes desde a primeira difusão do primeiro enunciado jornalístico sobre a, então, conquista da condição de lócus das Olimpíadas 2016, no Rio de Janeiro e os seus mais recentes desdobramentos - intertextos, crônicas, charges, paráfrases, paródias, citações, referências, digressões históricas, menções, alusões, presságios, cogitações, promoções, rifas, book-makers etc, enfim tudo o que já foi produzido discursivamente sobre o tema. Já presumo que estamos não apenas diante do mito midiático da semana, nem do mês, nem do ano, mas dos próximos sete anos...

Este será um dos agendamentos mais longos da história, pois delimita temporalmente um evento, que o faz soar não só como uma mudança de paradigma social, mas como um agente catalisador para a unção das boas e providenciais ações humanas.
Estamos diante de um dilema: será que estaremos durante este tempo sob persuasão química ou subconsciente?

Ilustro a indagação de hoje com o pensamento de Aldous Huxley, no seu Regresso ao Admirável Mundo Novo (1959), um livro de ensaios, no qual retomava algumas das "profecias" do seu romance Admirável Mundo Novo (1932). Segundo ele, essas "profecias" estavam a ser realizadas graças ao progresso científico, no que diz respeito à manipulação da vontade de seres humanos.
Na narrativa, ele apresenta um futuro em que as pessoas eram pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a viverem em harmonia com as leis e regras sociais, dentro de uma sociedade organizada por castas.
Além de ficção, Huxley não fazia ensaísmo apenas para registrar experiências alucinógenas, como em As Portas da Percepção (1950), mas retomava suas teses proféticas sobre comportamento e controle social, ou seja, postulava e constatava o que já poderia estar acontecendo com a sociedade, por causa do avanço da ciência e da tecnologia, deixando legados, seqüelas etc.
E assim prosseguiu, dissertando sobre as artes de vender, distinguindo propaganda na ditadura de propaganda na democracia (em que associava os processos de construção do discurso propagandístico às teorias de Pavlov e Skinner); também tratou desses dois tipos de persuasão: a química e a subconsciente... culminando então no atroz capítulo sobre Lavagem Cerebral.

A noção de subconsciente não coincide nem com a concepção psicanalítica e nem com a neurofisiológica...era algo à parte, talvez sinônimo de subjacente ou subliminar...
A noção de persuasão química era algo mais interessante ainda, pois essa química, a que o autor nomeava, não era algo que se referisse ao orgânico ou inorgânico, mas uma metáfora desse todo. Exemplificava com o uso da droga Soma que, na sua ficção, substituía o uísque, o tabaco, a heroína proibida e a cocaína de contrabando. Dizia que "os bebedores de Soma sentiam alguns efeitos benéficos, os seus corpos robusteciam-se, os seus corações enchiam-se de ardor, de alegria e entusiasmo, os seus espíritos enchiam-se de lucidez e, numa experiência imediata da vida eterna, recebiam a certeza da imortalidade."

Mas o Soma era uma droga perigosa, os mortais vulgares podiam até morrer, devido à grande dosagem. Enfim, a experiência causava uma felicidade e tal luminosidade no sujeito que, ao beber, a condição de sua absorção era encarada como um grande privilégio. Se ingerida em pequenas doses, dava uma sensação de felicidade; em doses maiores, fazia-os terem visões e, se engolissem três pílulas, cairíam, após alguns minutos, num sono refrigerante. No romance de Huxley, o hábito de tomar Soma não era um vício privado; era uma instituição política, era a verdadeira essência da Vida, da Liberdade e da Busca da Felicidade garantidas pela Declaração de Direitos.
Então podemos entender o Soma como um signo figurativo que, aos olhos de hoje, nessa “sociedade da informação e da globalização”, é o seu próprio conducto. Ou seja, a persuasão química a que Huxley assistia (ou previa...) era essa a que hoje nós nos sujeitamos pelo conducto midiático. Não é o mesmo tipo de substância, e também o modo de absorção é outro. Mesmo assim, vamos chamá-lo dessa forma. Eco trataria de guerrilha semiológica e falação, Barthes em fabulação e narrativa...

E agora, como amarrar Huxley e o Soma à produção midiática que agenda as Olimpíadas 2016... elementos da ficção profética e fragmentos do discurso midiático???

Pensem nisso esta semana, pois na próxima coluna TODOS TOMAREMOS SOMA!! tentarei mostrar algumas amarras possíveis...

Por enquanto é só, pessoal,
ou como nos créditos finais dos episódios seriados,
to be continued...


Jaca abraço a todos

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Ufa! Tem mais gente no mesmo barco...

Como o tema das Olimpíadas 2016 ainda está dando muito o que falar, e esta também será a tônica do discurso midiático (não só esportivo!) por vários anos a partir de agora, aproveito para fazer mais uma postagem sobre o que já vimos discutindo e trocando ideias por aqui.

Desta vez, peço licença para copiar o que li no "Pensata" da Folha pois muito me identifiquei com a opinão do autor, pela sua sensatez e pelo seu posicionamento em meio a tudo isso. Felizmente, trata-se de mais um que não aderiu ao dogmatismo (irresponsável) que caracteriza este momento histórico do Brasil. É tanto dinheiro e tanta emoção, que o contribuinte nem liga se o governo segura seu imposto de renda ou não! (hehehe). Leiam até o final e vejam meu questionamento lá embaixo (destaquei em cor azul)... boa leitura, boas reflexões!

Pesadelo olímpico
Eu sinto por dar uma de estraga-prazeres, mas essa história de Jogos Olímpicos no Rio pode ser a maior vitória de Pirro da história desde que o próprio Pirro destruiu os exércitos romanos na Batalha de Ásculo, em 239 a.C. O pior é que 90% do que li na imprensa são relatos ufanistas de como o Brasil do futuro venceu as potências decadentes, a começar dos norte-americanos, que, apesar de terem mobilizado o próprio Barack Obama, experimentaram humilhante derrota. (Pensando bem, talvez seja melhor assim; que festejemos agora, pois ainda teremos muitos anos para lamentar o dia em que o Rio de Janeiro foi escolhido para sediar a competição de 2016).

Uma imagem exibida pela TV durante a cerimônia de anúncio da cidade vencedora traduz muito bem os meus receios: ali, em meio a Lula, Pelé, Paulo Coelho e outros cabos eleitorais do Rio, despontava Henrique Meirelles, presidente do Banco Central do Brasil. Que diabos um presidente de BC faz numa solenidade essencialmente esportiva? O meu temor é o de que ele tenha viajado a Copenhague como garantia de que o Brasil não hesitará nem mesmo em girar a maquininha de fazer dinheiro, se isso for necessário para a realização dos Jogos. Não sei se isso faz ou não parte do espírito olímpico, mas é fato que não faz parte do espírito de responsabilidade que deve orientar a finança pública.

Dizem que um povo que não conhece a sua história está fadado a repeti-la. Isso é uma tremenda de uma bobagem. É perfeitamente possível que uma nação ignore o seu passado e jamais o reencene, da mesma forma que pode conhecê-lo à perfeição e, ainda assim, recair nos mesmos erros. Em todo caso, a máxima vale por nos lembrar de conferir os precedentes. E é exatamente aí que o sonho olímpico dá lugar ao pesadelo.

Tomemos o caso dos Jogos Pan-Americanos de 2007. Um quinquênio antes, em 2002, quando da candidatura do Rio de Janeiro a sede da competição, o Comitê Olímpico Brasileiro estimara o total de gastos em R$ 414 milhões. A maior parte seria bancada pela prefeitura. Cerca de 20% dos recursos viriam da iniciativa privada. Ao fim e ao cabo, a brincadeira saiu por R$ 3,7 bilhões --nove vezes mais. Evidentemente, mais da metade do dinheiro saiu das burras federais; praticamente nada veio de empresas particulares.

Se aplicarmos o mesmo fator 9 aos R$ 30 bilhões agora orçados para as Olimpíadas, a conta ficará em módicos R$ 270 bilhões. Mas talvez o buraco não seja tão grande. Não sou um especialista, mas a estimativa de R$ 30 bilhões me parece um pouco menos irrealista do que os R$ 414 milhões do Pan. O número atual pelo menos não está a muitos anos-luz de distância do que outras cidades gastaram. Em Pequim 2008, estima-se que tenham sido consumidos R$ 72 bilhões (ditaduras como a chinesa não costumam trabalhar com contas abertas). O plano para Londres 2012 prevê gastos da ordem de R$ 34 bi. Lanço desde já meu bolão Rio 2016: Em quantas vezes o orçamento da competição vai estourar? Meu palpite, contido, é 4.

Antes de prosseguir, é melhor destrinchar um pouco a estrutura financeira da organização de uma Olimpíada. Existe o chamado orçamento Cojo (Comitê Organizador dos Jogos), que diz respeito à parte esportiva propriamente dita mais as cerimônias de abertura e encerramento, e o não Cojo, que alimenta os investimentos em infraestrutura. No caso brasileiro, o Cojo foi estimado em R$ 5,6 bilhões e o não Cojo em R$ 23,2 bilhões.

Para a parte Cojo, calcula-se que 30% dos gastos sejam bancados pelo Comitê Olímpico Internacional; 45% pela venda de ingressos, direitos de transmissão do evento e licenciamento de produtos; e 24% divididos em partes iguais pelas três esferas de governo. É possível até que a empreitada dê lucro, dependendo de qual for o real interesse de anunciantes pela competição. Vale, porém, observar que em Londres o setor público não está por enquanto colocando um penny no orçamento Cojo.

A conta pesada mesmo é a da infraestrutura, que, ao que tudo indica, acabará recaindo em grande parte sobre o governo federal. E aqui entra a questão da justiça tributária. Não há muita dúvida de que os Jogos acabarão beneficiando diferentes pessoas em diferentes proporções. Nem vou mencionar as empreiteiras e políticos, em especial os ligados ao Comitê Organizador, cujos ganhos tendem a ser obscenos. Mesmo no mundo que fica à margem da corrupção, alguns setores do Rio como o hoteleiro e de turismo devem faturar alto. Atividades relacionadas, como o comércio em geral, também devem ver seus ganhos ampliados. Até os cariocas comuns sairão no lucro, se projetos como a ampliação do Metrô e a despoluição da baía da Guanabara saírem do papel --ao contrário do que ocorreu no Pan.

Alguns evidentemente poderão perder muito, se tiverem o azar de sofrer uma desapropriação ou sabe-se lá o quê. Tudo isso, é claro, sem falar no transtorno de sete anos de obras.
O problema é justamente que existe uma apropriação privada dos benefícios, enquanto os investimentos acabam sendo divididos por todos os brasileiros. Por que o contribuinte do Acre precisa subsidiar pesadamente um evento que vai ser bom quase que exclusivamente para os habitantes do Rio (se é que vai mesmo)? É o famoso comunismo às avessas: privatização dos lucros e socialização dos prejuízos.

Para tentar minorar um pouco os efeitos dessa "redistribuição de débitos", o Reino Unido criou um imposto especial que é cobrado aos londrinos, com vistas a reduzir o fardo que cairá sobre porções do país que não se beneficiarão (nem em teoria nem na prática) dos Jogos. Por aqui, não se escuta nem uma palavra sobre o assunto.

Não me entendam mal. Não estou em campanha contra o Rio. Idêntico raciocínio vale para os "investimentos" na Copa, que incluem São Paulo e outra grandes cidades. Só não fiz uma coluna para vilipendiar a competição futebolística porque estava em ano sabático quando nossa "vitória" foi anunciada.

Cuidado. Não me conto entre os que acham que o Brasil não pode dar nenhum passo um pouco mais extravagante enquanto não tiver erradicado o analfabetismo e baixado a mortalidade infantil a níveis civilizados. O problema, parece-me é o acúmulo de gastos, vá lá, inessenciais empenhado pelo atual governo: 30 bi nas Olimpíadas, outros 30 na Copa, e mais várias dezenas de bilhões na compra de caças e submarinos franceses, para citar apenas casos que andaram frequentando as manchetes dos jornais.

Fazer política é estabelecer hierarquias e definir perdedores e vencedores. É incrível a capacidade de Lula de criar um megaexército de perdedores e fazê-los crer que são vencedores. Se continuar assim, vou acreditar mesmo que ele ainda vai, como jocosamente prometeu, trazer para o Brasil os Jogos Olímpicos de Inverno. Pensando bem, com mais R$ 30 bilhões, não deve ser tão difícil assim fazer nevar por um par de semanas em Campos do Jordão, Petrópolis ou Garanhuns.

Hélio Schwartsman, 44, é articulista da Folha. Bacharel em filosofia, publicou "Aquilae Titicans - O Segredo de Avicena - Uma Aventura no Afeganistão" em 2001. Escreve para a Folha Online às quintas.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/helioschwartsman/ult510u634797.shtml

Para terminar: uma das coisas que estou percebendo é o enfoque às questões de infra-estrutura, política e economia. O que acham de começarmos a pensar nas possibilidades de (re)leitura do esporte no âmbito da Educação Física escolar?

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

CONFEF e RIO 2016




Pessoal, olha que perigo isso? o CONFEF mostrando suas garras. o discurso é aquele que já comentamos no blog. A escola vai pagar o pato... Educação Olímpica.
Putz... FORA CONFEF. (para ver a imagem ampliada click na foto)
Abraço
Daniel Xibaba

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Um pouco mais sobre o dogmatismo em relação às Olimpíadas 2016


Aproveitando a postagem do Fernando, denunciando o dogmatismo, acrescento mais uma opinião que é muito formadora de opinião, às vezes até da minha. Trata-se da escritora, cronista e poetisa Martha Medeiros, a qual admiro muito e que andou postando, em seu blog, uma opinião sobre tudo isso que está acontecendo em relação à candidatura carioca à sede dos Jogos Olímpicos de 2016.


(...)
Da França pro Rio de Janeiro: as Olimpíadas se confirmaram e o Brasil já está dividido entre aqueles que estão possessos com a gastação que vai rolar e aqueles que consideram que haverá investimento no esporte, na infra-estrutura e na auto-estima do país. Eu jogo no segundo time. Essa choradeira contra o Brasil sediar as Olimpíadas me lembra aqueles que torceram contra a seleção canarinho na Copa de 1970 para não fortalecer ainda mais a imagem de um governo ditatorial, como era o do Médici. Se o Brasil não tivesse vencido o tri-campeonato mundial, a ditadura teria terminado? Ora. Claro que o ufanismo costuma nublar a realidade, mas também não acho certo perdermos toda a alegria em troca de um manifesto contra nossa política sem-vergonha. Uma festa olímpica dessa magnitude gera emprego, turismo, reformas, saneamentos, transporte, ou seja, tem seu lado positivo. Na educação e saúde, que é o que mais precisamos, realmente, não haverá diferença, infelizmente. Mas não consigo boicotar um acontecimento esportivo por razões políticas. A batalha por moralidade tem que acontecer todos os dias, com ou sem Olimpíadas, e ela começa pelos nossos próprios atos cotidianos. Vamos criar filhos honestos e a gente já vai estar dando uma grande contribuição para o futuro do país. Enquanto isso, que venham os recordes e medalhas.
(...)

Preocupante não? Priorizar recordes e medalhas em detrimento, "apenas", das nossas tão maltratadas educação e saúde...

Também defendo a questão da moralidade - todos nós que pensamos em seres mais esclarecidos e autônomos pensamos nisso! - mas acredito que devemos ser menos ufanistas em momentos de complexidade como este! Pensar apenas nos (possíveis) aspectos positivos dos Jogos (geralmente ligados aos aspectos econômicos - renda, turismo, emprego, investimentos) é ter uma visão reducionista de tudo que está acontecendo e vai acontecer...

Ah... deixei meus comentários no blog dela, claro! Mas lá a coisa é limitada...

Seguimos...

Resultado de nossa enquete sobre o ENOME

Caros leitores,

hoje encerramos nossa primeira enquete do blog, relacionada as opiniões sobre o 1° ENOME - realizado em Aracaju. Nossa enquete contou com 15 votos, todos eles classificando nosso evento como Muito Bom!

Agradecemos a todos que participaram desse levantamento!!!!

Não perca nossa nova enquete que já esta rolando na barra lateral.

Mais sobre a copa de 2014...Trem bala-perdida


Esta na mídia...uma das principais promessas de investimento para a Copa de 2014 no Brasil é a ligação terrestre rápida entre Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro por meio de um Trem Bala - TAV. No entanto, um estudo desenvolvido por um consórcio britânico-nacional, ora divulgado pela ANTT (www.tavbrasil.gov.br) indica que o empreendimento poderá ser um “trem-bala perdida”.

Entre os argumentos que preveem que o tiro pode sair pela culatra estão as considerações a cerca de que: a)A proposta do estudo privilegia o primeiro público: o TAV é uma ligação entre Viracopos, Guarulhos e Galeão, passando por São Paulo. Com isso atenderia, prioritariamente, os viajantes de voos internacionais para conexões internacionais ou nacionais. Esses não teriam a opção do modo aéreo, pois as ligações terrestres decorreriam da saturação de capacidade dos respectivos aeroportos. A opção no caso está nos investimentos: ampliar os aeroportos ou implantar um trem de alta velocidade? b)O TAV não é viável apenas com a movimentação de conexão e de redistribuição de passageiros de voos. O segundo principal público seria o dos que moram nas bordas das respectivas regiões metropolitanas e trabalham nessas. Moram em Campinas e trabalham em São Paulo e vice-versa. Moram em São José dos Campos e trabalham em São Paulo e vice-versa. Moram no Vale do Paraíba e trabalham no Rio de Janeiro e vice-versa. Esse público teria acesso a este transporte após os jogos? Quais seriam os custos para o trabalhor brasileiro?

Para saber mais sobre o assunto e outras "dúvidas" envolvendo a Copa de 2015 não deixe de acessar o blog "a verdade da copa 2014", no link http://averdadedacopa.zip.net/

Vamos ampliando nossa rede...

Um abraço a todos!!!

Diego

Começaram as mordidas na Viúva

Parafraseando o Gaspari, a Viúva (erário público) já começa a sofrer ataques especulativos ("mordidas") por conta dos eventos esportivos que vão se realizar por aqui.
Todos lembram Ricardo Teixeira, Presidente da CBF, dizer que a Copa do Mundo não teria dinheiro público.
Pois bem, cidades que brigaram com unhas e dentes (e algumas baixarias) para serem sedes da Copa, agora ficam exigindo (este é o verbo, verão pela postagem a seguir) dinheiro do governo federal para fazerem aquilo que disseram (e juraram) que iriam fazer...
Está no www.clicrbs.com.br :

"Prefeitura quer liberação de dinheiro público em vez de empréstimos

Se o Inter espera pelas condições do BNDES, a prefeitura de Porto Alegre reclama da falta de liberação de dinheiro público para obras de infraestrutura. O vice-prefeito e secretário extraordinário da Copa, José Fortunati, chiou ontem em relação ao que considera descaso com o Mundial.

– O governo federal está brincando com a Copa. Está mais preocupado com a Olimpíada do Rio/2016. Tem que rever a posição e colocar recursos seus. Para Porto Alegre, está lavando as mãos – criticou."

Pra terminar, um ditado castelhano: quien los pariu, que los crie, pois não?

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O Novo Dogmatismo

O novo dogmatismo atende pelo nome de Rio 2016. A profissão de fé não aceita votos contrários e seu proselitismo invade os lares cotidianamente através dos sacerdotes imaculados que, trajando o manto da boa vontade e do bem comum, recitam o coro megalo-intransigente de que o circo arme a lona, ainda que não haja pão, tampouco lugar para todos. Aqueles que não tem fé, vão arder na fogueira da insanidade ou purgar no pessimismo dos ineptos.

Hoje, no culto midiático ordinário realizado as 13:00hs, as crianças foram chamadas a ler a cartilha. Na beira da piscina, as meninas de 10 anos de idade – muito bem alimentadas, ainda bem – renovaram o sonho mítico-nacional de atingir o céu participando do grupo dos eleitos para o rito final de 2016. Ao nadar sincronizadamente como os anjos – desviando a atenção apenas para as boas notas na escola e/mas com o apoio incondicional de pais, treinadores, cartolas e outros experts –, passam os dias a dar cambalhotas ritmadas na infância roubada do treinamento; faça chuva, ou faça sol.

Mas a fé remove montanhas... E as promessas de futuro, boas, belas e insuspeitas, são a garantia do pleno desenvolvimento da alma, da fortificação do caráter e, quem sabe, dos resultados vitoriosos aos quais, ironicamente, os escolhidos pertencem. No slogam cíclico do reino eterno, “brincando nada, treinando para as Olimpíadas de” 2016, a doutrina de Estado reinventa o populismo democrático de direita do “Yes, we can” e reivindica aos fiéis (e infiéis) todos os esforços para que se cumpra o compromisso firmado diante dos “senhores dos anéis”. O contrato milagro-nacionalista não aceita indecisões. É o fim do “complexo de vira-latas” através da prova definitiva de DNA. Paradoxalmente, provar é tudo o que aqueles que se entendem como iguais não necessitam.

Por fim, o discurso sinuoso convoca a adesão obsessiva (ou a obsessão adesiva) e dogmática: em nome da verdade, da justiça, do bem comum, dos bons costumes... e, por certo, de um “punhado” de bilhões de dólares.

Ferbit

(mais um publicitário ato falho: a primeira postagem a gente nunca esquece!!!)

ANAIS DO XVI CONBRACE E III CONICE

Caros amigos (as):

Já está disponível os Anais do XVI CONBRACE (Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte) e III CONICE (Congresso Internacional de Ciências do Esporte) com todos os trabalhos apresentados... INCLUSIVE COM OS TRABALHOS DO MELHOR GTT (COMUNICAÇÃO E MÍDIA ,É ÓBVIO...) DO MUNDO!!!!!!

Segue o link:

http://www.rbceonline.org.br/congressos/index.php/CONBRACE/XVI/schedConf/presentations

Menino Morcego

Pessoal olha só que interessante, um menino cego consegue "ver"através de ondas formadas pelo eco (ecolocalização). Seria um ciborg? não, trata de uma técnica ensinada pelo "californiano Daniel Kish, de 43 anos, que fundou uma organização não governamental internacional de ajuda aos cegos".
Podemos associar técnica e tecnologia? seria uma forma de TIC?
Deixo a enquete aí para o grupo.
mais informações e um vídeo no link: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1330775-5603,00-MENINO+CEGO+USA+SONAR+PARA+SE+LOCALIZAR+E+ATE+JOGA+BASQUETE.html
http://www.youtube.com/watch?v=IXOqOyl7o4I
Abraço
Daniel xibaba.

domingo, 4 de outubro de 2009

Estamos de luto: morreu La Negra!

Num blog dedicado a análise da mídia esportiva (e a manifestos jacalabomidianos-libertários), peço licença para dizer que a maior cantora contemporanea de lingua espanhola nos deixou hoje. Morreu Mercedes Sosa, La Negra, a cantora da liberdade e dos direitos humanos.
Gracias a la vida, Me gustan los estudiantes, La carta, Alfonsina y el mar são algumas das pérolas da música latino-americana cantadas e encantadas pela voz dela.
Estamos de luto, mas é um luto bom, por termos tido a oportunidade de viver o seu tempo.
Viva La Negra, pra sempre Mercedes Sosa!

METALINGUAGEM JACA 1











Pra continuar nossa reflexão mais do que proveitosa, proponho um breve excurso semântico sobre o termo...já que é polissêmico. Se tivéssemos que fazer uma sintética descrição componencial semântica da expressão, pensaríamos que de simples fruto da jaqueira, que pode pesar até 15Kg, a jaca se transformou no parâmetro metafórico mais comum para referir-se a partes das formas humanas avantajadas, principalmente da região dos glúteos, por isso a construção midiática da imagem da mulher-jaca, que estaria além da mulher melancia...
Ao mesmo tempo, além de toda a variação dada às expressões decorrentes de "pé-na-jaca", que já foi até nome de novela global mal sucedida, encontra-se também a expressão "fiapo de jaca", para designar namorados lorpas, toscos...
E fuçando mais ainda no cyber-universo intergalático, vamos tirar o chapéu para aquele que, há 1 ano, já havia questionado a expressão usada pelo editor da Men´s Health, num link de answer do próprio yahoo, numas de " Dúvidas de sentido e significação". O leitor indagava: GENTE ME ESCLAREÇAM essa frase, não entendi... Por favor! o que é discurso jaca? E Libertário?"
Portanto, nossa eureka não foi tão eureka assim, a pólvora já tinha sido descoberta...Lamentavel mesmo é conferir as poucas tentativas de respostas, mais ingênuas do que as perguntas...Como por exemplo: Jacas-Libertários são "caras sem noção, às vezes insistentes em\nos assuntos sem importância- pessoas atoas que falam com prazer sobre sua aventuras desnecessárias"
Ou seja, esse leitor que respondia já estava lavado cerebralmente também, e entendeu o teor do editorial como um dogma inquestionável...

e assim sucederam grandes redes de equívocos...

ou será que somos, então, "sem-noção"...? Existe expressão mais arroz de festa do que essa: "sem-noção"???
Sem noção!

mas não seja por isso, este equívoco se desfaz aqui

Já nos apropriamos do termo e o ressignificamos de outra forma, talvez mais positiva, menos pejorativa....A partir de agora, designar-se um jaca-libertário passa a ser algo digno de orgulho, mérito e idealização!!! Nossos filhos orgulhar-se-ão da gente!! E dirão: "quando eu crescer, quero ser um Jaca-Libertário como meus pais..."
Um Jaca-Abraço

sábado, 3 de outubro de 2009

MOVIMENTO JACA-LIBERTÁRIO

Após o Enome e o Conbrace, ao voltarem para suas terras, os labomidianos tiveram que cair na real. Tristes, voltaram cantando "o sonho não acabou..." e outras trilhas beatniks, pois perceberam o quão jaca-libertários são.
E, afinal, o que é ser um jaca-libertário?
Apesar da alcunha ter surgido nos editoriais da Revista Men´s Health, para denominar pejorativamente os indivíduos que cometem excessos, que não têm disciplina quanto à nutrição, atividade física etc. e que portanto não são os leitores-modelo da revista, nós, do Observatório, resolvemos nos apropriar às avessas desse termo, por ter havido uma inusitada identificação com algumas de suas características...
A expressão Jaca, do senso comum, é já uma metáfora, cujo sentido foi gerado a partir do deslizamento de características da fruta original jaca para referir-se a uma pessoa ou situação.
Quando se diz que alguém enfiou o pé-na-jaca, se está querendo dizer que o sujeito pisou na bola, deu gafe, tá na pior... Perceberam como explicamos as metáforas através de novas (ou velhas...) metáforas...
O fato é que quase unanimemente, os (as) camaradas do grupo resolveram também designar-se como indivíduos jaca-libertários, pois perceberam que também cometem seus excessos, sempre em ritos de muito prazer.
Pois então, se o editor da revista aponta o seu inimigo (uma técnica primária de persuasão) nomeando-o como jaca-libertário. Nós, professores de educação física e pesquisadores em ciências do esporte e mídia, podemos lidar com esse conceito de uma maneira diferente. Estaremos a partir de então incorporando-o à taxonomia da Educação Física, vamos até sugerir para incluí-lo no Dicionário Crítico...
No fundo, parece que esse perfil de leitor men´s health só se constitui a partir dessa sua antítese, pois nas entrelinhas o que há é um grande temor em tornar-se um jaca-libertário...
Por isso mesmo, decidiu-se levantar a bandeira pró-jaca, chutando todos os paus de barracas, contra argumentos clichês e pseudocientíficos que aparecem em veículos impressos especializados, tentando fazer a cabeça dos consumidores para tornarem-se neuróticos obsessivos pela forma física ideal...para que sejam mais um tijolo no muro, mais um autômato na legião de Adônis...
Em função disso, gritemos: Basta de privações!!! Está fundado o Movimento Jaca-Libertário!!!

Vem aí Garanhuns-2018: Jogos Olímpicos de Inverno no Brasil

Já tem até logo!

http://editordouoltabloide.blog.uol.com.br/arch2009-10-01_2009-10-31.html

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

AS OLIMPÍADAS RIO 2016 COMEÇARAM... E A PRESSÃO À EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR TAMBÉM!


Como é de praxe, quando os assuntos esportivos vêm à tona, principalmente agora com realização de Copa do Mundo e Olimpíadas futuramente aqui no Brasil, vem também a velha cobrança sobre a escola e sobre a Educação Física Escolar, como as responsáveis pela massificação do sistema esportivo.

Estive há pouco vendo um programa ao vivo na SporTV em que o apresentador Cléber Machado, em meio às comemorações da conquista da candidatura da cidade do RJ à sede dos Jogos Olímpicos apontava problemas na cidade, méritos pela escolha, questões urbanísticas, de segurança, transporte, políticas e também, como não devia deixar de ser, esportivas. Até a ministra-chefe da casa civil,Dilma Rusself participou do programa, vestida com a camiseta do evento (será que ela já respondia como possível presidenta?). Um doutor participou falando rapidamente sobre sua tese de doutorado, em que estudou a questão das cidades e os mega-eventos esportivos. Também teve a participação de um economista, já que é a economia que movimenta o mundo e tudo está sob seus ditames!

O que mais me chamou atenção, entre outras coisas, foi a parte final, em que o ex-técnico de basquete da seleção feminina, Miguel Ângelo Da Luz, deu seu depoimento rapidamente afirmando que se o Brasil pretende ter bom desempenho nas Olimpíadas que sediará, o trabalho deve ser fortalecido nas escolas, mais especificamente na Educação Física. Corroboraram à sua opinião o jornalista e comentarista esportivo Paulo César Vasconcelos, que também acredita que é na escola que se formam atletas - citando até as Olimpíadas Escolares como um bom exemplo disso - e por último, o último a falar, o jornalista Lédio Carmona, também reafirmou que na massificação do esporte pelo Brasil a escola tem sim seu papel.

Disso tudo, para não me alongar, e apenas colocar em questão - e provocar para o debate - penso que essa parte nos toca: mais do que nunca, a Educação Física Escolar passará a ser cobrada, a partir de então, como a formadora de atletas. Todos esses ransos históricos voltarão mais forte do que já eram e com um teor de senso comum ainda maior, em meio à emoção/comoção nacional com essa "conquista brasileira" (vamos lembrar que a palavra "emoção" foi a tônica dessa escolha...).

Como diz a letra de "Realidade Virtual" dos Engenheiros do Hawaii:
"olhos atentos a qualquer momento: é preciso acreditar
tudo bem, eu acredito: tudo já foi dito
olhos atentos a todo movimento: é preciso duvidar
viver não é preciso e nem sempre faz sentido
é preciso muito mais fé cega e pé atrás"

Como bons observadores, olhos atentos a qualquer momento... é preciso acreditar (em quê mesmo?)!

O DIA D CHEGOU - O RIO DE JANEIRO É SEDE DAS OLIMPÍADAS DE 2016


O Rio de Janiero foi escolhido como a nova sede das Olimpíadas de 2016.
Hoje em Compenhague, na Dinamarca, foram apresentadas as propostas de candidatura das quatro cidades (Chicago, Tókio, Rio de Janeiro e Madri) finalistas para sediarem os Jogos Olimpícos de 2016. O poder da imagem ficou mais do que evidente em cada um dos vídeos institucionais. O peso da mobilização popular também parece ter tido grande peso, uma vez que Chicago e Tókio, cidades com apelos populares para a não realização dos jogos, foram as primeiras a serem eliminadas da disputa. Se madri dispunha de maior aprovação popular para realização dos jogos e de uma infra-estrutura adiantada, visto que a cidade apresentou previamente 80% das obras para os jogos, o Rio de Janeiro, favorito desde o início segundo nossa imprensa, apresentou um relatório técnico convincente (sabe-se lá como, após a realização do Pan)e, a alma do povo brasiliero, como declarou ao vivo o presidente Lula.

Embora as opiniões sobre a realização dos jogos no Brasil sejam divergentes, conforme tem evidenciado a rede de televisão ESPN, o fato é que agora seremos o país dos Mega-eventos, fazendo em apenas duas décadas: barba, cabelo e bigóde (Pan-americanos, Copa do Mundo de Futebol e Olimpíadas).

Muitos desafios se abriram. Cabe ao País cumprir o compromisso assumido internacionalmente, à nossa população e à imprensa fiscalizar e cobrar todas as promessas apontadas a respeito dos supostos benefícios a cidade do Rio de Janeiro e a população brasiliera. Cabe a Educação Física brasileira e aos professores de modo geral se atentar para ampla possibilidade de formação para cidadania que se abre nas atividades de esclarecimento, mobilização popular e fiscalização em relação os jogos em nosso País.

Aos obervadores da mídia esportiva o fato é desafiador!!! Temos muito trabalho pela frente nos próximos anos!!! E vamos acompanhar tudo com nossos olhares atentos!!!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Jogos Olímpicos de 2016: o espetáculo midiático-esportivo já começou!

Então, amanhã, sexta, é o dia D para a escolha da sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
A mídia esportiva nacional tem dado espaços generosos para a cobertura dos movimentos de convencimento de ultima hora por parte das delegações de paises/cidades concorrentes, o RJ incluído.
Para se ter uma simples noção da importância (leia-se $$$) desta escolha, vale lembrar que reis, presidentes, líderes políticos, dirigentes esportivos, atletas e ex-atletas de paises postulantes já estão ou ainda vão chegar à Dinamarca para acompanhar o anúncio. Os Jogos de 2016 já são um espetáculo midiático-esportivo.
Resta saber se o Rio, caso seja escolhido, vai mesmo ganhar as benfeitorias prometidas à população. E de onde virão os recursos para tanto.
A Copa de 2014, aquela que, segundo o presidente da CBF, não teria verba pública, já contempla uma fila de pedintes (prefeitos, governadores, presidentes de clubes) na porta do BNDES, exigindo auxilio com juros subsidiados.
É ver para crer. Mas ver com olhos muito cuidadosos e atentos. Olhos de observadores!