
Como é de praxe, quando os assuntos esportivos vêm à tona, principalmente agora com realização de Copa do Mundo e Olimpíadas futuramente aqui no Brasil, vem também a velha cobrança sobre a escola e sobre a Educação Física Escolar, como as responsáveis pela massificação do sistema esportivo.
Estive há pouco vendo um programa ao vivo na SporTV em que o apresentador Cléber Machado, em meio às comemorações da conquista da candidatura da cidade do RJ à sede dos Jogos Olímpicos apontava problemas na cidade, méritos pela escolha, questões urbanísticas, de segurança, transporte, políticas e também, como não devia deixar de ser, esportivas. Até a ministra-chefe da casa civil,Dilma Rusself participou do programa, vestida com a camiseta do evento (será que ela já respondia como possível presidenta?). Um doutor participou falando rapidamente sobre sua tese de doutorado, em que estudou a questão das cidades e os mega-eventos esportivos. Também teve a participação de um economista, já que é a economia que movimenta o mundo e tudo está sob seus ditames!
O que mais me chamou atenção, entre outras coisas, foi a parte final, em que o ex-técnico de basquete da seleção feminina, Miguel Ângelo Da Luz, deu seu depoimento rapidamente afirmando que se o Brasil pretende ter bom desempenho nas Olimpíadas que sediará, o trabalho deve ser fortalecido nas escolas, mais especificamente na Educação Física. Corroboraram à sua opinião o jornalista e comentarista esportivo Paulo César Vasconcelos, que também acredita que é na escola que se formam atletas - citando até as Olimpíadas Escolares como um bom exemplo disso - e por último, o último a falar, o jornalista Lédio Carmona, também reafirmou que na massificação do esporte pelo Brasil a escola tem sim seu papel.
Disso tudo, para não me alongar, e apenas colocar em questão - e provocar para o debate - penso que essa parte nos toca: mais do que nunca, a Educação Física Escolar passará a ser cobrada, a partir de então, como a formadora de atletas. Todos esses ransos históricos voltarão mais forte do que já eram e com um teor de senso comum ainda maior, em meio à emoção/comoção nacional com essa "conquista brasileira" (vamos lembrar que a palavra "emoção" foi a tônica dessa escolha...).
Como diz a letra de "Realidade Virtual" dos Engenheiros do Hawaii:
"olhos atentos a qualquer momento: é preciso acreditar
tudo bem, eu acredito: tudo já foi dito
olhos atentos a todo movimento: é preciso duvidar
viver não é preciso e nem sempre faz sentido
é preciso muito mais fé cega e pé atrás"
Como bons observadores, olhos atentos a qualquer momento... é preciso acreditar (em quê mesmo?)!