domingo, 1 de maio de 2016

OLIMPÍADAS E EDUCAÇÃO FÍSICA: Reflexões para além das telas

Ola Pessoas, trago aqui um texto de Sara - aluna do curso de Educação Física /DEF/UFS - que faz a Disciplina Educação Física, Esporte e Mídia. Fiquem a vontade para os pitacos, críticas, troca de ideias entre outros...
boa leitura,
Sérgio Dorenski



OLIMPÍADAS E EDUCAÇÃO FÍSICA: Reflexões para além das telas
Sara Bomfim Felisberto

            É perceptível nos últimos dias o aumento das propagandas midiáticas sobre Os Jogos Olímpicos 2016. Este fato nos convida a pensar sobre a gama de conteúdos curriculares, os quais são abertos a partir desse evento mundial, para tematização de aulas na Educação Física (EF). Este acontecimento oportuniza ao professor dessa disciplina trazer discussões sobre as repercussões do esporte de alto rendimento e a indústria midiática.
            Nas instituições escolares, principalmente na EF é comum neste ano a presença de projetos sobre os jogos olímpicos, os quais tratam sobre os aspectos históricos, a união dos povos e raças, as modalidades esportivas. Porém na maioria das vezes são negadas discussões sobre a relação midiática e o esporte de alto rendimento. Sobre o modo como a mídia oculta para o público algumas informações como: os interesses políticos dos megaeventos, o uso do esporte como mercadoria, o rompimento com os princípios morais e éticos, como exemplo, o uso do doping, os riscos de saúde os quais os jogadores são submetidos devido aos treinamentos pesados, o marketing utilizado pelas grandes empresas para venda de produtos e entre outros.
            Enxergarmos no âmbito escolar um espaço poderoso para despertar nos alunos uma educação para a mídia. Belloni (2005, p.6) atenta que é competência da educação formar cidadãos com “apropriação crítica e criativa de todos os recursos técnicos à disposição desta sociedade”. Sabemos que a cultura midiática apresenta benefícios significativos, fazendo interligações entre fronteiras e levando informações a todo o mundo, mas é preciso um cuidado maior sobre o poder que ela pode exercer sobre nossas vidas, especialmente na influência das ações dos indivíduos. Thompson (1998, p.24) nomeia isto, como “poder simbólico” que é a “capacidade de intervir no curso dos acontecimentos, de influenciar as ações dos outros e produzir eventos por meio da produção e da transmissão de formas simbólicas”.
            Entretanto, acreditamos que a disciplina de EF que possui um caráter formador na educação básica, deve abrir espaços em suas aulas para o conteúdo educação para a mídia, particularmente no que tange ao esporte de alto rendimento e os megaeventos, assim como as olimpíadas. O professor de Educação Física deve ampliar os olhares dos educandos para além das telas, mostrando as facetas utilizadas pela mídia que torna o esporte em espetacularização e mercadoria.