sábado, 22 de junho de 2013

Continuem vaiando, Brasil!

Apenas para não deixar passar em branco, vejam mensagem de Andrew Jennings aos brasileiros, a respeito das manifestações públicas recentes em cuja pauta se inclui a contrariedade de parte do nosso povo com as exigências da FIFA e os custos bancados pelo governo:

http://www.apublica.org/2013/06/andrew-jennings-continuem-vaiando/

sexta-feira, 21 de junho de 2013

domingo, 16 de junho de 2013

Os tigres desdentados, mas sempre tigres!

A propósito da mensagem anterior, do Diego, alertando para o processo violento e repressor que o Estado nacional vem promovendo nas ultimas semanas, incluídos aí os protestos contra os gastos publicos com a Copa (discordar é proibido?), transcrevo abaixo um artigo do Marcos Rolim, publicado na Zero Hora (acesso não disponível).
Giovani



ZH, 16 de junho de 2013 | N° 17463
ARTIGOS
A democracia e os tigres, por Marcos Rolim*
O Brasil vive seu mais longo período democrático. Desde a Constituição de 1988, são 25 anos ininterruptos de liberdade política. Antes disto, tivemos a ditadura e uma sucessão de golpes e crises políticas que acompanharam todo o percurso republicano. Com a régua da história, 25 anos é um piscar de olhos. Tempo muito curto para que uma tradição de tolerância se firme e os valores da paz se disseminem. Também por isso, não temos cultura democrática.

A democracia não é o “regime da maioria”, mas o regime das diferenças e do seu contraste público. O que faz a ordem democrática são os debates criteriosos e as manifestações. A lógica das liberdades, afinal, é aquela fundada na divergência, não no consenso. Aliás, quanto mais completa for a dominação e quanto mais totalitário for o regime político, maior será o “consenso” aparente entre os dominados. Nestes casos, medo e alienação se somam, consagrando a postura dos súditos (como na Coreia do Norte, por exemplo). As Repúblicas democráticas, pelo contrário, produzem cidadãos.

Nelas, o soberano não é o rei, o “Generalíssimo” ou o “Guia Infalível dos Povos”, mas o povo. Por isso, a primeira divergência que instaura a democracia é aquela das minorias diante da lei ou das opções políticas dos governantes. Afinal, um povo que não se dispõe a lutar pelo que entenda ser o seu direito é pouco mais que um ajuntamento, uma reticência, uma perplexidade em si.

No Brasil, é comum que os tigres comecem a rugir quando os de baixo se movem. Eles pedem que o Estado reprima os movimentos sociais porque, afinal, as coisas “já estão demais”. O Estado que temos – avesso da experiência democrática – é sensível a esse tipo de apelo e não lhe faltam jagunços para ordenar o espancamento, a humilhação ou o disparo contra pessoas desarmadas como acabamos de ver em São Paulo. Entre os manifestantes, por seu turno, há pequenos grupos irresponsáveis que se imaginam “revolucionários” quando quebram vidraças. Eles não são os movimentos, entretanto, e não representam mais do que seus próprios pesadelos.

Um regime democrático não deve tolerar jagunços, nem irresponsáveis. O primeiro passo para isto é não confundir os policiais com os violadores, nem os manifestantes com os vândalos. Uma polícia profissional e cidadã protege o direito público à manifestação e intervém criteriosamente para assegurar os direitos de todos, inclusive daqueles que não estão na manifestação. Manifestantes comprometidos com a democracia, por seu turno, devem isolar os que se aproveitam dos movimentos sociais e que, por ausência de pensamento, portam-se como agentes provocadores.

É a carência de cultura democrática – não o “excesso de democracia” – o que explica os absurdos que se repetem, o que não significa falta de novidades, vide as prisões por “porte de vinagre” em SP. No Brasil, quando a violência se instaura, só os tigres são felizes. É preciso estar alerta para identificar seus sorrisos desdentados.

*Jornalista, Advogado e Professor

sábado, 15 de junho de 2013

Protestos e presos: Começa a Copa da Confederações no Brasil

Neste exato momento, 13:00h, menos de duas horas para iniciar a primeira partida das Copas das Confederações no Brasil, em frente ao Mané Garrincha, em Brasília, manifestantes protestam contra os gastos públicos com estádios. Ontem, segundo blog do Juca, os primeiros presos da Copa foram contabilizados, também em Brasília, após manifesto promovido por integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) que protestam contra as desapropriações ocasionadas em todo país em função das obras para Copa, financiadas quase que exclusivamente pela iniciativa pública. Observemos agora como nossos policiais e políticos lidarão com os manifestos, como a mídia(local e internacional) noticiará ou silenciará tais ações populares e, por fim, quais serão os gritos e ordens da Fifa aos nossos governantes. É Brasil, já dizia a canção: "Mostra tua cara, quero ver quem paga pra gente ficar assim. Qual é o teu negócio? Qual o nome do teu sócio?"

Observemos...

Notícia sobre os primeiros presos da Copa http://blogdojuca.uol.com.br/2013/06/o-primeiros-presos-da-copa/

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Atletas na escola a caminho da Copa (e dos Jogos Olímpicos)?



O professor Giovani, em comentário sobre o post anterior que tratava das "amnésias" que pairam sobre os megaeventos esportivos no Brasil, deu a dica de dois elementos importantes que contribuem para a formação de uma consciência mais crítica a respeito deste cenário atual.

O primeiro deles é o vídeo "A caminho da Copa", que trata da remoção das famílias para as obras no Rio. O vídeo pode ser assistido abaixo.




O segundo, são os absurdos do programa do Ministério da Educação chamado "Atleta na Escola". O próprio prof. Giovani refletiu aqui no blog de maneira profunda e indignada quando do lançamento oficial do programa em maio/2013. (Confira o post aqui).

Novamente voltamos às discussões sobre o que é o esporte "na" escola (o modelo da forte instituição esportiva com seus códigos e valores reproduzido nas instituições escolares), proposta retrógrada que cheira a naftalina e é a base do "Atleta na Escola"; e o esporte "da" escola (o esporte como um importante conteúdo cultural que deve ser pedagogizado e caminhar com os propósitos da escola). 

O esporte é um dos importantes conteúdos da Educação Física (e de outras disciplinas). Precisamos pedagogizá-lo considerando suas múltiplas dimensões (e relações). Ensinar e aprender sobre o fenômeno esportivo é praticá-lo, conhecer técnicas, regras, táticas. Mas é também reconhecê-lo como uma possibilidade de lazer, buscar entender suas associações com os discursos de saúde, com interesses políticos, econômicos, ideológicos. É compreendê-lo como produto midiático. É refleti-lo criticamente discutindo, por exemplo, as implicações da organização de um megaevento esportivo que segrega uma considerável parcela da população ao mesmo tempo em que, de forma estrondosa, onera os cofres públicos em benefício de interesses privados.

Atletas são formados com especialização extrema e precoce, com alta tecnologia, com um processo rigoroso de seleção e, consequentemente, exclusão. Que sejam formados nossos atletas futuros heróis nacionais! Mas não nas nossas escolas.


Para nos aprofundarmos nesta discussão sobre o lugar do esporte na escola, vale a pena retomar alguns textos:





quarta-feira, 12 de junho de 2013

As amnésias dos megaeventos esportivos no Brasil: "O Rio esquecido", "Onde está o Mundial?"

Nesta semana de abertura da Copa das Confederações - que também traz a marca dos 365 dias que nos separam do Mundial da FIFA -, dois textos publicados na imprensa nacional são muito oportunos para refletirmos sobre a organização dos megaeventos esportivos no Brasil: seus impactos, legados, efeitos colaterais, absurdos. Em ambos, denúncias de amnésia: a cidade do Rio que tem boa parte da sua população esquecida e posta à margem dos investimentos dos megaeventos; as promessas de um Mundial que não sabemos onde está.

O primeiro texto é a reportagem de capa da Carta Capital: "O Rio Esquecido/Cidade Partida - A vasta porção da metrópole à margem dos investimento da Copa e das Olimpíadas".


A reportagem traz uma análise que aponta o risco iminente (em muito já concretizado) de que os altos investimentos de infraestrutura atendam apenas à parcela da população que mora nas áreas mais ricas da cidade, aprofundando a desigualdade econômica e social do Rio. Por exemplo, a nova linha 4 do metrô, com custo estimado em 8,5 bilhões, ligará a Barra da Tijuca à Zona da Sul. Enquanto isso, a linha 3, que aproximaria o subúrbio da região central da cidade, beneficiando milhões de trabalhadores que gastam até 6 horas por dia em deslocamentos, continua apenas no papel. Nas palavras irônicas de Sérgio Magalhães, presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil, "no Rio, o 4 vem antes do 3". A discrepância continua quando se contrapõem os investimentos feitos pela cidade em saneamento básico, segurança pública, urbanização, moradia, lazer.

O segundo texto é a coluna do jornalista esportivo Antero Greco, publicada no Estado de São Paulo (impresso e site):


Greco nos lembra que estamos a um ano da abertura da Copa (12 de junho de 2014, em São Paulo, às 17 horas, partida Brasil x A2) e coloca a pergunta: "Onde está o Mundial?". Os legados serão tímidos, as obras de infraestrutura quase não aconteceram, orçamentos foram estourados, novos estádios nascem já candidatos à elefantes brancos, a promessa do ex-presidente da CBF de que o evento seria financiado essencialmente pela iniciativa privada se mostrou "conversa para boi dormir". Greco ainda questiona e explicita em tom de denúncia o perfil das pessoas que estão à frente da organização do evento da Fifa:

"Quem comanda os preparativos? Um político de escola ufanista e estacionada nos anos 1970 que carrega a tiracolo pra todo canto seu pupilo e ungido para a sucessão. Um ministro que exalta as benesses do Mundial e não faz as cobranças que a sociedade exige. Um ex-atleta que acumula cargos de integrante do Comitê Organizador, garoto-propaganda, empresário e comentarista. E um francês que dá pitacos como se aqui fosse a casa da sogra".


quinta-feira, 6 de junho de 2013

Curta: Copa 2014: Quem ganha com esse jogo?

Olá pessoal,



          Estou realizando minha primeira postagem no blog e trago um vídeo sobre o desalojamento de famílias no Rio de Janeiro e publicado no dia 27/05/2013. Como por exemplo, na Copa do Mundo em 2010, realizada na África do Sul, os despejos também aconteceram: “Nós temos que remover essa gente... Na cidade nós apenas precisamos de pessoas que são aptas para pagar” (Conselheiro municipal de Johanesburgo – África do Sul) [1].
      Contudo, podemos tentar compreendê-lo enquanto um campo de pesquisa da Educação Física e principalmente na representação destes eventos no âmbito educacional e social, com isso, outras questões devem ser pensadas quando o tema do debate são os megaeventos.





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[1] Discurso obtido através da fala do Prof. Gilmar Mascarenhas no XVII CONBRACE – 2011. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=g95_9DBToAg. Acessado em 23/05/2013

Fonte:

Este vídeo foi realizado com partes de vídeos gravados por moradores, videoativistas, mídias independentes e colaboradores da resistência contra a violação de direitos humanos no contexto internacional dos megaeventos.
www.portalpopulardacopa.org.br

terça-feira, 4 de junho de 2013

"vida real"

Intrigado.Ontem a midia televisiva parecia aduzir a ideia de que o “mundo ia parar“ diante da apresentação de Neymar ao barcelona.O poder simbólico, sem sombra de dúvidas,é deveras influente,uma vez que no mesmo momento em que o espetáculo acontecia,quantos anônimos não sucumbiam até mesmo por inanição? De acordo com a FAO(organização das nações unidas para a Agricultura e Alimentação),a cada minuto,12 crianças morrem de fome no mundo. Deve-se ressalvar que pode existir esperança,afinal foram apenas 50 mil espectadores no estadio,ao invés dos 100 mil especulados pela globo.
“Uns preocupados com o concurso mundial de misses.Outros,em tirar os irmãos debaixo das marquizes“.

E aí,com o que se preocupar?

domingo, 2 de junho de 2013

X Semana de Educação Física da UFS - Megaeventos esportivos: tensões e apropriações na Educação Física escolar

Prezados/as colegas que acompanham o blog!

É com satisfação que divulgamos as informações referentes à X Semana de Educação Física da Universidade Federal de Sergipe, com a temática "Megaeventos esportivos: tensões e apropriações na Educação Física escolar".

O evento ocorrerá nas dependências da UFS, campus São Cristóvão/SE, no período de 01 a 04 de julho de 2013, com conferências, mesas redondas, oficinas, lançamento de livros e sessão científica.

Todas as informações sobre o evento poderão ser visualizadas no blog:

http://10semanaedf.blogspot.com.br/

As inscrições são gratuitas e realizadas de maneira on-line. Informações sobre as mesmas na seção "Inscrições" do Blog.

O prazo de envio de trabalhos para a sessão científica é até dia 21 de junho.

Estão todos/as convidados/as!