Meus cumprimentos aos organizadores, colegas professores Fabio Zoboli, Renato Izidoro da Silva e Miguel Angel Garcia Bordas.
O exercício de, nessas poucas linhas, apresentar e sintetizar uma
obra organizada por colegas tão respeitáveis, pode parecer simples, embora não
o seja. O século XXI pode ser caracterizado como um momento histórico em que a
tecnologia se coloca como elemento transformador e mediador do ser humano e em
que o saber biomédico tem ao seu lado um saber que cada vez mais ganha “corpo” e
se aprofunda, advindo das ciências humanas e sociais, para o entendimento deste
corpo que somos/temos. Esse contexto traz à tona possibilidades investigativas
e reflexivas que configuram nossa contemporaneidade e capturam um “modo de
vida” particular em relação a este corpo.
Corpo: um substantivo no singular que
evidencia compreensões plurais. E a leitura desta obra, fruto de um Grupo de
Pesquisas da Universidade Federal de Sergipe – o qual tive a honra de
presenciar seu surgimento e seu crescimento, e que hoje, materializada aqui, já
evidencia a expansão de suas fronteiras para outras instituições e com outros
importantes colegas pesquisadores nacionais e internacionais – apresenta aos
seus leitores essa pluralidade: teórico-conceitual, epistemológica,
metodológica e reflexiva. O corpo,
aqui, é entendido em seus aspectos multifacetados, mesmo que, por mera organização interna, o livro
esteja organizado em três partes (Corpo e subjetividade; Corpo e política;
Corpo e metáfora). Há um corpo de
temáticas que confirmam a pretensão de seus organizadores, qual seja, a de
“sinalizar alguns caminhos no sentido de compreender o corpo como referência
material e simbólica necessárias para se compreender processos de subjetivação
pautados em mecanismos políticos de governo encenados por jogos de signos que
engendram metáforas nas identificações sociais.” Assim, por meio de múltiplos
olhares e entendimentos para/sobre o corpo, encontramos nessas páginas toda
essa pluralidade: em relação à política, ao governo de si e dos outros, às
tecnologias do eu e ascese, ao contexto esportivo, da saúde, das práticas
culturais alternativas, da espiritualidade, ao corpo da pedagogia, ao corpo da
publicidade e do mercado, ao corpo que se manifesta artisticamente, ao corpo
que foge da “norma” em relação ao gênero, ao corpo cinematográfico, ao corpo
que se pretende “máquina”. Nessa pluralidade, há a singularidade de um Grupo
que inova no Nordeste brasileiro, em Sergipe, que faz da formação inicial um
espaço maior para a responsabilidade que é a formação humana que, em primeira
instância, procura compreender essa materialidade corpórea, seus simbolismos e
suas metáforas, que estão aí, nas nossas práticas, no nosso cotidiano, em tudo!
Boa leitura e parabéns aos organizadores e aos autores/as que compõem a obra!
Cristiano Mezzaroba (Prof.
DEF/CCBS/UFS)