terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Como a violência na internet alimenta a violência real

Esse título não está entre aspas, mas talvez deveria. Não está porque no título do texto, Como a violência na TV alimenta a violência real - da polícia,  de Eugênio Bucci (livro Videologias, 2004), a palavra TV está no lugar da palavra internet (a expressão da polícia também foi cortada). Eugênio Bucci começa o texto recordando que em 1987, o secretário da fazenda da Pensilvânia, Budd Dwyer, convocou uma coletiva de imprensa para se defender de acusações de suborno. Ao final de seu discurso, ele tirou uma Magnum 357 e disparou um tiro no céu da boca. No Brasil, Bucci assistiu esse episódio e narra que no momento do disparo a cena foi cortada. 

"Por algum respeito ao público, ou por elegância dos editores dos telejornais que eu vi, o momento da morte de Budd Dwyer não foi ao ar. Os editores talvez tenham avaliado que bastava ir até à fração de segundo anterior ao estampido. Bastaria para que o telespectador recebesse a informação precisa. Embora o secretário tenha se matado sob os holofotes, num ato deliberado, planejado e consciente, o instante derradeiro foi poupado do olhar canibal do público (p. 107)"

Ao ler esse breve texto, digitei no google "Budd Dwyer video" e a manchete do primeiro resultado foi "Budd Dwyer Suicide Uncensored" um vídeo disponível no youtube.com. A tradução literal é desnecessária, ou seja, hoje o vídeo está disponível na integra na internet. 

Quando Budd Dwyer tira a arma do envelope, o operador de câmera faz um close-up da Magnum 357, no momento do disparo o corpo cai e ele perde o objeto da cena de seu quadro, imediatamente, o operador de câmera abre para um plano aberto. Em seguido, o operador de câmera enquadra o rosto inerte, corpo morto. Um close-up minucioso que potencializa a carga emocional da cena. Violento!

Não sei o que o operador de câmera pensou, ou melhor, se teve tempo para pensar. Provavelmente ele apenas reagiu, um profissional condicionado a tomar essas decisões. Agora a decisão editorial é minha, desde a escolha da pauta até a incorporação dessas imagens nesse texto digital. O momento final é apertar o botão laranja "publicar". Espero que quem não deseje ver o vídeo não clique no botão "play" e que nenhuma criança veja por acidente essas imagens.


O fato é que a violência na TV e na internet alimentam a violência real ao banalizar a violência e isto se configura como um problema pedagógico. Como inverter o sentido dessa roda que parece girar sem o impulsa de uma força externa?  


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

PADRÃO “FIFA DE QUALIDADE”ATÉ MESMO NO TURISMO SEXUAL DURANTE A COPA

Nova postagem elaborada por estudantes da disciplina de Mídia e Educação Física do curso de Licenciatura em Educação Física da UFSJ.


PADRÃO “FIFA DE QUALIDADE”ATÉ MESMO NO TURISMO SEXUAL DURANTE A COPA
 Por Dimas de Paula Costa
 
      O assunto mais falado nas mídias ligadas ao esporte nos tempos é, sem dúvida, a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Dificilmente não se fala ou não tem reportagens nos programas esportivos de TV falando sobre a Copa. Qual o estádio mais adiantado, o mais atrasado, a porcentagem  das obras de cada um, a capacidade, quantos milhões a mais irá custar ao governo(povo brasileiro) e mais uma série de reportagens superficiais.
     Um fato relacionado a Copa no Brasil, no entanto, nos chamou atenção.Trata-se de algumas poucas notícias (os links para as notícias se encontram ao final do texto) sobre a Associação das Prostitutas de Belo Horizonte, que oferecerá cursos grátis em idiomas para as prostitutas visando a Copa do Mundo de futebol no Brasil em 2014. O objetivo do curso é ‘qualificar’ as prostitutas para melhor atenderem os turistas que virão ao nosso país nos próximos anos.
     Podemos observar como um acontecimento pode ser noticiado de formas diferentes, porém sem conduzir a reflexão. O site da Folha dá ares de ironia, publicando inclusive, uma charge. Já no título da notícia, a Folha usa o adjetivo "Prostitutas" para se referir ao grupo social destacado no texto, apresentando ao leitor uma certa "pejoratividade" no fato apresentado. Já no site da TV Alterosa (afiliada do SBT em MG), O título da notícia se refere ao mesmo grupo como "Profissionais do sexo", atribuindo um caráter de maior seriedade ou respeito ao grupo social noticiado. Além disso, a notícia nesse veículo não optou pela ironia, como fez a Folha, o tom da notícia é de certa "admiração" com esse possível legado social da Copa, destacando, ainda que a iniciativa tem apoio popular.
     Podemos, assim analisar que nenhuma das duas reportagens aborda ou questiona de maneira crítica a herança social da Copa. As prostitutas estão se qualificando para se inserirem no grupo de pessoas aptas a receber turistas estrangeiros ("inclusão" qualificada no mercado de trabalho?) e não para se libertar de condições opressivas presentes em tal ramo, ou mesmo se proteger da exploração e violência ao qual por vezes são submetidas. O tipo de "capacitação" oferecida as profissionais do sexo é apenas instrumental e não emancipatória, no sentido de uma educação que possa promover a liberdade humana. Por outro lado, seria responsabilidade das autoridades intervir neste tipo de incentivo, como aconteceu em Londres em 2012, onde o Estado, para prevenir abusos em relação ao turismo sexual, proibiu qualquer atividade de prostituição nos arredores onde os jogos aconteceriam, fechando até mesmo boates e casas noturnas ligadas ao mundo do sexo?
     E pergunto aos colegas: é esse o legado da Copa para o Brasil? Será que a Copa, ao fim das contas, servirá para isso, o incentivo ao turismo sexual? Muito se fala do legado que será deixado pela Copa, mas não vemos isso concretamente. Os aeroportos continuam deficitários, os transportes públicos terrestres estão cada dia mais caóticos, o sistema de saúde só piora, as escolas não conseguem cumprir seu papel, a educação física em Minas Gerais nas escolas não precisará contar mais com professores da área nos primeiros anos do ensino fundamental.
     Enfim, não vemos e nem conseguimos imaginar uma melhoria real no país. Enquanto isso, rios de dinheiro são gastos nos estádios. Infelizmente, a mídia esportiva não faz esse tipo de reflexão e não se preocupa em levantar este tipo de reflexão. Enquanto isso, a FIFA faz mais e mais exigências, que muito das vezes se sobrepõe a lei e a nossa cultura, bem como as nossas condições financeiras. O pôster oficial da Copa no Brasil faz referência a nossa cultura, enquanto a FIFA proíbe o presença de vendedores típicos em torno dos estádios.
    E aí, o caso do treinamento para as prostitutas é um exemplo para os brasileiros? É um caso claro de incentivo ao turismo sexual ou apenas não merece ser discutido, como faz a mídia?
 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O UFC, a mídia e a sociedade do espetáculo - algumas reflexões

Colegas do blog!
Segue texto dos acadêmicos/a Eduardo, Álax, Gabriel, Suely e Flávio!


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A partir das definições feitas pelos alunos da disciplina Educação Física, Esporte e Mídia, ministrada Pelo Prof. Msc. Cristiano Mezzaroba, sobre a sociedade do espetáculo, pretendemos aqui trazer algumas questões sobre este conceito, ampliando o olhar sobre o esporte, a partir de considerações feitas nas discussões em sala de aula.

Do conceito de “sociedade do espetáculo”, às modificações no UFC (Ultimate Fighting Championship) com a mídia em pauta: as descontinuidades presentes nos esportes e o seu discurso contraditório.

Partindo das definições dos acadêmicos da Educação Física (EF) da Universidade Federal de Sergipe (UFS), tentaremos chegar aqui ao consenso dos conceitos apresentados sobre a Sociedade do espetáculo, cunhado por Guy Debord na década de 60. Em seguida faremos uma breve apresentação das possíveis contradições presentes no discurso midiático sobre o esporte e as contribuições do espetáculo para tal discurso.
 Nas discussões iniciadas com a leitura do texto de Douglas Kellner, “A cultura da mídia e o triunfo do espetáculo”, foram apontados durante as aulas elementos que caracterizam o espetáculo. Considerando que as discussões pautaram-se mais nas questões esportivas e a forma como a espetacularização faz com que os esportes perpassem as fronteiras sócio-culturais, apresentaremos aqui as definições conforme as aproximações com os textos já tratados na disciplina.
Todos os grupos definiram este conceito a partir do que diz Kellner (2004, p.5):
espetáculos são aqueles fenômenos de cultura da mídia que representam os valores básicos da sociedade contemporânea, determinam o comportamento dos indivíduos e dramatizam suas controvérsias e lutas, tanto quanto seus modelos para a solução de conflitos. Eles incluem extravagâncias da mídia, eventos esportivos, fatos políticos e acontecimentos que chamam muito a atenção, os quais denominamos notícia – fenômenos que têm se submetido à lógica do espetáculo e à compactação na era do sensacionalismo da mídia, dos escândalos políticos e contestações, simulando uma guerra cultural sem fim. (Grifos nossos)
Observando que todos concordaram com os apontamentos de Kellner (2004) sobre o espetáculo, pretendemos agora exemplificar algumas contradições no discurso esportivo que tentam naturalizar os fatos, bem como, se utilizam do seu discurso para estabelecer relações anacrônicas descontextualizando o esporte.
Por que não prestarmos atenção às comparações feitas pela mídia sobre a prática esportiva e o contexto social? Os sensacionalismos da mídia com relação aos fenômenos sociais são passiveis de discussão e devemos pelo menos fazer essas discussões no contexto acadêmico. Entender o processo como o esporte veio e vem se estabelecendo no contexto social, talvez seja a melhor forma de conseguir desmistificar algumas questões trazidas pela mídia sobre o âmbito esportivo.
Aproveitando e fazendo a relação com as primeiras discussões trazidas na aula sobre o espetáculo, mais especificamente sobre o espetáculo no contexto esportivo, utilizaremos aqui alguns apontamentos feitos sobre o evento UFC e o discurso que a mídia faz a partir dele, porém as discussões apresentadas aqui não se restringem apenas a um olhar sobre este evento. Sendo possível assim, enxergarmos o esporte como um todo a partir das questões aqui apontadas.
As questões estruturais são as mais percebidas, em comparação com o início do evento quando se tinha um mesmo plano para que os espectadores assistissem os eventos, verificamos que hoje não é mais da mesma maneira. Os locais onde ocorrem os eventos foram completamente modificados, atendendo às expectativas da mídia, que com suas sofisticações tecnológicas, fez com que este evento se modificasse. Atendendo às exigências midiáticas e partindo para a lógica do espetáculo, o UFC, que no início foi criticado por autoridades públicas, ao adotar características de outros eventos da mídia passou a ser reconhecido de forma diferente. O evento fez projetos que aderiram aos mecanismos publicitários, e dessa forma conseguiu se tornar mais um produto da mídia. Dessa forma, passou a ser visto como os outros “esportes”, já que este agora seria a partir da mídia, levado à sociedade de maneira diferenciada, onde as críticas são camufladas por discursos persuasivos que conforme Betti (2002) foca nas emoções dos expectadores e telespectadores e não na razão.
Adentrando as características percebidas, observamos a sobrevalorização da forma em relação ao conteúdo e a falação esportiva como características mais presentes nos esportes da mídia, conforme cita Betti (2002). Não diferente ocorreu com o UFC, este ao priorizar os mecanismos tecnológicos, valorizando a imagem, bem como a linguagem audiovisual, vem principalmente pelo discurso televisivo se estabelecendo no contexto social. Agora a nova “febre nacional”, sendo até citado por alguns como a segunda prática mais famosa, perdendo apenas para o futebol, ou seja, cresce sem que sejam feitos questionamentos.
Portanto, considerando os questionamentos amplos que se estendem a todos os esportes, tentaremos agora olhar para estes, de forma mais abrangente. Será que o esporte hoje é evolução das antigas práticas? Será que o papel social do atleta é o mesmo de outrora? O discurso da mídia fazendo relações com as antigas práticas deixa claro toda essa “evolução” do esporte? Será que o esporte é e sempre foi uma prática acessível a todos? Podemos realmente fazer relações dos atletas/lutadores do UFC, como os gladiadores, considerando esses novos como os “gladiadores do novo milênio”?
Acreditamos que não, não podemos afirmar nenhuma dessas perguntas, do mesmo modo que não poderemos aqui trazer um ponto de vista que negue tudo isso, fazendo apenas críticas sem esclarecer os fatos. Porém, podemos sim, trazer a essa discussão elementos teóricos considerando o esporte no contexto histórico-social, relacionando características, discursos e questões históricas, econômicas, políticas e culturais, entre outras, que possam ampliar o olhar para o esporte.
Sendo assim, devemos perceber que as práticas esportivas eram práticas de classe. Se direcionarmos nossos olhares para o contexto da Inglaterra onde o que consideramos hoje esporte surge, perceberemos que é em meio ao processo de industrialização da sociedade que o esporte passa a abranger outras classes sociais. Anterior a isso, era apenas os sujeitos ligados à nobreza que tinham direito às práticas e, é a partir de tal processo que o esporte, estabelecendo um caráter funcionalista atendendo os interesses da sociedade na época, passa a ser acessível a outros grupos sociais. Seguindo o raciocínio, queremos dizer também que este é considerado descontínuo principalmente por suas características advindas da modernidade. Então fazer relações entre as antigas práticas é uma forma de descontextualizá-lo, já que este não era praticado da mesma forma por sujeitos de épocas distintas.
Os antigos gladiadores, diferente dos lutadores de MMA (Mixed Martial Arts/ Artes Marciais Mistas), eram escravos, então não podemos simplesmente classificá-los da mesma forma. Porém, podemos a partir disso pensar se há ou não uma tentativa da mídia em se apropriar da lógica do “pão e circo” para o entretenimento da sociedade.
Dando continuidade, podemos pensar em outras questões presentes no contexto esportivo atual. Esclarecendo que antigamente não existiam quantificações dos resultados, busca por recordes, especialização de papeis entre outras características que observamos hoje no esporte espetecularizado. O esporte nos dias atuais, com o auxílio da mídia, busca reproduzir as desigualdades presentes no contexto social, a mídia passa a sensação de que todos são “iguais”, vemos isso durante uma partida de futebol onde os dois times começam no zero a zero, ou então numa prova de atletismo onde todos largam e correm juntos; tem espaços e tempos próprios a exemplo dos ginásios, pistas e estádios, além de possuir regras uniformes que permite universalizar a sua prática.
O esporte também torna o esportista um novo tipo de trabalhador conforme afirma Jean-Marie Brohm ao falar sobre as vinte teses sobre o esporte, tal esportista é considerado um homem que atende aos mecanismos publicitários. Seguindo com as afirmações desse autor, vimos que o além de esconder as desigualdades sociais, o esporte cria uma falsa ilusão de ascensão social. Será que isso é verdade? É possível que todos ao praticar esportes buscando o sucesso, conseguirão o que desejam? 
Acreditamos que essa nova sociedade espetecularizada nos faz cair nessa possível contradição, principalmente se considerarmos a forma atraente como a mídia traz alguns conteúdos. No caso do esporte observamos uma relação recíproca, onde o esporte alimenta o espetáculo comercializando principalmente mercadorias humanas explorando ao máximo destas mercadorias (direitos de imagem, padrões de vestimenta entre outras coisas).

Não me tomem por exibido,...


Mas sou do Alegrete !



quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Adeus ao Lazer ! (?)

Tendo em vista o que discutimos aqui no blog, numa postagem sobre o handebol, a mídia e os interesses comerciais - aludindo à questão do Bco. do Brasil - sugiro a leitura do comentário de Fernando Mascarenhas, em seu blog:   http://blogdomasca.blogspot.com.br/2013/02/adeus-ao-lazer.html

Excelente!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Mestra Paula Aragão!

Na última segunda, dia 18/2, nossa colega de LaboMidia, Paula Aragão, defendeu sua dissertação de mestrado junto ao PPGEF/UFSC.
O trabalho, intitulado "Lazer sobre Rodas no Cartão Postal: indentidades e socialização no Skatepark de Aracaju/SE", foi aprovado e bastante elogiado pela banca, formada pelos professores Juliana P. Rodrigues (EACH/USP), Mauricio Roberto da Silva (DEF/UFSC e UNOCHAPECO) e Alcyane Marinho (CEFID/UDESC e PPGEF/UFSC).
Em breve, teremos a versão final do texto, que será disponibilizada, como sempre, na pagina do grupo.
Aproveito para dividir o mérito pelo trabalho de orientação com outros grandes "formadores" da pesquisadora Paula, os camaradas Sergio Dorenski, Cristiano Mezzaroba e Diego Mendes, além, é claro, dos colegas do LaboMidia de Aracaju, da UFSC e dos demais núcleos - e pensar que tudo começou naquele almoço no Aulu´s, hen??
Estamos todos de parabéns por mais uma mestra formada no grupo!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Jornal LaboMidia - número 13

Pessoal que acompanha o blog,
é com alegria que divulgamos o Jornal LaboMídia/UFS, agora na sua décima terceira edição!

Confiram no site:
http://labomidia.ufsc.br/Jornal/info13.html

Comentários, sugestões e críticas são sempre bem vindas! Em abril, a 14a edição! Aguardem!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O handebol e sua relação (?) com a mídia

Colegas do blog!
No exercício, ainda, da disciplina "Educação Física, Esporte e Mìdia", turma A, os acadêmicos Artur Alves e Jéssica Lorena trazem seu texto tematizando o handebol brasileiro e suas relações com a mídia, mais especialmente, a televisiva. Leiam e sintam-se convidados a participar do debate, comentando... concordando, discordando, trazendo mais elementos, novos olhares, outros posicionamentos sobre o mesmo tema!

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Por que será que o Handebol não é um esporte tão divulgado pela mídia brasileira (televisão, jornais, revistas, etc.)? Mesmo sabendo que pode se tornar um esporte popular, adequando-se a variados espaços para execução, ele não recebe muita atenção para que se realize tal fato. Além de que, diz-se, é o esporte que está mais presente nas escolas brasileiras. Percebemos assim que o esporte mais monopolizado no Brasil é o futebol, o qual recebe cotidianamente destaques em toda a mídia, seja ela impressa, televisionada, digital, entre outros, ou seja, reforça a ideia da monocultura do esporte brasileiro.
No entanto, alguns canais de televisão tentaram e tentam ir “contra a maré”, assim como ocorreu com a TV Bandeirantes que transmitia alguns jogos das seleções brasileiras, logo no início dos anos 2000. Em seguida, veio a ESPN Brasil (canal fechado), com as transmissões dos mundiais e do Campeonato Brasileiro até o ano de 2011.
Hoje o Handebol é transmitido exclusivamente no Brasil pelo canal Esporte Interativo, um canal aberto, no qual conseguiu a exclusividade de transmitir os últimos mundiais, masculino e feminino. Mas isso sabemos que contam interesses principalmente financeiros na troca de canais de transmissão, tantos dos patrocinadores quanto do valor pago pela Confederação.
Voltando à pergunta inicial desse texto, fica fácil responder com alguns pontos que destacamos abaixo:
1-     O handebol não possui um ídolo nacional assim como o Falcão no futsal e o Giba no voleibol. Mesmo tendo atletas como Bruno Souza que em 2003 foi o 3° melhor do mundo e Alexandra Nascimento eleita agora no começo de 2013 como a melhor atleta mundial em 2012;
2-     No caso brasileiro, a modalidade nunca conquistou um ouro em Mundiais ou em Olimpíadas (como já ocorreu com o futebol, o vôlei e o basquete);
3-     A Confederação não se comunica como deveria com suas Federações na organização de torneios, campeonatos e eventos. E mesmo sua sede estando em Sergipe (que não passa apenas de um “jogo político”) não traz nenhum benefício para o esporte nem nacionalmente nem ao menos na região;
4-     E por fim, o esporte não é telespetacularizado como é na Europa, com grandes jogos, várias câmeras, com músicas nos intervalos de tempo, contratações milionárias entre os clubes, a entrada dos jogadores segue padrões estilo do UFC.
Deixamos uma pergunta para os colegas: Ao handebol brasileiro, sua situação, na maneira que está, está boa ou será que a modalidade precisa mesmo ser telespetacularizada para se tornar mais um no meio dos outros?