Copio o link da UOL... leiam e pensem a respeito! O debate está aberto...
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1148508-gordo-ativo-e-tao-saudavel-quanto-magro-dizem-estudos.shtml
05/09/2012 - 05h02
Gordo ativo é tão saudável quanto magro, dizem estudos
DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE "CIÊNCIA + SAÚDE"
Dois estudos publicados hoje questionam o conceito já cristalizado de
que gordura extra é sempre sinal de maior risco para a saúde.
EDITORA-ASSISTENTE DE "CIÊNCIA + SAÚDE"
O fenômeno é chamado pelos pesquisadores de paradoxo da obesidade: em certos casos, os quilos além da conta não indicam perigo e podem até ser protetores.
A primeira pesquisa analisou dados de 43 mil americanos divididos em grupos conforme o nível de obesidade e os resultados em testes de colesterol, pressão arterial e condicionamento físico.
Após um acompanhamento de cerca de 14 anos, os médicos, liderados por Francisco Ortega, da Universidade de Granada (Espanha), perceberam que os obesos considerados saudáveis após os exames tiveram um risco 38% menor do que os não saudáveis de morrer por qualquer causa. A redução de morte por problema cardíaco ou câncer foi de 30% a 50%.
O desempenho desses gordos "em forma" ao longo do tempo foi similar ao dos magros saudáveis, segundo o estudo, publicado hoje no "European Heart Journal".
Outro trabalho, na mesma edição da revista especializada, analisou, por três anos, a mortalidade de 64 mil suecos com problemas cardíacos (como angina e infarto) submetidos a um exame de imagem para determinar a saúde de suas artérias coronárias.
Os pacientes foram subdivididos de acordo com seu IMC (índice de massa corporal, calculado dividindo o peso em quilos pela altura ao quadrado, em metros).
O gráfico de mortalidade ficou em forma de "U": quem estava nos extremos (muito magros ou obesos mórbidos) tinha risco mais alto de morrer do que paciente intermediários, com sobrepeso ou obesidade moderada.
De acordo com o cardiologista Eduardo Gomes Lima, do Hospital 9 de Julho, esses achados propõem um questionamento ao uso do índice de massa corporal como método para avaliar obesidade.
"Dizer que um IMC a partir de 30 significa obesidade é suficiente? Nessa população vai ter obeso de verdade, mas também uma população com boa condição física, com muita massa magra. Não dá para colocar o IMC como grande definidor de prognóstico dos pacientes."
A pesquisa que acompanhou os americanos credita o melhor condicionamento físico dos obesos saudáveis como responsável pelo menor risco de morte observado nesse grupo em relação aos não saudáveis.
De acordo com o cardiologista Raul Santos, diretor da unidade de lípides do Incor (Instituto do Coração do HC de São Paulo), os exercícios reduzem o impacto dos efeitos prejudiciais da gordura.
"O exercício tem ação anticoagulante, ajuda a dilatação dos vasos e melhora a resistência à insulina, tendo um efeito contrário ao da obesidade. É melhor ser um obeso que se exercita do que um magro sedentário."
Para Santos, no caso do estudo com cardíacos, o efeito protetor conferido aos obesos moderados é mais difícil de explicar. Uma possibilidade é a de esse grupo ter pessoas com menos gordura abdominal, que produz substâncias inflamatórias e é um conhecido fator de risco cardíaco.
"Recomendamos a quem tem problema cardíaco perder peso, especialmente se a pessoa for barriguda."
Lima afirma que não se deve ficar com a impressão de que a obesidade não tem consequências. "A obesidade mórbida sempre está associada a um prognóstico pior."
Para ele, o importante é a necessidade de redefinir os limites da obesidade. "Talvez a gente esteja sendo muito rígido nessa avaliação."
2 comentários:
Pois é Cris, muito boa a proposta de reflexão e discussão! Acredito que esses segredos que você pergunta não são mesmo simples e diretos, tem muita coisa envolvida e acho que nem tão cedo conseguiremos desvendá-los (se é que é possível). A partir dessa ciência que vemos se proliferar vai ficar bem difícil chegarmos a algum lugar, os interesses comerciais, quando menos esperamos, estão por trás dessas publicações. Mas talvez o caminho seja esse que temos buscado, observar, discutir e refletir.
Abração.
Pois é pessoal, concordo que somente analisar o IMC como aspecto preponderante para definir níveis de obesidade...já sabemos que está ultrapassado. Mas precisamos analisar alguns aspectos: 1. o estudo se baseou em população americana, população essa que é considerada uma das mais obesas e que se alimentam muito mal por sinal. Que a maioria não possui índice de cintura/quadril desejável...Também afirmar que ser magro é ser saudável não defini ser melhor ou pior do que ser gordo...o que podemos afirmar é que ter um estilo de vida mais ativo durante toda a vida...é um caminho mais desejável e aceitável...creio que uma análise geral com: IMC, RCQ, % de gordura, nível de atividade física....são fatores que pesariam numa afirmação dessa.
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