Segue a terceira postagem da disciplina "Educação Física, Esporte e mídia", do semestre 2013-1, aqui da Universidade Federal de Sergipe.
Após tratarmos sobre as questões da indústria cultural e a cultura da espetacularização, vimos o filme "O Show de Truman", e o acadêmico Ronecleyson Silva Carvalho elaborou o texto abaixo com suas reflexões e impressões sobre o filme.
Aguardamos os comentários e o debate e seguimos por aqui!
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O SHOW DE TRUMAN, E O HOJE...
O filme bastante interessante, O Show de Truman, dirigido por Peter
Weir, conta a história de um homem que vive em uma ilha fictícia, a ilha de Seahem,
o maior estúdio já construído. Desde o seu nascimento, Truman vive em um reality show, todos dessa ilha são
protagonistas do reality, a sua mãe, sua
esposa, seus amigos, vizinhos, enfim todos são atores e até o protagonista, sem
saber, é um ator. Seu pai supostamente teria morrido em um acidente de barco
quando passeava com ele e por isso Truman se sente culpado pelo acidente e por tal
motivo tem pavor de sair da ilha por medo de atravessar ponte ou em balsas.
Milhões de telespectadores assistem
ao Show de Truman 24h por dia desde o
seu nascimento, depois de um tempo ele começa a desconfiar de algumas coisas e de
pessoas que fazem as mesmas coisas todos os dias e repetidamente, e tentam de
todo modo fazer com que ele não note nada e pense que é tudo normal. O que
motivou Truman a desconfiar das coisas e querer sair da ilha foi o seu amor por
uma mulher de nome Lauren ou Silvia, e também o seu descontentamento de seu
trabalho e seus interesses de viajar, mas durante todo o filme tentam de alguma
forma mudar seus pensamentos de querer sair da ilha, até pelo fato de um
suposto reencontro com seu pai que teria supostamente sofrido um acidente. Mais
isso não o desmotivou e o fez seguir em frente, com a ideia de sair da ilha.
O
Show de Truman é um retrato de uma espetacularização em que vive a
sociedade, há momentos que o filme nos deixa bem claro do que seria o principal
foco: se era a vida de Truman ou apenas a mídia envolvida, quando começam a
focalizar as câmeras de seus pontos iniciais.
Durante o filme vemos várias
propagandas e comerciais de produtos que eram mostrados no decorrer do drama,
as roupas, alimentos, objetos...
Podemos compreender um pouco do que
se trata o filme nos colocando a ver o que acontece hoje com os próprios realities shows, "A Fazenda",
programa transmitido pela rede Record de televisão, e por outro reality que é o
"Big Brother Brasil" transmitido pela Rede Globo de Televisão. Que
não são muito diferentes do Show de Truman,
pois se tratam da mesma forma de comercialização de imagens, produtos e etc.
Será que não somos como os telespectadores
de Truman, em que ficamos vidrados se possível 24h por dia vendo um Big Brother ou A Fazenda? Pois se trata da mesma comercialização da Truman. Nós
compramos coisas que aparecem nesses realities? Aderimos para a moda que
aparecem nos mesmos programas?
Estes programas de entretenimento
servem apenas para comercialização de imagens para propagandas, a fim de
comercializar seus produtos, que de formas relevantes são mostradas através da
espetacularização do programa. Assim é O
Show de Truman, assim é a vida.
Com isso podemos refletir que às
vezes fazemos
escolhas, não apenas por vontade própria, mas simplesmente por imposição, isto
é, por oportunidade, a vida nos impõe, oportuniza tais escolhas, sem termos a
chance de escolha daquilo que realmente queremos, apenas aceitamos o que a vida
ofereceu, somos posicionados através de comercias de produtos, aparecidos em
determinados programas de televisão, ou seja, somos impulsionados a comprar
determinados produtos apenas por aparecer em determinada propaganda ou
programas, é isso que o filme nos revela.
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2 comentários:
Oi, Cris, oi, Ronecleyson,
Que legal, eu costumo usar esse filme para discutir a nossa imersão compulsória na industria cultural (IC), sobretudo na disciplina de EF e mídia da pós-graduação.
Há vários aspectos do filme, muitos deles apontados pelo Ronecleyson na sua postagem, que permitem identificar a presença da IC. Começa pelo próprio nome do personagem (Truman), uma corruptela de true-man, o que poderia ser traduzido por "homem-verdadeiro".
As evidências do desmonte da história acontecem a todo o momento e cada vez que revejo o filme encontro outras.
Sugiro atentarem para a conversa que o diretor tem com o Truman, quando ele "some". Vale uma análise do discurso (da mídia).
Parabens.
Filme muito interessante!
O que mais me marcou nesse filme, foi o final!
Normalmente esperamos que ultima cena apareça o ultimo ou primeiro beijo entre os protagonistas, festas, risos, entre outros acontecimentos que encerram o filme com chave de ouro.Porém justamente para brincar com o sentido de ''futilização'' da imagem, o autor resolveu encerrar o filme mostrando dois seguranças entediados procurando o próximo programa, o que reforça a ideia que atualmente tudo é comercial ou descartável e rapidamente passageiro.
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