segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Novos princípios... velhas práticas

No último sábado, Willian e Fátima foram dispensados da folga semanal. Mas o motivo foi para lá de pertinente: anunciar os "Princípios editoriais das Organizações Globo" (leia-o aqui). A blogosfera ferveu.

Dizem por aí (e eu até acredito) que a motivação para o anúncio dos "Princípios..." pode ter sido uma resposta ao post "A Globo vai para cima do Amorim" (leia-o aqui), publicado no dia 05/08 no blog Escrevinhador, do jornalista Rodrigo Vianna.

Essa ebulição digital está rendendo bons, eu diria ótimos posts sobre o assunto, e a republicação de pérolas do "jornalismo global".

Eis um deles. Publicado no blog Vi o Mundo, do jornalista Luiz Carlos Azenha, o documento assinado por Roberto Marinho foi veiculado em 1984 e vale muito a leitura (clique na imagem para aumentá-la):


E não para por aí. Motivado pela declaração do último sábado, Azenha logo relembrou outra publicação de princípios da Rede, desta vez em 1989, logo após o famigerado debate eleitoral entre Lula e Collor, intitulada "O direito de saber" (leia-o aqui).

Na veiculação desse verdadeiro Frankstein do jornalismo brasileiro (o vídeo foi editado, recortado e retalhado da forma como bem entenderam), no mesmo JN, Aaaalexandre Garcia, declarou:
“Nosso trabalho, como profissionais da televisão, foi e continuará sendo o que fez a televisão nesses dois debates. Manter aberto esse canal de duas mãos entre o eleito e os eleitores, para que melhor se exerça a democracia”.
Com a agilidade que só a independência editorial permite, o Blog do Mello publicou o post "Rede Globo lança código de ética e descumpre numa mesma edição" (leia-o aqui), resumido no seguinte vídeo:



A atitude do jornalista que procurou Vianna é, para mim, uma luz no fim do túnel do jornalismo brasileiro. E se "é cada vez mais desanimador fazer jornalismo aqui", como disse o jornalista se referindo a Globo, então não o faça!

Que tal aproveitar o gancho para rever o doc "Além do cidadão Kane" (assista aqui), uma das oportunas sugestões deste blog, e debater com colegas, professores e alunos?!

4 comentários:

Anônimo disse...

Excelente postagem, Lyana,

Destes continuidade ao comentário que o Diego havia feito sobre esses "principios editoriais da Globo", estranhíssimos, por sinal.
E qualificastes muito com as informações trazidas do blog do Escrevinhador.
Não sei qual a relação entre eles, mas pra Globo ficar divulgando, inclusive exigir isso de suas afiliadas (c/ a RBS), deve haver algo grande (e podre) por aí, talvez ainda subterraneo e mais profundo ao que veio à luz.
Acompanhemos, pois!
Giovani

Daniel Minuzzi de Souza disse...

baita postagem Lyana, bom mesmo.
Daniel

Sergio Dorenski disse...

Concordo com vcs ótima postagem!
Ontem no Roda viva estava o Ministro dos Esportes e lá pelas tantas...ele foi questionado sobre o posicionamento do Sir R. Teixeira com relação a uma possível repressão aos jornalistas na Copa, ou seja, credenciais só para os amigos do Rei. Não é que o carinha escorregou, escorregou e não se posicionou sobre o "Sir"?! Disse que estamos numa Democracia e isto vai prevalecer...só! Até o Ministro se curva diante do Cara...agora eu tenho certeza, vamos engolir muito abacaxi...
ah, para complementar as indicação o livro da Maria Rita Kehl e Eugene Bucci " Videologias" traz uma sacada muito legal sobre a Rede Plim plim durante o perído da Ditadura ela nunca se manifestou sobre os "porões", no entanto, no programa Retrospectiva apresentava-se como um verdadeiro revolucionário de bandeirinha e tudo contra os Milicos...não foi nem subliminar...vamos observando

Giovani Pires disse...

Pois é, eu assisti a quase todo o Roda Viva com o Ministro do Esporte.
Independente da prática "sabonete" dele, que não respondeu nem se comprometeu quando apertaram ele, o que percebi foi um desconhecimento (despreparo) dos jornalistas, ou medo de falar da Globo.
No caso da festa na Marina da Glória, quem não concedeu credenciais e impediu imagens internas não foi a FIFA nem a CBF, ao menos diretamente.
Elas colocaram essa "exclusiva" no contrato com a Globo, que foi quem proibiu o acesso de outros jornalistas.
Tentando tirar uma declaração do ministro contra o Ricardo Teixeira, eles erraram o alvo e deram uma informação errada.
Uma pena (mas algo comum, quando se trata de jornalismo esportivo. Infelizmente, né?)