domingo, 23 de outubro de 2011

A mídia, as mediações culturais e alguns acontecimentos da semana que passou

Continuando a publicação de textos dos acadêmicos da disciplina de “EF, esporte e mídia” da UFS, seguem reflexões do grupo formado por Victor Valdez; Cláudia Pedroza; Afra da Silva; Heitor Meireles; Filipe Galvão. Aguardamos os comentários!

Na aula ministrada no dia 21 de outubro de 2011 da disciplina Educação Física, Esporte e Mídia, ministrada pelo professor Cristiano Mezzaroba, na Universidade Federal de Sergipe (UFS), foram discutidos os fatos que marcaram a semana por meio da mídia esportiva, e também pudemos entender a relação da mídia com a população referenciando a idéia “emissor-receptor”.
Iniciamos a aula comentando sobre os “fatos” que aconteceram na semana passada e que nos chamaram a atenção. O principal assunto foi a “revolução” que está acontecendo quanto à Copa de 2014, ou seja, enquanto eram escolhidas as sedes na Europa e o estádio do Corinthians foi escolhido para a abertura (obra esta que envolve dinheiro público), víamos acusações contra o ministro dos esportes, Orlando Silva, por desvios de dinheiro no projeto social Segundo Tempo, o que ocasionou a retirada dele da organização do evento. Por todo esse processo de acusações tentamos entender o porquê de tudo estar acontecendo agora, e pudemos entender que o Ministério dos Esportes, antes o “patinho feio” dos ministérios (conforme postagem anterior, feita pelo Prof. Giovani Pires), começou a entrar muito dinheiro por causa dos eventos que estão por vir e acaba criando uma confusão com os partidos da base do governo.


Falando sobre mediações culturais e dialética das múltiplas mediações pudemos situar a influência que a mídia tem sobre a população. As relações entre o emissor e o receptor precisam ser entendidas a partir das mediações culturais que servem de “filtros culturais” na maneira como as opiniões das pessoas são formadas. Essas mediações sofrem influência do “filtro” cultural de onde estão situados, fazendo com que se criem sentidos e significados diferentes em cada sujeito (a partir, por exemplo, da região que mora, da etnia da qual faz parte, do seu histórico de vida, gênero, idade etc.). Podemos citar o exemplo dado em aula, na relação entre o que o nordestino pensa do sulista e vice versa, e comentou-se que algumas pessoas vêem os gaúchos como pessoas que só comem churrasco o dia todo, que não tomam muito banho por causa do frio, e tomam chimarrão 24 horas por dia etc., sem nem mesmo precisar ir até lá para comprovar, pois a mídia expõe fatos que levam a essa idéia (nas novelas, nos seriados, nos telejornais).


Segundo Orozco, o receptor deve ser entendido a partir das “multimediações” que são importantes para formar uma idéia concreta do que está ocorrendo na sociedade. Didaticamente, essas “multimediações” são apresentadas a partir da seguinte tipologia: Individual (gênero, histórico de vida, etnia), Situacional (cenário-sujeito-interação), Institucional (família, Estado, igreja, escola, grupos sociais) e Tecnológica (televisão, internet, jornal, revistas, cinema etc.). Dessa forma, é preciso compreender que cada um tem uma particularidade de acordo com suas mediações. Assim sendo a mídia tem uma idéia equivocada de que o receptor é uma massa de audiência homogênea quando, por exemplo, põe uma determinada reportagem em determinada emissora e acredita que a maioria recebe aquela informação da maneira igual, unidirecional, mecanicista. A mídia foi mudando de geração em geração o tipo de influência com o público, nas décadas de 30 e 40 as teorias da comunicação sugeriam a ideia da “agulha hipodérmica” que tinha uma intervenção imediata com o público; depois da 2ª guerra mundial os efeitos foram entendidos como mais limitados, a mídia não era tão influenciável como antes, necessitava-se maiores aprofundamentos para tais afirmações. Hoje em dia, a mídia impacta efeitos cumulativos e a longo prazo e continua sendo capaz de influenciar as pessoas como um todo, capaz de formar grupos e excluir outros por não serem aqueles que a mídia nos mostra como principais.

4 comentários:

Giovani Pires disse...

Por que Orlando Silva não caiu???

Deu no blog do Cruz hoje (http://blogdocruz.blog.uol.com.br/arch2011-10-01_2011-10-31.html#2011_10-24_20_56_41-139474431-0)

"Que bala de prata guardava o PCdoB? Anote o nome dela: Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal, eleito pelo PT. Durante o primeiro governo de Lula, ainda na condição de membro do PCdoB, Agnelo foi ministro do Espore. O secretário-executivo do ministério era Orlando Silva. Pois bem: se Orlando fosse tragado pela lama que escorre no ministério, Agnelo também o seria. Palavra do PCdoB. Então pensando melhor, Dilma preferiu deixar Orlando onde ele está...”

Não é uma beleza!?!?!?!

Juliana Nunes disse...

Parabéns ao grupo pela postagem!!!
Infelismente não pude participar da aula, mas...
Vivemos na realidade em que a mídia gira em torno de nossas vidas, influenciando-nos. Além do interesse capitalista, Há grande interesse da mídia em padronizar a sociedade, fazendo assim com que abandomos a nossa própria cultura.

Jessica Vitorino disse...

Acho que é inevitável a não percepção dessa relação emissor - receptor em qualquer aspecto das nossas vidas,mas essa relação tem se tornado muito mais visível quando tratamos da comunicação midiática. Os estudos sobre o tema nos auxilia e nos leva a compreender que precisamos estar atentos às inúmeras mensagens que são transmitidas e recepcionadas pela população. è necessário saber ouvir o que nos dizem, ao mesmo tempo que também é importante filtrar e analisar o que esta sendo transmitido, para não cairmos nos preconceitos ou até mesmo em nos tornar uma parte inoperante e subalterna de quem almeja uma população cada vez mais passiva e homogenia.
Parabéns ao grupo pelo texto!

Janaína disse...

Parabéns ao grupo pela postagem!!!