Boa tarde car@s colegas, mando em anexo alguns delírios em forma de poesia (ou quase).
Trata de um textinho que utilizo para debater o conceito de Corporeidade (ser corpo), visando superar a dualidade (corpo-mente, corpo-alma, corpo-espírito) a primeira parte foi escrita por uma colega e amiga. Professora Geonete, com quem trabalhei num curso de Pedagogia, a segunda parte, mais "amadora" é de minha autoria e visa pensar o corpo na contemporaneidade.
Espero que gostem!
Abraço
Que corpo é esse?
Um corpo presente, que cala e que fala.
Que conta sua história de jovem, criança
Que se transforma na curva da história.
Que corpo é esse?
Que gera, cuida, embala e amamenta
Que acaricia, afaga, acalanta...
E as marcas do tempo reflete e traduz.
Que corpo é esse?
Que vai e que vem, produz a riqueza, e vive pobreza.
Que sobe o morro, a escada rolante, a roda gigante, o elevador e voa....
Um corpo trabalho. Um corpo prazer e dor de viver.
Que corpo é esse? Cansado, quebrado, lascado...
Que dança e ri e brinca tão solto, tão leve, despreocupado...
Que corpo é esse?
Que agride, violenta, explode, amedronta, assalta, prostitui.
Que treme sem droga, se acalma com ela e sonha... Que sonhos?
Ou são pesadelos?
Que corpo é esse?
Que não reconheço. Que lindo! Tão feito. Perfeito!
Tal qual escultura. Que é feito em moldura, por mãos de outros corpos.
Que corpo é esse? Que chora e implora. Que a fome consome
E parece que some. E dorme no chão da dura calçada.
Quem é esse corpo?
Sonolento, atrasado, descuidado, mal tratado, largado...
Quem é esse corpo?
Que teima e resiste na luta persiste.
Que corre e treina e busca a glória, a fama, o sucesso, o louro, a vitória.
Quem é esse corpo?
De homem/mulher, nem aquele nem essa.
Que escolhe quem ser do jeito que é
Que foge ao padrão, que rompe a moldura e é criatura.
Quem é esse corpo?
Silêncio, quietude. Que pensa e imagina...
Que sente e se anima.
Quem é esse corpo?
Outdoor ambulante, que exibe a marca. Não é sua marca.
É a marca consumo de quem o consome.
Quem é esse corpo?
Mistério profundo de histórias vividas, passados, presentes.
Calados, contados, que fazem a história da história das gentes.
Quem é esse corpo? Que explora, domina, submete
E mete na cabeça das gentes que corpos são corpos
E mentes são mentes e são outros entes tão longe dos corpos.
E gente tem corpos ou gente são corpos?
Já não é um só corpo.
Na trama da vida a rede se faz por múltiplos corpos.
Quem são esses corpos? Que corpos são esses?
(em construção)Geonete M. Bernardi Agostinho/out/2004 geonete@gmail.com.).
Que corpo é esse? Plugado, conectado, wi-fi sem sinal.
Um corpo digital, um corpo virtual.
Que corpo que é esse que esconde atrás de janelas
de vidro, LCD, Led, Plasma?
Um corpo onde o plasma já não é sangue, mas apenas full HD,
Que corpo é esse em 3D? Escaneado, hackeado, com chip!
Que corpo é esse que quase não celebra mais sua dimensão material?
Um corpo que já não encontra campinhos de futebol nas esquinas e nem parquinhos,
um corpo que fica refém das sobras das megas construções, que engoliram o campinho e as praças.
Que corpo é esse, “facebookado”, que se cutuca sem tocar, se emociona sem experienciar? Quem é o dono desse corpo? Google? (nosso oráculo de Delfos digital)
Que corpo é esse espetacularizado? Corpo que agora virtual faz publicidade gratuita também nos outdoors virtuais de sua página pessoal.
Será que esse “novo corpo” ainda pode ser corpo? Mesmo que sendo avatar?
Que corpo é esse que se esconde atrás de várias janelas e toma coragem de ser outros corpos? Corpo que assume riscos sem se arriscar fisicamente!
Um corpo que consome e é consumido loucamente, freneticamente, um corpo “chão, chão-chão-chão”, mais rápido, um corpo “créu n.5” mais forte, mais fácil, um corpo Control C – Control V, um corpo fotoshop!
Que quando se lembra de sua dimensão material é pra ficar igual ao corpo espetáculo!
Mas agora um corpo telespetáculo que já não precisa se satisfazer nele mesmo mas sim se projetar no corpo do grande irmão (Big Brother), fique de olho!
Um corpo telespetacularizado, ciborgue, cibernético, androide, e ao mesmo tempo andrógeno.
Que corpo é esse que jamais teve tanto acesso a informação e segue tão desinformado?, Que pela velocidade da informação não consegue averiguar sua veracidade,
um corpo que sabe muito do que está longe e nada do que acontece ao seu redor, exceto na sua rede social (virtual).
Um corpo que também tem a possibilidade de produzir informações de comunicar na rede! Mas o que esse corpo comunica? Mais do mesmo? O tombo do colega?
Qual a ética desse corpo? Que moral esse corpo exerce?
Será que o corpo continua sendo corpo ou já não é corpo?
Esse corpo sujeito ou corpo assujeitado que tenta brigar ou se deixa ser levado
corpo que se importa, corpo que não se importa, ou que não importa mais.
Qual o caminho e o lugar desse corpo nas aulas de educação física?
Qual o caminho e o lugar desse corpo na Escola e na sociedade?
Segue.... em construção
Daniel Minuzzi de Souza (Novembro 2011 – IFC - Videira)
3 comentários:
Opa!!! Pelo jeito teremos de montar um Grêmio-Inter-Literário (pra agregar todos...)do LaboMidia...Xibas em seu momento epifânico, envolvido pela ENTRAÇÃO DE NUMAS...uauauau...beleza, Xibas, me vi um pouco no teu discurso...manda bala!!! abração!! Jaca
Olhó,lhó, o cara, óh!
Poetando também! Mais uma faceta do jeito Xibaba`s de ser.
Valeu, camarada.
Abraço.
Valeu, abraço jacamaradas
Postar um comentário