Pobre Futebol Rico
Quando
a Globo e a Record disputaram a compra de direitos do brasileirão, um
dos argumentos para convencer a CBF do fim do monopólio nas transmissões
era o de que não fazia sentido submeter o torcedor a rodadas no meio de
semana que começassem quase às dez da noite. Isso penaliza não só os
torcedores, mas jogadores, dirigentes, profissionais envolvidos direta e
indiretamente com a rotina das transmissões e dos estádios...
Pois
não é que o exemplo prático apareceu? Na última quarta-feira a TV Globo
teve que mexer na grade para transmitir o amistoso do Brasil contra os
EUA, em Washington. Quem perdeu? Só a Globo. Como noticiou a Keila Gimenez,
no horário nobre, a emissora cedeu de cinco a sete pontos de audiência à
concorrência. E isso não é pouca coisa. É a sexta parte, em média, de
todos os aparelhos que estavam sintonizados no canal.
"As novelas 'Cheias de Charme' e
'Avenida Brasil' e o 'Jornal Nacional', diz Keila, perderam (...) a
primeira de 33 pontos para 28; a segunda, de 40 para 33 e o JN, por sua
vez, foi de 34 para 29". E o futebol? Foi bem, obrigado. Trinta e um
pontos, apesar de ser apenas um amistoso.
Ah, muitos vão argumentar que no
brasileirão o interesse não é tão grande... Depende, se as emissoras
investirem em transmissões regionalizadas, eu duvido que o interesse não
aumente. E digo mais, com jogos começando mais cedo, a frenquência aos
estádios aumenta e a receita dos pequenos, com renda de bilheteria e
patrocínios também!
Mais dinheiro é sinônimo de mais
infra-estrutura, novos talentos revelados, times mais bem treinados, com
mais qualidade técnica e uma economia mais pujante, não só em lucros
para a emissora monopolista, como é hoje. Simples assim!
Mas cada povo tem a liberdade que escolhe, ou a que merece.
3 comentários:
Muito boa essa reflexão sobre o futebol, a televisão (leia-se, a Globo) e o "horário nobre". Algo para ser pensado, refletido, observado.
Na mesma linha, para contribuir,vai aqui a dica de um comentário do Erich Betting, no UOL: http://negociosdoesporte.blogosfera.uol.com.br/2012/06/01/o-esporte-pode-peitar-a-tv/
Infelizmente a prevalência dos interesses econômicos está presente no esporte da mídia e quem mais sofre com isso é o torcedor que para vivenciar a cultura esportiva nos estádios tem que se submeter a chegar em casa altas horas da madrugada e no mesmo dia acordar cedo para ir trabalhar. Essa mudança no horário do jogo entre Brasil e Estados Unidos só ocorreu porque as emissoras dos EUA queriam encaixar o amistoso na sua grade de programação, quer dizer foi uma briga de gigantes onde a Globo foi obrigada a ceder. Penso que se os torcedores se unissem e boicotassem as partidas de futebol transmitidas pela Globo ela também poderia se ver obrigada a mudar o horário de transmissão de alguns jogos do brasileirão por exemplo, já que não devemos esperar nenhuma manifestação da CBF nesse sentido.
Beleza Dieguito..., bem, eu não acredito muito na perda de pontos na audiência, até por que, ainda sonho, como o Galdino sugeriu, em ver jogos em outros canais que não seja a Globo e todo mundo boicotando...mas, infelizmente, a maioria dos telespect...não conseguem desconectar-se da tal plim, plim e os motivos são muitos desde o sinal das imagens, até a narração (infelizmente)...só para concluir: nesta briga de horários quem manda é a mamãe (EUA)...a Globo é uma multinacional e vinculada (rebaixada....) a ela.
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