terça-feira, 3 de julho de 2012

Jogar futebol nos grandes centros... é ser trabalhador/proletário?

Como vão observadores?
Após uma semana com vários acontecimentos futebolísticos trago aqui apenas uma provocação para que possamos dar prosseguimento ao "Papo de Boleiro" que temos mantido por aqui e também para discutirmos alguns temas que "vira e mexe" sempre aparecem nas pautas de discussão do futebol mundial.
Durante os últimos jogos da Eurocopa  o jogador Mario Balotelli, do milionário Manchester City e atacante da seleção italiana, se destacou marcando alguns gols importantes durante a competição européia, mas foi criticado pela "marra" que vinha apresentando nas comemorações e nas participações de entrevistas com a imprensa.
Mas após a repercussão das suas polêmicas atitudes, Balotelli, deu algumas declarações em seus microblogs e nas suas páginas na internet que apresentam um outro lado do jogador. A forma de pensamento e um pouco da sua história de vida foram colocadas por ele como justificativas para as atitudes que vinham sendo comentadas e criticadas nas pautas jornalísticas.
Uma das principais críticas que foram direcionadas ao jogador ganês, naturalizado italiano, foram referentes às suas comemorações, ou melhor, não comemorações de gols e ai logo em seguida ele deu a declaração que está na imagem ao lado... "Não comemoro porque é meu trabalho. Você já viu um entregador de pizza comemorar uma entrega?"
Sem a pretensão de me tornar advogado de defesa do jogador - até porque não cabe em minha formação - mas coloco em pauta aqui no blog para discutirmos mais desta polêmica relação de interesses entre a mídia, os jogadores e seus respectivos procuradores e patrocinadores. Além também, da relação de trabalho, função de produção operária e remuneração, tudo isso pensado nesse mercado de muitas cifras que é o futebol dos grandes centros.
Fica aqui uma provocação esperando aos aficionados por futebol e também aos observadores e pensadores críticos se manisfestarem para mantermos o nosso Papo de Boleiro qualificado do Blog!


5 comentários:

Giovani Pires disse...

Silvan, amigos,
Estou passando por aqui apenas para deixar registrado comentário que fizemos na aula de EF/Midia essa semana: até que ponto, o "não comemorar" do Balotelli não passa de um cuidadoso gesto midiático?
Pode ser mesmo um ato de protesto? Pode, mas tambem pode não ser...
Num futebol telespetacularizado, todos são personagens!

Sergio Dorenski disse...

Valeu Sivan...pois é Gio, é bom sempre desconfiar. lembro-me das comemorações com o dedo para cima...muita gente pensando que era para Deus...e, na verdade, um grosso contrato com distribuidora de bebidas. E Romário? Dizia aquele tal locutor..."lá vai Romário para o seu ritual de amarrar a chuteira..." e outro contrato com insdústria esportiva... e assim vai. Mas, algo importante é este quebra de paradigma - forcei a barra - preconceito. Pois, é primeira vez que vejo um negro na "Azurra", imagino o quanto ele deve ter sofrido e, ao mesmo tempo, ser competente, para a arraigada tradição italiana permitir sua presença no futebol e na seleção...só isso já vale suas irreverências...vamos observando

Cristiano Mezzaroba disse...

Bam... parabéns pela análise!

É interessante ver isso acontecendo na seleção italiana. Imagino que Hitler deve ter se mexido em algum lugar vendo ele fazer aqueles dois gols contra a seleção alemã, na semana passada.

Li um breve artigo de um acadêmico da UFS publicado no portao Infonet... compartilho aqui com vcs!
vale a pena ver...

http://www.infonet.com.br/educacao/ler.asp?id=130854&pagina=1

Talita Vieira disse...

Desenvolvo uma pesquisa sobre trabalho imaterial e subjetividade e meus questionamentos vão exatamente na direção dos jogadores de futebol enquanto trabalhadores e nas implicações subjetivas que este trabalho acarreta para os profissionais em meio ao atual contexto esportivo (permeado por questões de mercado). Achei muito legal o blog trazer a pergunta que é o título do post.

Silvan Menezes disse...

Tem mais sobre o Mario Balotelli... em alguns meios, andaram circulando informações de que ele doa 50% do seu salário à instituições carentes na África... será?