Segue mais um texto reflexivo dos alunos matriculados na disciplina Educação Física, Esporte e Mídia da Universidade Federal de Sergipe, 2011-2. Os autores são os/as acadêmicos Cláudia Regina Pedroza; Filipe Galvão; Heitor Dikson Meireles; Victor Azevedo e Afra da Silva Lima.
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Na aula ministrada no dia 23 de setembro de 2011 da disciplina Educação Física, Esporte e Mídia, ministrada pelo professor Cristiano Mezzaroba, na UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS), podemos ter uma idéia do que seria a Indústria Cultural e algumas das suas influências para a sociedade. Segundo Adorno e Horkheimer a indústria cultural é algo que pode ser manipulador, pois ela atua através dos meios de comunicação de massa aniquilando a consciência e o pensamento crítico humano.
Para começar podemos fazer uma relação entre o esporte e a mídia, no qual a mídia acaba atuando na formação e na vulgarização de como pode ser visto o esporte na sociedade contemporânea, transformando-o em esporte como uma possível ascensão sócio-econômica, de mercadoria e consumo. Exemplos: quando a criança sai das comunidades carentes para tentar a sorte no futebol e para dar uma condição melhor para a família, nesse caso a mercadoria é quando são ditos atletas e esses são tidos como prodígios, ídolos, fazendo com que os torne cobiçados por grandes equipes, patrocinadoras renomadas valendo milhões, isso acarretará no marketing de produtos esportivos, aumentando o consumo dos torcedores e sociedade em geral. Isso vai fazer com que os jogos de futebol sejam de certa forma um espetáculo para que os patrocinadores continuem a investir, esperando um retorno maior, no consumo por parte da sociedade. Segundo Adorno, a indústria cultural foi criada para o povo e não pelo povo, ou seja, fazendo que haja um consumo exacerbado.
Outro exemplo da indústria cultural influenciar a mente humana é a questão da estandardização, ou seja, padronização. A televisão por ser um veículo de grande difusão, é utilizada pela indústria cultural para inculcar em nossas mentes estilos de vida padronizados que acabam nos tornando consumistas e trazendo assim um retorno financeiro aos interessados na divulgação. Por exemplo, determinada emissora de televisão põe no ar uma novela, e nós telespectadores, assistimos e simplesmente passamos a absorver certas modas dessa novela como: modelos de roupas, corte de cabelo, acessórios, maquiagens etc. Daí passamos a nos apropriarmos dessa moda, mas não porque escolhemos e sim porque é imposto pela mídia e queremos estar na moda.
Outro caso que discutimos em sala de aula foi a repercussão do anúncio de que faltavam 1000 dias para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, fato que ocasionará um aumento no movimento mercadológico como um todo. A discussão sobre os cumprimentos dos prazos de conclusões das obras e marketing esportivo geraram muita polêmica. O que nos remeteu as afirmações de Adorno e Horkheimer, de que a produção cultural é um negócio. Assim, a indústria cultural através dos vários veículos de comunicação invade diariamente as vidas das pessoas influenciando comportamentos e atitudes, manipulando silenciosamente o imaginário destas ao consumismo. Logo, esta detém o poder de manipular a sociedade visando seu próprio benefício – o lucro.
Blog do Laboratório e Observatório da Mídia Esportiva (UFSC/UFS/UFSJ)
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14 comentários:
Parabéns, Cris e seus pupilos,
Ótima interpretação das relações entre Indústria Cultural e a mídia.
Aproveito para colar abaixo um comentário que saiu hoje numa coluna sobre TV no portal UOL (Flavio Ricco). Trata-se de um ótimo exemplo de como a mídia produz seu agendamento:
"Copa do Mundo no Brasil em 2014 e a Globo já faz um pedido aos seus autores para que o tema futebol, de alguma forma, possa ser inserido em seus próximos produtos, mas com o devido destaque. É o caso, por exemplo, da próxima novela das nove, ´Maria do Mar`, de João Emanuel Carneiro, que terá diversas cenas com a bola rolando."
Continuemos observado...
vocês fizeram um bom trabalho,o texto e bem esclarecedor e de fácil leitura.
Poia é galerinha, estive esses dias conversando com os meus alunos do ensino fundamental e eles já começaram a perceber que a mídia influênia diretamente na escolha deles, um dos meus alunos chegou a dizer que aprendeu a gostar de um certo time de futebol depois que viu na TV uma máteria mostrando a história do time, isso aconteceu antes de uma partida de futebol do dito cujo time, ele disse que aquilo deixou ele facinado o que chama a minha atenção também é a escolha da roupa das meninas, que acabam sendo reprodução do contexto mídiatico televisivo, o que vocês pensam sobre isso?
Ana Maria
Olá pessoas! Parabéns pela dinâmica da Disciplina e aos bloggueiros!. É importante também perceber que a Indúsria Cultural é um processo que se dá em plena sociedade de consumo. Às vezes parece uma coisa mesmo! Algo tocável, mas o pior é como age este processo fazendo com que todos nós não escapemos dela, só se adapte, como dizem Adorno e Horkheimer.Mesmo assim, é sobre ela ou mesmo contra ela que encontramos os escapes, as saídas,a subversão, o canto das sereias. O Fato dos alunos da UFS, estarem discutindo, observando e consequentemente, produzindo sobre (será próxima etapa)...já esboça uma saída!
continuemos observando, pensando, agindo para reverter este processo...viva a Formação!
Adoto aqui (DORENSKI, 2011) nessas palavras postadas aqui acima, hahaha. Este conceito é um ótimo norte para o ínicio das observações, reflexões, críticas e investigações futuras. Mto bom Cris e galera da turma.... vendo estas postagens to me lembrando que passei por isso a pouco tempo, bate uma certa saudade, mas as etapas passam e ainda conforme (DORENSKI, 2011) "Viva a formação", melhor ainda, viva a formação continuada hahaha.
Abração
legal o texto
entendi que existe uma relação entre a industria cultural e comunicação de massa para melhor compreendermos a cultura e a educação dentro de um contexto histórico
Olá pessoal!
Realmente a cada dia a mídia vem criando novos conceito que influenciam crianças e adultos.A indústria cultural tem um grande poder dentro de sociedade,mas dentro dela podemos encontrar vantagens e desvantagens,por isso é preciso saber fazer bom uso desta ferramenta.
Parabéns pelo texto galera!!
Oi!
Em primeiro momento parabenizar meus colegas pelo texto, foi muito interessante e esclarecedora a relação que vocês fizeram sobre a indústria cultural,mídia e sociedade.
Também acho que nos dias atuais a mídia além de influenciar as pessoas faz com que elas também fiquem dependente dessa indústria cultural, entrando cada vez mais na rotina das pessoas e gerando novas identidades.E assim cada vez mais deixando a sociedade "presa" e vivendo a partir de uma Tela dominadora de mentes.
Olá pessoal!!! primeiro quero dizer que gostei muito do texto produzido pela turma e dos comentários feitos sobre ele. Agora, quero também fazer um comentário compartilhando com as opiniões de todos: Verdade que a mídia, os novos recursos tecnológicos, invadem o nosso cotidiano e orientam as nossas ações, nosso modo de viver. Mas só pra lembrar e depois reforçar o que todos entendem e compartilham de tal entendimento, os avanços da tecnologia, considerando aqui, não só os audiovisuias mas também todos os outros que criamos como a colher, escova de dente, quadro negro enfim, uma infinitude de descobertas tecnológicas para a melhor efetivação da sobrevivência, quero dizer, como uma forma mais favorável para viver, talvez seja por isso que nós permitimos que ela entre sem muita resistencia.... Pois bem, é justamente sobre essa "invasão" que temos que nos tornar críticos, atentos para não nos tornarmos apenas objeto de de tais tecnologias mas sim, sujeitos que a recebe criticamnete.
Parabéns pelo texto e comentários!
"Lembrando q não podemos deixar que a INDÚSTRIA CULTURAL nos manipule, influenciando na nossa formação como indivíduos autônomos, independentes, capazes de julgar e de decidir conscientemente."
o texto ficou bem interessante e esclareceu algumas pontinhas de dúvida que tinham ficado ainda durante a aula.
o mais interessante é que a gente pode observar bastante a respeito dessa influência midiática quando se trata de corpo. cada vez mais os corpos (masculinos e femininos) tem perdido sua identidade e particularidades para tornar-se mais parecidos. começam a seguir os mesmos padrões. vemos as pessoas com os mesmos cortes de cabelo, mesmas roupas, mesmo corpo...
Como disse Anamaria Fadul: "...é só através de seu conhecimento (da Indústria Cultural) que se pode propor uma nova compreensão, porque é só através de seu conhecimento que se pode propor uma nova política educacional, cultural e comunicacional capaz de fornecer subsídios para a alteração da própria Indústria Cultural. É só por meio de alunos críticos, de alunos que tenham conhecimento da Indústria Cultural que se pode ter a possibilidade de interferir para aperfeiçoá-la e melhorá-la. Não para piorá-la."
Desta forma, penso que nós como educadores e muitas vezes "parâmetro" para nossos alunos, devemos formar cidadãos críticos para que não venham a ser meros espectadores.
Parabéns ao grupo pelo texto bastante esclarecedor e de fácil compreensão.
É pessoal, o texto e a discussão estão bem legais. Aproveito para parabenizar aos idealizadores deste espaço.
É interessante discutir sobre algo em que estamos diretamente inseridos, como o contexto da indústria cultural, uma realidade presente no dia-a-dia de cada um. E, mais intrigante ainda, é pensar como não nos tornarmos reféns dessa indústria? Como distinguir na prática, a semiformação, da formação e autonomia do indivíduo? E ainda, como contribuir para a emancipação de nossos futuros alunos? Estamos no estágio de buscar compreender o significado e o impacto da mídia no nosso cotidiano, mas penso que ainda há um vasto campo a ser seguido até que passemos a driblar o bombardeio de informações e galanteios apresentados pela indústria cultural.
Parabéns ao pessoal de Aju por esse texto. Aqui em Minas Gerais estamos acompanhando as discussões de vocês. O referencia da Indústria Cultural permanece muito atual em nossa sociedade, visto o poder da cultura produzida para as massas em nosso cotidiano.
Grande abraço a todos,
Diego S. Mendes/UFSJ
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