quinta-feira, 24 de julho de 2014

“A Crítica da Crítica: Uma reflexão sobre o ato de criticar”

Olá Pessoas, mais uma postagem dos Alunos da Disciplina Educação Física, Esporte e Mídia...Vamos as "críticas..."





Akellyson Oliveira de Jesus
Brenda Oliveira Nascimento

Quando nos foi proposto em pensar algo relacionando mídia-educação abriu-se então, um leque de possibilidades nas quais possíveis temas poderiam e deveriam ser questionados, refletidos e debatidos. Diante dessas possibilidades, voltamos o olhar para o que vem acontecendo, principalmente no Brasil e mais especificamente, sobre a Copa do Mundo. Ou seja, os brasileiros em suas manifestações e a repercussão dessas manifestações nos meios de comunicação.
Colocando numa balança em que de um lado a mídia (considerando aqui os meios de comunicação) e o do outro a população (sujeitos receptores das repercussões desses meios), questionamos o que é mais determinante e que influencia o “peso” desses desdobramentos?
O que pretendemos é pensar, ou seja, refletir, cogitar, problematizar, enfim, por na mesa de discussão e, ao pensar na Copa do Mundo e as manifestações contra a mesma, percebemos que as principais reivindicações são sobre o dinheiro gasto nela e que este, poderia estar sendo utilizado em outros ambientes, que melhor, ou não, estaria contribuindo para que a população tivesse mais acesso à saúde, à educação etc.
Em meio a essas deflagrações de atos “anticopa”, “antigoverno” e “antimídia”, entre outros movimentos, observamos, portanto, que são atos nos quais existem opiniões formadas e ao mesmo tempo percebemos que a população passa a ser crítica, ou seja, estabelece uma opinião crítica, com isso, faz julgamentos ou se manifesta contra algo ou alguma coisa.
Outro aspecto que consideramos importante é que ser critico parece estar na moda, ou seja, somos estimulados, a todo o momento, a tomar um posicionamento sobre o que acontece no mundo..., no Brasil.
Nosso entendimento é que há a necessidade de pensar e, primeiramente, buscar na raiz da palavra o que é ser crítico; Num segundo momento, não muito distante, seria pensar em que tipo de críticas está sendo fomentadas ou manifestadas; Num terceiro momento, para nós o mais importante, seria questionar com que base, em que argumentos ou fatos, estão criticando ou manifestando críticas.
Não é estranho perceber que a mídia trabalha com o espetáculo e em torno deste espetáculo surgem as atrações que movem os diversos sujeitos receptores como um todo. Assim, nada melhor do que proporcionar um conflito, uma disputa, uma intriga para que o fato midiático fique ainda mais atrativo e chame ainda mais a atenção e com isso, as notícias sejam acompanhadas, compradas e vendidas. É assim que vemos enaltecer o melhor; como o mocinho da novela sobreviveu; como uma história de superação mexe com os sujeitos etc. Percebemos que a mídia é a principal fomentadora de opiniões e que a partir do seu posicionamento, consegue criar ideologias, estimular manifestações e a vender manifestações em todas as categorias (quebra-quebra; greves, paralisações de trabalhadores etc).
Questionamos então, até que ponto e de que maneira as pessoas estão formando seus ideais? A partir de quais fontes referenciais estão sendo críticos? A crítica é minha ou é do colega ao lado? Será que estamos sendo críticos ou especulando críticas? Somos capazes de criar nossas próprias críticas ou propagar críticas já estabelecidas? De onde vêm as críticas? Será que somos capazes de entender para criticar? Será que somos críticos porque temos opinião formada e enxergamos o que está acontecendo ou é porque vemos as pessoas criticando isso ou aquilo sem fundamento e transformamos isso em modismo? Será que só reclamamos porque vemos os outros reclamar e entramos na onda da “Maria vai com as outras”? Será que realmente temos argumentos para reclamar?
Corroboramos com a ideia de que a crítica é livre e importante, porém para se criticar deve-se ter conhecimento e ter argumentos substanciais que justifiquem sua crítica. Não estamos aqui para dizer se está certo ou errado criticar algo, mas, que antes de criticar deve-se ter conhecimento e discernimento do que se pretende criticar o que implica numa reflexão sobre o assunto.
A mídia cumpre a sua função de informar, comercializar, atrair etc. No outro lado da balança, a Educação cumpriria o papel para ampliar a reflexão crítica, mas, se não temos acesso a ela como podemos estabelecer um discernimento para construir e alavancar nossas próprias críticas?
Portanto, no decorrer do texto foram levantados alguns questionamentos, mas, estes surgem para que possamos refletir sobre o ato de “ser crítico”. Não pretendemos estabelecer uma verdade, mas, nos propusemos a instigar a reflexão.

10 comentários:

Cristiano Mezzaroba disse...

Q bom ler o texto de vcs! Acredito q vivemos uma época q a própria mídia nos faz "vomitar" opiniões sobre td. Dêem uma passeada virtual por aí e façam o exercício de ler os comentários sobre as reportagens e verão o q é a capacidade humana, depois de tanto tempo de cultura ditatorial, de falar o q pensa, o q quer, dane-se o outro. Há uma necessidade, e talvez um modismo, de se falar td q se pensa, mesmo q o q se pensa seja uma baita besteira. Num país em q a mídia pauta sim quase td q nós discutimos com amigos, na escola, na universidade, com os familiares, não é de se estranhar q as críticas são sempre as mesmas, isto é, criticamos ou conseguimos emitir nosso juízo crítico de acordo com os críticos q lemos. É desproporcional o poder q a mídia tem em colocar seus pts de vista em relação ao poder q a escola, enquanto instituição mediadora, tem em contrapor certas visões hegemônicas. Há poucos dias li uma crônica sobre isso mesmo que vcs discutiram aqui e copio abaixo. Parabéns quanto ao texto e sigam nesse exercício de se auto-criticarem, já é a crítica da critica!

ISMAEL CANEPPELE
A droga da opinião
Quase um século depois de ser festejada na Semana de Arte Moderna, a antropofagia talvez hoje comece a acontecer de forma espontânea. Não apenas comer informação, mas, principalmente, vomitar opinião, parece ser a regra dos tempos modernos. Hj, a opinião nos define.
Políticas econômicas recentes tratam de tornar acessíveis à maioria da população uma série de novas tecnologias q não apenas recebem, mas também difundem informação. Tablets, smartphones e computadores nunca estiveram tão ao alcance das nossas mãos. A web 2.0, essa rede q permite tanto receber quanto difundir conteúdo, cobra posicionamento. O q vc pensa sobre?
Cada vez mais incapazes de interpretar o acontecimento por conta própria ou de isolar o fato em si, permitindo q ele simplesmente seja, sofremos uma constante necessidade de provar se o acontecido é bom ou ruim, se é certo ou errado, se seguro ou arriscado. Perdido na exclusão advinda do “ou”, acabamos por não atentar ao somatório de “e”s q constitui o tempo presente. O contemporâneo é plural. É bom e ruim, é certo e errado, é seguro e arriscado.
Misturamos real e virtual. Brigamos na internet. Desfazemos amizades. Bloqueamos contatos. Tudo por conta de opiniões q precisam não apenas ser emitidas, mas aceitas como verdade. Como a única verdade. A nossa própria. Vivemos um tempo de exclusão do diferente. Surdos, escutamos apenas a voz do igual.
Nesse contexto onde o q vc pensa sobre o fato é tão ou mais importante do q o fato em si, as mídias convencionais parecem agonizar. Interessante notar como certos profissionais de televisão e de grandes jornais e revistas tendem a uma visão bastante negativa sobre essas novas tecnologias. Já experimentaram o prazer tirânico que as mídias do passado lhes conferiam. Suas opiniões, antes incontestáveis, hoje são postas à prova nas redes sociais. São profissionais q, perdendo o bonde da história, menosprezam a novidade.
Pouco a pouco, o público aprende a duvidar dos veículos de informação que dependem da publicidade para continuar existindo. Sabe não existir investimento sem interesse. Quando a mídia q vc consome exibe a logomarca de um patrocinador, é provável q haverá alguém lucrando por você pensar da forma como pensa. O público antigo, esse q aprendeu a acreditar na mídia patrocinada, q respeita cegamente a opinião endossada por conglomerados privados de comunicação, vive hj uma estranha síndrome de Bela Adormecida às avessas. Acordou não para o príncipe, mas para o sapo. Precisa aprender a pensar por conta própria. A não acreditar nas opiniões que, assim como o funk, também vivem a sua fase de maior ostentação.
A popularização das novas tecnologias nos coloca nesse perigoso lugar de produtores de ideia. Enquanto antes da internet a informação se limitava a ser consumida, hoje ela deve ser vomitada. Ou enfiada goela abaixo. Opinião pode não ser álcool, mas, assim como qualquer outra droga, deve sempre ser usada com moderação.

Anônimo disse...

Parabéns, meninos!

Gostei muito da auto-crítica. Porém, acredito que é melhor, antes de se preocupar com as fontes referenciais das críticas, aproveitar cada ponto de vista e parar pra refletir em quê tal coisa será útil, tentar aprender algo positivo e evoluir intelectualmente.
Tudo isso me fez lembrar a seguinte frase: "É preciso provocar confusão (criticar), isso promove a criatividade e tudo que é contraditório (independente das referências) gera vida."

abraços!
Valéria

circulomagico disse...

Parabéns aos autores do texto e ao camarada Sérgio.
O exercício da crítica, da reflexão que nos encaminha à emancipação requer, sobretudo, a auto-reflexão, já diriam algumas importantes referências.
Desse modo, sigamos esse caminho... exercendo a catarse humana e intelectual.
Grande abraço

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Primeiramente Parabéns aos meninos otimo texto!
É exatamente isso, a mídia impõe o que ela quer e as pessoas as vezes se influência. Uns se deixando levar pelos meios de comunicação, outros formadores de opiniões sem ao menos terem lido nada a respito do assunto, outros com idéias formadas.
Em meio a tudo isso a crítica muitas vezes perde seu real sentindo infelizmente.

Viviane disse...

Muito bom o texto. Concordo plenamente!! No meu ponto de vista a crítica não é o mais importante. O que de fato importa é a reflexão sobre o assunto, a pesquisa. É claro que muitas vezes a crítica vem como consequência de tudo isso porém, existem pessoas que simplesmente criticam sem a mínima reflexão. Apenas por querer criticar e se expressar porém de forma totalmente errônea. Como vocês citaram, o ato de "criticar" está na moda. Espero que essa realidade possa mudar e que antes de qualquer coisa as pessoas busquem base para criar seus argumentos. Beijao, Viviane Barreto

Brenda Karoline Santos disse...

Parabéns meninos pelo belo texto publicado! Além de refletir sobre a influência da mídia na formação de idéias e pensamentos a todo momento no nosso cotidiano, vocês realmente vieram para instigar o leitor a analisar e refletir com cuidado aquilo que ele se arrisca a criticar.Digo arriscar porque ao expôr uma opinião crítica o indivíduo está pondo amostra um pensamento que deve, ou ao menos deveria, ter uma base com fundamentos sólidos. Discernimento é a palavra que pego nessa reflexão como conclusão. Brenda Karoline Santos

Anônimo disse...

Ótimo texto, concordo com vocês. Influenciar nossas idéias é tudo o que a mídia mais anseia, e muitos "caem" na conversa da mídia e não buscam outros meios para se aprofundar no assunto ou até mesmo para procurar a veracidade do mesmo. Como vocês falaram, seria papel da Educação ampliar a reflexão crítica, concordo, mas será que o próprio governo deseja cidadãos formadores de opiniões ? Por isso não vemos os investimentos necessários à Educação.
Ana Luiza S. Nascimento

Kenani Melo disse...

Parabéns pelo texto!
Concordo com vocês, quando dizem que ultimamente somos "forçados' a termos uma opinião formada sobre todo e qualquer assunto, o que é impossível. Pois para criarmos uma crítica é necessário conhecer o assunto, e é impossível na sociedade atual, na qual as informações surgem por minuto, se conhecer a fundo todos os assuntos. Então, junta a necessidade de opinar sobre tudo sem saber quase nada, e eis que surgem as várias críticas. Por isso apesar de concordar que as críticas realmente importam, pois mostra o quão educada é a sociedade, elas devem ser filtradas por parte do receptor para trazer a melhor reflexão sobre o determinado assunto.
Kenani Melo Ribeiro

Anônimo disse...

Ótimo texto. Gostei bastante de ter chamado atenção em relação aos 'modimos' de criticar e manifestar-se contra tudo e faz com que a sua reflexão vire a reflexão do senso comum , da 'massa' que muitas vezes não se apropriam de argumentos suficiente para defender sua própria causa . Estão de parabéns. Lais Regina