Nos próximos anos, o Brasil sediará dois dos principais megaeventos
mundiais: as Olimpíadas e a Copa do Mundo. “Uau que maravilha para
o nosso país”, pensará o mais romântico sobre o assunto. Que
bom se assim fosse, esses megaeventos prometem transformar
muito mais do que a infraestrutura para sua boa execução, mexerão
também com a realidade social das cidades-sede. Nesse mês de outubro, ganhou destaque nas mídias sociais, a carta
de uma aluna da Escola Municipal Friedenreich do Rio de Janeiro.
Nesta, ela dizia que pretendem desalojar sua escola, que é
considerada a quarta melhor do município, visando a construção de
uma quadra para o Maracanã.
“Meu nome é Beatriz Ehlers, tenho 11 anos, e quando crescer eu quero ser arquiteta. Eu estudo na Escola Municipal Friedenreich, que é a 4ª melhor escola do Rio mas o Governo quer demolir ela e construir uma quadra para o Maracanã. Eu amo a minha escola e todos os alunos, professores e pais também amam ela! Foi aqui que eu aprendi a ler, escrever, usar computador, filmar e editar vídeos e principalmente a respeitar as outras pessoas. Nossa escola é diferente, é um exemplo! Nós pedimos a todos os cariocas e todas as escolas do Rio que assinem a carta de apoio e nos ajudem a impedir que a nossa escola seja demolida. Meus pais, eu e outros alunos vamos entregar essa carta diretamente para quem pode impedir que a escola seja demolida durante um encontro no dia 08 de Novembro."
Somando os ingressos, com preços nada populares para a Copa do
Mundo, mais a demolição de escolas exitosas na alfabetização e
humanização de crianças da classe trabalhadora, podemos chegar a
conclusão de que esses megaeventos realmente trarão muitos reflexos
negativos para os que não são da elite. Será que o pobre deve se
contentar simplesmente com a alegria do gol marcado por Neymar?
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=2Ag-5d4b6Vo
4 comentários:
Galdino,
Não será só a escola que vai abaixo. Para dar lugar a um estacionamento para o Maracanã, vão deixar de existir dois ícones do esporte amador nacional: o parque aquático Julio Delamare e o estádio de atletismo Célio de Barros.
E não sei se o Maracanazinho vai sobreviver...
Legados?!?!? Hum!!!
Pois é Gio, acho que acabei me confundindo com as palavras. Recorrendo ao dicionário rapidamente, pude perceber que realmente legado não é a melhor definição, trás uma ideia de que seja algo benéfico, promissor, o que não era minha intenção. Eu queria simbolizar algo como um "rastro" dos Megaeventos. Não sei se ficou claro. Abraço Gio e pessoal do LaboMídia. Até o ENOME!
Eu entendi, Galdino;
É claro que ao usares a expressão "legados" estavas fazendo uma ironia.
E a minha intenção foi reforçar tua crítica, ao mostrar que o próprio esporte será vítima deste monstrengo que está sendo feito no Maracanã (estacionamento) por conta de exigências da FIFA.
Continuamos.
E até ENOME.
Abraço.
Pois é Galdino e Gio, acho que é sempre importante estarmos de olho em cada prédio, órgão, instituição, comunidade que vai ser afetada, deslocada ou destruída para que esse "legado" dos megaeventos seja possível. O Wanderley e o Juliano já fizeram uma análise sobre a utilização desse termo na promoção dos megaeventos e todo esse discurso não passa de uma justificativa política e comercial dos enunciadores da perspectiva salvacionista e evangelizadora do esporte. Tudo faz parte de um mero interesse mercadológico dos gestores do esporte.
Segue o link do texto:
(http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view/17115/15858)
Seguimos...
Abraço.
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