Vejamos o primeiro texto, de autoria dos acadêmicos: Cristiane Rezende Silva, Ohanys Santos Felippe, Tales Fidelis Falque Vieira, Talita Resende de Andrade e Vinicius Eduardo Leite Batista.
Boa Leitura... e deixe seu comentário a seguir!
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Título: Mas o que
importa?
Em uma publicação que circulou no
facebook, realizada pela Pagina da Tv Esporte Interativo, havia uma imagem com
a seguinte legenda: “Será que ele é?” (ao lado). A frase foi retirada de um
vídeo em que dois jogadores peruanos se acariciavam no local de treinamento do
clube. A publicação, além da imagem, continha um breve texto informando que um dos
jogadores acabara de ser contratado pelo Vasco da Gama e um link para o vídeocom a matéria completa. Os envolvidos são os jogadores Giancarlo Casas e
Yoshimar Yotún, esse último destacado na matéria por sua
contratação como lateral esquerdo pelo Vasco da Gama.
Sabemos que a mídia, de forma
geral, busca lucros e, para tal, tenta chamar a atenção do público com estratégias
premeditadas. Porém, quando nos deparamos com a foto e a legenda da matéria
citada, vemos um apelo a opção sexual dos jogadores em maior relevância do que
o seu futebol. Um portal que trata de assuntos esportivos substitui o seu papel
que seria o de retratar o esporte e passa a dar um grau de importância maior às
questões pessoais na busca da atenção do leitor.
Para Pedrinho A. Guareschi, autor
do livro "Mídia, Educação e Cidadania", a mídia distorce o conceito
de público e privado. O autor destaca que assuntos da esfera privada, por
passarem a ser visível e midiatizado, ganham conotação de assuntos públicos, que
dizem respeito ao bem comum da sociedade. Dessa maneira, mesmo sendo as cenas
do vídeo gravadas em um ambiente público, é discutível se a imprensa esportiva
deve retratar algo pessoal do atleta, visto que a função primária deste seria
cobrir apenas os acontecimentos esportivos.
Não é a primeira vez que se
polemizam casos de homossexualidade no futebol, podemos citar o jogador
Richarlyson que já sofreu inúmeros preconceitos, chegando ao ponto de não ser
contratado por um clube devido a homossexualidade. Em outras modalidades
esportivas também já houve precedentes, o jogador do Vôlei Futuro, Michel, foi
insultado pela torcida adversária, sendo chamado de “bicha” durante a partida,
o que repercutiu bastante na imprensa, mas nem sempre com uma avaliação crítica
a respeito da homofobia.
Diante dos fatos,
perguntamos: Essa discussão sobre homossexualidade é realmente valiosa quando
se refere ao futebol? A mídia necessita usar os pequenos
detalhes/descuidos/vida privada dos atletas, para vender o seu material de
consumo, que a sociedade absorve, comenta e descarta, sem maiores reflexões. O que
importa é o que gera lucro, e as notícias são atualizadas a qualquer custo.
Diante de todos esses fatos deixamos alguns questionamentos: A opção
sexual é um pré-requisito para ser jogador de futebol? Quanto a sua carreira
profissional esses discursos veiculados pela mídia podem o atrapalhar em sua
carreira, assim como o exemplo do Richarlyson? Afinal, o que realmente importa?
9 comentários:
Primeiramente quero parabenizar o grupo pela postagem. Na sociedade contemporânea, mesmo havendo inúmeras campanhas contra o preconceito e a discriminação, o fator de impacto dos atos preconceituosos e discriminatórios ainda é grande. De modo geral, podemos dizer que o ponto de partida do preconceito é uma generalização superficial, conhecida com estereótipo. Então se observa que, pela superficialidade ou pela estereotipia, o preconceito é um erro. “Triste época! Onde parece ser mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.”
Wyllder Nascimento Gonçalves – UFSJ – Educação Física – 2º Período
Diego e pessoal da disciplina! Legal com vocês aí fazendo a mesma estratégia. Que surjam boas discussões! E aí vamos ampliando nossa "visão" sobre várias coisas que dizem respeito à nossa formação. Sobre a postagem, em especial, não esqueçamos que esse sensacionalismo barato e essa incursão na esfera privada de todos e de cada um de nós é próprio do péssimo jornalismo atual. Outra coisa que merece ser mencionada é que a própria esfera pública "gosta" desses temas na mídia, há uma retroalimentação entre o que a mídia oferece e o que as pessoas (em geral) querem ver na mídia. O que estranha, em pleno século XXI, é a sexualidade humana ainda assumir traços tão "curiosos" assim. E aí, o que seria uma informação, no atual estilo da "fofocaiada" da mídia, vira mais um entretenimento fútil, carregado de preconceitos, discriminações, suposições etc etc etc. Parabéns pela postagem e gostei bastante da frase do primeiro comentário, se não me engano, do Einstein né? realmente vivemos numa época difícil, mas cheia de oportunidades.
Muito bom! Parabéns ao Diegão e todos os autores da postagem.
No final, tudo o que realmente importa para a indústria midiática é que o seu produto nunca saia de "moda", que esteja sempre na pauta e na agenda diária dos sujeitos/espectadores/consumidores.
Entretenimento preconceituoso confundido com informação.
Seguimos,
Abraço!
Parabéns ao primeiro grupo da disciplina de Mídia e Educação Física da UFSJ por participar do Blog, que essa seja a primeira de muitas boas experiências no ciberespaço.
E nessa onda, segue uma noticia, do mesmo site, do mesmo cunho.E ai,o que importa?
http://br.esporteinterativo.yahoo.com/blogs/melhor-futebol-do-mundo/evra-e-modri-em-clima-valentine-day-181144631.html
Primeiro parabéns ao grupo pela reportagem. Na minha opinião é impressionante como a mesma mídia que taxa o preconceito como uma coisa ruim é a mesma que nós faz ter o preconceito. O jogador de futebol é um ser humano comum,sua opção sexual não vai mudar sua qualidade de jogador. É uma vergonha em um país como o Brasil,com tanta diversidade ser tão preconceituoso.
Primeiramente quero parabenizar o grupo pela publicação,o tema tratado causa grande discussão, principalmente entre a indústria midiática que trata assuntos como esses como "notícia".Assuntos particulares como o mostrado pelo grupo torna-se uma fonte de lucro para a mídia ,pois ela sabe o que desperta curiosidade nas pessoas, distorcendo assuntos que realmente são importantes para a população.
Em primeiro lugar quero parabenizar o grupo, pelo ótimo texto, onde foi explorado um tema de grande discussão. A mídia muitas vezes deixa de lado o que é publico, que todos deveriam ter conhecimento, para passar algo privado, simplesmente pelo lucro que essa noticia vai gerar. E nesse tema por exemplo, pode acabar influenciando o aumento de preconceito entre as pessoas.
Mayara France Assis Ramalho 2º Período
Muito boa a observação, rapaziada!
LAMENTÁVEL essa atitude da mídia. O futebol tem essa característica: "Só homens jogam!". E é o que deparamos nas escolas.
Se um aluno não gosta de futebol, ele é gay; se ele é gay, não pode jogar futebol; se é mulher, não pode jogar, ou é lésbica. Onde está o problema para essa tamanha discriminação?
A mídia ao invés de mostrar que essas escolhas/opções não interferem no jogo, já mandam a dúvida (ironicamente) para os telespectadores, que também são jovens (alunos), reforçando essa ideia.
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