terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Esporte e sua apropriação social - Um relato do Circuito CAIXA de Ginástica 2012 em Aracaju/SE

Colegas do blog! É com grande alegria que a partir de agora, até início de abril, publicaremos neste espaço as reflexões e discussões dos futuros professores de Educação Física que atualmente estão matriculados na disciplina de "Esporte e Mídia" do curso de Licenciatura em Educação da Universidade Federal de Sergipe. Trata-se de uma repetição de estratégia que, na condição de professor desta mesma disciplina, ano passado, mostrou-nos excelentes resultados. Seguimos, portanto, acreditando que a internet não é só facebok e mero entretenimento, como parece que estamos na "onda". Que novamente este espaço seja público e democrático, leve, porém crítico. E que amplie o olhar daqueles que aqui dialogarem conosco, e, obviamente, o nosso próprio olhar...

O primeiro texto é do grupo formado por João Felipe, Vinícius, Élder, Evandro e Tiago.
Sintam-se à vontade e "convocados" a ler, pensar, refletir e discutir conosco!

Esporte e sua apropriação social - Um relato do Circuito CAIXA de Ginástica 2012 em Aracaju/SE


No segundo dia de aula da disciplina Esporte e Mídia (2012/2) ministrada pelo Professor Cristiano Mezzaroba, foi discutido em sala um texto de Giovani de Lorenzi Pires o qual tratava dos estudos dos processos de apropriação social do esporte. Abaixo, segue um relato de um evento esportivo, no qual a partir do mesmo podemos pensar/refletir sobre alguns processos de apropriação do esporte tratados por Pires (1998) no texto, principalmente no que diz respeito à mercadorização e espetacularização do fenômeno esporte.
De 22 a 24 de novembro de 2012 foi realizado na cidade de Aracaju a etapa final do Circuito CAIXA de Ginástica Artística e Rítmica, onde alguns acontecimentos que ocorreram durante esse evento, chamaram bastante atenção de algumas pessoas ali presentes, em especial daqueles que estavam trabalhando diretamente no evento como voluntários, principalmente por se tratar de pessoas que não tinham tido contato ainda com eventos de grande  reconhecimento nacional como esse.
          O primeiro destaque a ser observado é em relação ao nome do evento em si, pois como foi colocado no início desse texto mesmo se tratando de um evento que envolve as duas modalidades de ginásticas (artística e rítmica), em que os maiores atletas do país na ginástica estavam presentes, o que é destacado com letras maiúsculas e aparenta ser o que realmente deve ser evidenciado, tendo uma maior importância é o nome do maior patrocinador do evento, nesse caso um dos maiores bancos do país, a Caixa Econômica Federal.
          Outro ponto a ser destacado era a quantidade de banners, balões e tapetes exaltando o nome do banco patrocinador que decoravam o ginásio onde viria a ser realizado a competição.
          Mas o que mais chamou a atenção nesse evento foi que no primeiro dia de competição (neste caso o dia 23, já que o dia 22 ficou reservado apenas para treinamento dos atletas), que não foi transmito em canal de TV algum, a disputa procedeu-se de maneira tranquila, sem muita presença do público no ginásio e com uma “liberdade” para as pessoas que ali trabalhavam, fossem como voluntários ou até mesmo pertencentes às comissões técnicas transitarem pela área onde era realizada a disputa em si. Algo totalmente diferente do que ocorreu no segundo dia, esse já com transmissão ao vivo do Canal SPORTV. Nesse segundo dia algumas coisas merecem uma atenção maior, como a não liberação tanto dos voluntários que ali trabalhavam, como da comissão técnica das equipes (com exceção para um técnico por equipe) em circularem na área de competições. Outro ponto fica por conta do horário de início da competição, pois no primeiro dia ocorreu quase uma hora de atraso, coisa que nem passou perto de acontecer no segundo dia, já que começou perfeitamente no horário marcado, as 10hr da manhã do dia 24, até porque os responsáveis pela transmissão afirmaram que se não começasse no horário, a transmissão seria cancelada (algo terrível para o patrocinador né mesmo?!).
          Por fim o trabalho com o público foi o mais impressionante, pois a todos que chegavam para prestigiar o evento (nesse dia o número de pessoas presentes foi enorme) recebiam pequenos brindes do patrocinador logo na entrada, entre eles camisas, bonés e “batecos” (objeto para que a torcida possa fazer barulho na arquibancada). Só que a ressalva nesse caso fica por conta que a camisa não era dada por um acaso, as pessoas eram incentivadas a vestirem a camisa antes de chegarem na arquibancada, em seguida recebiam os bonés e por fim os batecos, este último só poderia receber quem de fato já estivesse vestido com a camisa que estava sendo entregue. Além de ser “proibida” a entrada de qualquer pessoa que estivesse trajando alguma roupa que estampasse a logomarca de qualquer outro banco que não a do patrocinador.
          À luz deste relato, podemos observar como a mídia e diversas empresas em certa medida fazem apropriações acerca de determinados eventos esportivos em prol de sua própria promoção. O evento esportivo em certa medida deve se adaptar ao veículo que o transmite uma vez que este veículo busca “manipular” os horários de provas, intervalos e propagandas, para que durante a transmissão não haja “tempo morto”, que seria o tempo em que não há benefícios nem para o evento nem para o veículo que o transmite.
          Com isso fica evidente que nos eventos esportivos acaba acontecendo a manipulação ao seu decorrer, porque uma simples locomoção de técnicos na área de competição possa “prejudicar” a transmissão por parte dos aparelhos de televisão o que pode atrapalhar a visibilidade dos patrocinadores no evento o que seria de alguma forma contribuir para o não andamento do evento, pois sem a interferência dos patrocinadores o evento não teria a verba necessária para acontecer ou ao menos não haveria lucros para algumas partes.
 A mercadorização no esporte fica escancarada quando um torcedor não pode permanecer no ginásio pelo simples fato de não estar vestido com a camisa do patrocinador e portando objetos que evidencie a imagem da empresa responsável em patrocinar o evento. Outra influência no transcorrer do evento vem por parte da transmissão televisiva que controla o tempo de apresentação causando intervalos e hora pra começar e acabar a competição no intuito de promover os patrocinadores nos intervalos e ao mesmo tempo não afetar sua grade de transmissão.
Para pensarmos sobre a mercadorização e espetacularização do esporte, basta pensar no “simples fato” do evento esportivo estar sendo transmitido pela televisão. Ou seja, o mesmo precisa incorporar a linguagem visual da TV afim de que a mensagem publicitária ali veiculada seja cada vez mais inculcada na subjetividade do telespectador, pois, apenas deste modo o lucro que está presente em torno do evento, pode ser mantido e expandido. Tal espetacularização, pode ser vista também quando a torcida está uniformizada, com os “batecos” afim de formar um único movimento, e quando a mesma acaba ganhando “brindes” (no caso deste evento seria a camisa e os “batecos” com a logomarca do banco patrocinador).
Podemos notar também o sentido de hierarquia que uma força que se encontra dominante dentro de uma sociedade pautada no sistema capitalista, diante de atletas, esporte e evento num todo. Acaba por fazer uso de seu poder espetacularizar um evento esportivo, onde podemos notar um paradoxo até certo ponto curioso, onde a SPORTV com o seu poder midiático acaba por tornar o evento algo mais relevante e significante no mundo esportivo, porém a própria SPORTV demonstra que a importância do evento não seja lá tão importante, se não respeitada as regras de horário que ela estabeleceu. Ou seja, isso e um “casamento de fachada” onde o importante é a imagem que este “casório” gera para o interesse de ambos, o “amor” fica em segundo plano, talvez nem exista!
É importante notar que todo esse jogo de favores, diz respeito aos interesses de todos envolvidos, ou seja, o evento precisa de verba para acontecer, é neste momento que entra o patrocinador com o dinheiro o qual precisa divulgar sua marca, e é aí que vem à tona a TV (mídia) que passa a transmitir o evento e logo, fazer a promoção do patrocinador. Deste modo, o esporte serve de pano de fundo para diversos interesses, sobretudo interesses econômicos.
            Em suma, podemos ver materializado no relato sobre o evento de ginástica os processos de apropriação social do esporte, mais fortemente ainda os processos de mercadorização e espetacularização.

20 comentários:

Álax disse...

Realmente é muito triste o que vem acontecendo com os eventos esportivos no mundo. Mas, na falta de investimento público na promoção de competições esportivas, nos tornamos reféns dos grandes patrocinadores(que veem no investimento uma forma de aumentar sua receita) e como foi possível notar no relato, das grandes emissoras de TV(que também lucram bastante com suas transmissões). Vejo estes dois (patrocinadores e mídia) com a "Faca e o Queijo) na mão para poder explorar ao máximo os eventos esportivos, pois se eles não participarem será que o evento vai ter as mesmas proporções???

circulomagico disse...

Parabéns Cris por mais esta iniciativa e também ao grupo pelo texto que está bem escrito e bem articulado com os conceitos que trabalharam.
O mercado e o espetáculo esportivo está a cada dia mais "escancarado" aos olhos do público ou somos nós que estamos colocando "óculos" e passamos a enxergar toda a encenação que é montada?
É exatamente nesse aspecto que acredito que não estamos reféns da indústria cultural, midiática e esportiva. Quem criou dependência e alimentou essa relação de troca de capital com a mídia e a publicidade foi a própria instituição esporte através das suas instituições burocráticas que o representam e dos seus gestores (empresários) que cresceram os olhos e quiseram colocar uma parte da fatia do bolo nos seus bolsos. Nós, meros mortais, temos que abrir cada vez mais os nossos olhos e fazer o trabalho de formigas difundindo o olhar social crítico para todo esse teatro do capital através da formação dos sujeitos que nos cercam em casa, na escola, na universidade, numa mesa de bar, na rua na chuva ou na fazenda, até numa casinha de sapê.
Abraço,
Seguimos observando!

Juliana Nunes disse...

Parabéns ao grupo pela reportagem! A cada dia novos olhos se abrem para essa realidade. Nós estudantes temos a obrigação de mostra a sociedade todos os lados de um grande evento.
Saudade da disciplina!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

...fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
(Carlos Drummond de Andrade)

Escolhi este poema, porque acredito que muito do que observamos no campo esportivo é traduzido em alguns trechos, ou talvez em todo o poema. Mesmo que sem perceber somos tudo isso, talvez na maioria das vezes "escravos da matéria anunciada" e nesse ponto em algumas ocasiões somos mesmo escravos, quase sem perceber nos tornamos! Quando estamos na moda, é porque somos alvos dos anúncios das propagandas que padronizam a moda e como ferramenta para essa propagação da moda, encontramos a mídia. Esta age de maneira estratégica criando valores simbólicos que ajuda na divulgação e afirmação desses “Eu’s” anunciados. Encerro aqui, mas ainda há muito a se dizer sobre o tema, parabenizo o grupo pela publicação e termino com o próprio Carlos Drummond de Andrade quando o mesmo diz: “... Não sou - vê lá - anúncio contratado. Eu é que mimosamente pago para anunciar, para vender em bares festas, praias, pérgulas, piscinas, E bem à vista exibo esta etiqueta Global no corpo...

Prof Paula disse...

Parabéns Cris pela iniciativa e ao grupo pelo feeling da observação de um evento desse porte. E tão importante quanto sabermos o que ocorre é fazer com que outras pessoas também consigam desenvolver essa sensibilidade, e mais, provoquem novos questionamentos quanto à própria forma do "fazer" a Cultura Esportiva, que submetida aos ditames empresariais e midiáticos chega aos nossos alunos e a muitos futuros professores como algo posto e incontornável. Outros valores precisam ser vistos e discutidos no esporte e nesse jogo de favores estes aspectos pouco interessam...

Anônimo disse...

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Victor Rolemberg França disse...

O que mais revolta disso tudo é que essa situação é desconhecida por parte do grande público. A maioria das pessoas que assistem em casa não é capaz de perceber que muitos eventos esportivos são manipulados e direcionados pela mídia e grandes corporações com objetivo final de benefício próprio. E que muitas vezes o esporte em si está em último plano, como pano de fundo de algo maior que tem como objetivo o lucro e a visibilidade.
No que diz respeito a mercadorização do esporte, algo "semelhante" está em discussão na internet. O fato é que durante a Copa das Confederações ano que vem, e da Copa do Mundo em 2014, provavelmente as baianas do Acarajé só poderão vender o mesmo a uma distância de alguns quilômetros da Fonte Nova, em Salvador. Essa intervenção parece ser um pedido do McDonald's, um dos principais patrocinadores do evento. Parecem que eles não querem que nada afete o comércio dos fast foods. Mesmo assim, a Fifa alega que as baianas também serão contempladas.
Mesmo assim, devido a mercadorização do espetáculo, corre risco que uma comida típica da cultura baiana fique fora da festa. Esse é mais um exemplo dos diversos fatores externos que influenciam o evento esportivo.

ps: ótimo relato dos colegas de Educação Física.

Jussara Gonçalves de Santana disse...

O que se ver no texto, acredito que possa ser denominado por um termo: Indústria cultural.
Foi-se o tempo em que a cultura era uma manifestação popular, atualmente cultura se tornou um produto, no qual não é diferente no esporte, como é demonstrado no texto, quando eles usam o termo ‘ A MERCADORIZAÇÃO NO ESPORTE’. A mídia aproximou-se das culturas tradicionais e foi as transformando, pois viu nisso uma boa forma de lucratividade. No entanto não podemos culpa-la sozinha, ou seja, só existe indústria cultural se ouve consumidores para ela. Mas também não acredito que devemos deixa de consumir seus produtos, pois são agradáveis e uma forma de entretenimento. Assim, devemos aproveita-los de formas mais conscientes ou como no texto insinua, com mais amor pelo esporte.

Por Jussara Gonçalves estudante de jornalismo da Universidade Federal de Sergipe (UFS)

Beatrice disse...

O texto vem trazer a tona o poder de Mercadorizacao e Espetacularização. Podemos perceber que estes fenômenos estão presentes em alguns programas televisivos, buscando atrair um numero maior de espectadores e acima de tudo de consumidores pronto e convencidos a comprar os produtos "impostos" pelos patrocinadores através das propagandas que são voltados unica e exclusivamente para os consumidores, nos transformandos em "escravos" da mídia!

Unknown disse...

Gostaria de parabenizar a moçada pelo belo texto. Bom, eu tenho uma visão um tanto quanto positiva da situação, gosto de pensar no até que ponto: até que ponto é bom e até que ponto é ruim. É fato que os eventos esportivos se tornaram um grande show de marketing, mas isso é uma moeda de troca, assim como toda relação humana. Como tudo ou quase tudo, para que haja um desenvolvimento, é necessário dinheiro, os eventos esportivos também estão incluídos nesse balaio. Imagino eu o futebol sem as grandes empresas por trás, não passaria de uma “pelada” de final de semana em campo de terra. Então é necessário colocar essa espetacularização em uma balança e pensar se é de fato algo bom ou ruim para o esporte. Enfim, é isso que eu penso no momento.

Unknown disse...

Bom Anderson, primeiramente quero parabenizá-lo pelo comentário, mas acredito que o fato é pensarmos sobre as maneiras como ocorre essa espetacularização e de que forma esta virá a contribuir ou até modificar o contexto. Bem, até concordo em partes com o que você expõe, porém quero só ressaltar que o objetivo é entender esse processo de mercadorização (que contribui para espetacularização) do esporte e nos propor a pensar em como levar essa discussão tanto para o contexto acadêmico, como para o escolar... Sabemos que tem várias questões no desenvolvimento esportivo que nos ajuda a entender a formação da sociedade atual e isso, é o que acredito ser mais importante... Não estamos demonizando a mercadorização do esporte, estamos sim, refletindo sobre esse tema!!!

Unknown disse...

Perfeitamente Dudu. Mas eu não disse que houve uma "demonização" da mercadorização do esporte.

Sergio Dorenski disse...

Ai Pessoas, parabéns pelo debate a partir da conexão entre a teoria e o empírico. O Cris foi muito feliz na escolha do (s) texto (s). Eu, particularmente, tenho um carinho pelo texto do Giovani. Já havia conversado com o Cris que cabe uma re - escrita do texto pegando novos olhares, pois, de 1998 prá cá muita coisa mudou, mas, como o texto vai na raiz conceitual ele se perpetua e vocês da Disciplina poderíam dá, como estão dando, boas contribuições. O que espero, na verdade, que os acadêmicos não deixem de exercitar este olhar. Às vezes, a Disciplina acaba e o sentimento de dever cumprido paira sobre todos e nunca mais voltamos ao debate e relacionar nossa prática com um olhar voltado para o esclarecimento e somos engolidos pelo germe da regressão..., então, que isto não ocorra e, pelo menos esta turma mantenha a chama acesa da autonomia e do esclarecimento...PARABÉNS A VOCÊS E AO CRIS PELA RE-INICIATIVA...A BOLA TÁ COM VOCÊS!

Unknown disse...

Primeiramente, parabenizo aos meus colegas pelo belo texto desenvolvido e pela persuasão em trazer alguns assuntos presentes em nosso cotidiano, porém na maioria das vezes escondido, fingido não ser visto ou até mesmo não percebido pelas pessoas. Estamos falando aqui da influência da mídia e de empresas publicitária e dos patrocinadores no campo esportivo, isto é, a mercadorização e espetacularização dos esportes. De acordo, com o relato abordado, enfaticamente percebemos essa influência, uma moeda de troca, como comentado por Anderson, agora não sei se essa mercadorização e espetacularização se é um fator positivo ou negativo para o esporte, mas concerteza é algo necessário e atualmente imprescindível e inevitável, pois assim como dizem o ditado popular “ a propaganda é a alma do negócio” se não existir essa interferência dos meios midiáticos, os esportes não teriam essa popularização perante a sociedade, nem tão pouco a “grandiosidade” que algumas práticas esportivas alcançaram até então. Assim, vejo essa discussão muito pertinente, pois, estamos tentando de alguma forma mostrar para as pessoas inúmeros fatores que são escondidos por “vendas” colocadas nas pessoas, mas que através desses relatos e dessas discussões novos olhares podem ser desenvolvidos, proporcionando assim, uma nova visão e olhar nas pessoas. Enxergar além das lentes, do que se é mostrado.

Cristiano Mezzaroba disse...

Pessoal, muito legal ver vcs aqui comentando a postagem... dando a opinião de vcs... colocando-se na questão! Como um primeiro momento, penso que só temos a melhorar. Sem querer entrar na discussão da "demonização" ou "naturalização" das questões mercadológicas e espetacularizadas que se dirigem ao esporte na contemporaneidade, o exercício aqui é reflexivo mesmo: constatar o que vem acontecendo, "costurar" teoria e prática em relação ao universo da mídia esportiva (ou mesmo das questões relacionadas á EF e ao jornalismo/comunicação) e com isso irmos alargando nossa rede de significados, de conceitos, de teorias, de transposição teórico-prática. O legal do grupo que elaborou o texto foi exatamente o fato de participar de um evento em Aracaju e se dar conta das questões por trás do ocorrido, em relação ao que, coincidentemente, estávamos estudando. Que sigamos assim, e que aqueles que ainda não se manifestaram se encoragem trazendo suas opiniões aqui, para que a gente continue ampliando a discussão.

Unknown disse...

No mundo dos negócios de hoje os interesses econômicos estão sempre em primeiro lugar. No meio esportivo o que se vê são várias empresas procurando estampar sua marca nos grandes meios de comunicação através do patrocínio a clubes e eventos esportivos. A Caixa Econômica Federal promoveu o Circuito Caixa de Ginástica Artística e Rítmica como também estampou seu logotipo como patrocinador master de um grande clube brasileiro de futebol, assinando o acordo no último mês. Se tratando de uma empresa pública será isso um incentivo ao esporte ou simplesmente uma jogada de marketing visando o lucro da estatal?
A transmissão de eventos esportivos, em particular o evento Circuito Caixa mencionado no texto, apresentou pontos negativos e positivos. O canal esportivo Sportv fez uma série de exigências para transmitir o evento, sendo que a principal foi o cumprimento do tempo. Essa exigência fez com que o evento iniciasse no horário previsto, fato que não ocorreu no dia anterior. Dessa forma a transmissão contribuiu positivamente em respeito ao público presente no ginásio bem como aos atletas e técnicos. Por outro lado tais exigências feitas pelo canal limitavam o deslocamento de profissionais que estavam ali trabalhando e estabelecia horários para intervalos.
Podemos notar que a espetacularização do esporte esta ligada a mercadorização, pois não há grandiosidade em um evento se não houver um grande patrocínio que o promova como também a divulgação nos meios midiáticos.

Unknown disse...

Parabenizar também aos colegas de curso pela visão que nos deram sobre o evento citado.
E não perdendo o foco do debate me veio logo um proverbio na cabeça - "Uma mão lava a outra" - Mas será que as duas mãos saem limpas ou apenas uma nesse caso?
O Esporte pode estar ganhando em receber uma ajuda de custo e conseguir mostrar a sua força, e o Patrocinador em fazer seu marketing e ganhar seu espaço de uma outra maneira (clientes). Nesse caso os dois sairiam limpos. Ou, apenas um, que podemos usar como exemplo o Banco dito no texto, em até em obrigar as pessoas a vestirem sua camisa e usar os demais adereços para que sejam transmitidos pelo canal de tv.
Falando em canal de tv, vejam como o poder midiático (espetacularizado) se torna um atrativo maior para as pessoas que foram assistir. No primeiro dia de prova, quase num teve espectadores, já no segundo dia que o canal de tv estaria ali cobrindo todo o eventos apareceram mais pessoas para prestigiar o esporte ou até mesmo apenas pra aparecer no canal.
No meu ponto de vista as duas mãos saem limpas, tanto o Esporte ganha, quanto o Banco ganha. Vejam a lógica, no primeiro dia teve atraso pra começar, pra quem estava la ao vivo sentado nas arquibancadas e pra quem estava trabalhando deve ter sido chato esperar, certo? Já no segundo dia a coisa era mais seria, tinha que ser pontual se não o patrocinador perderia seu espaço na mídia.
Não estou sendo a favor da mercadorização e nem da espetacularização. Mas é para onde nós mesmo deixamos nos carregar.

Jéssica Lorena Borges disse...

Quero primeiramente parabenizar os meninos pelo texto com os marcadores principais destes eventos que ocorrem de vez em quando. Posso aqui também trazer a minha experiencia quanto como expectadora do Circuito de Vôlei de Praia do Banco do Brasil. Onde eu percebi muito todos estes pontos marcados pelos meus colegas no presente texto, a 'Mercadorização do Esporte', a influência da mídia na duração das partidas, e apresentações, outro ponto que posso aqui destacar é o comprimento e largura das quadras, que devem se adequar à "telinha". Havendo também as animadoras de torcida. No meu caso, elas sorteavam camisas via facebook, e twitter, ou seja só quem possuia um aparelho moderno poderia participar do sorteio. Entre outros fatores.
Percebo assim, o quanto é constrangedor o esporte se submeter a tal imposição midiática para ser visto por um grande publico.

Unknown disse...

Primeiramente gostaria de parabenizar o grupo pelo texto produzido. Neste relato podemos claramente verificar a mercadorização e espetacularização do fenômeno esportivo elaborada nos grandes eventos. Observando assim, a troca de favores que acontece entre patrocinadores (que investi seu capital econômico no evento), o evento (que necessita do investimento) e a mídia (que entra nesse arcabouço para atender interesses econômicos dos patrocinadores, ou seja, ampliar seus lucros e obviamente as emissoras tendem a se beneficiar também).

Dessa maneira, entende-se que tudo que acontece nos grandes eventos não é por acaso sempre existi um interesse por trás, porém os telespectadores que não possuem um olhar crítico acerca desses eventos acabam achando normal e principalmente sendo um meio de propaganda, como foi o caso da camisa e os “batecos” com a logomarca do banco patrocinador distribuída para a torcida presente. Outro exemplo claro exposto no texto que me chamou bastante atenção foi no dia 23/11/12 o evento sem a transmissão na TV e no outro dia (24/11/12) com transmissão, quantas mudanças aconteceram para ambas às partes serem beneficiadas tanto os patrocinadores (caixa econômica federal) quanto à emissora de TV (sportv).

Diante disso, é realmente impressionante a apropriação que eles fazem do esporte para se beneficiarem, nesse caso, os grandes eventos esportivos estão servindo apenas como instrumentos de diversos interesses econômicos. Sendo assim, fica uma questão: Será que os grandes eventos esportivos perdem seu verdadeiro sentido/significado quando são transmitidos pelas emissoras e patrocinados por grandes empresas? Eu acredito que sim!