segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Patrimônio ou Simbolo?



O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro concedeu Habeas Corpus pelo trancamento da Ação Penal que o Ministério Público do estado moveu contra o advogado paulista Alberto Murray Neto, por vilipêndio de objeto de culto religioso (artigo 208 do Código Penal). O crime imputado pelo MP a Murray, que fez campanha contra a indicação do Rio para sediar a Olimpíada de 2016, foi ter distribuído um e-mail para membros do Comitê Olímpico Brasileiro contendo uma fotomontagem do Cristo Redentor vestido com um colete à prova de balas e empunhando uma metralhadora e uma pistola. A Ação Penal contra Murray corre na 40ª Vara Criminal do Rio de Janeiro. A decisão pelo trancamento da ação foi tomada, por unanimidade, pela 8ª Câmara Criminal do TJ-RJ, acompanhando o voto do relator, desembargador Marcos Quaresma Ferraz.
Segundo seus advogados, nem houve ofensa a símbolo religioso nem o monumento do Cristo Redentor pode ser considerado um símbolo religioso.
Os advogados sustentam que a imagem considerada ofensiva está disponível na internet e é semelhante a dezenas de outras que circulam pela rede de computadores. Todas elas são uma crítica à violência no Rio e não tem nenhuma conotação religiosa, dizem. “De superficial análise, salta aos olhos que o e-mail não tem nenhum viés religioso, destinando-se apenas a apontar a violência urbana como problema para a realização das Olimpíadas no Rio de Janeiro.”
O monumento ao Cristo Redentor está relacionado diretamente com a cidade do Rio de Janeiro antes de ser um objeto de culto da religião católica, o que, por si só, descaracterizaria o objeto da denúncia. “Ainda que se possa vincular o monumento ao Cristo Redentor com a religião católica, é inegável que a primeira e mais forte vinculação é com a cidade do Rio de Janeiro em si”, diz a defesa.

A Ação Penal foi instaurada pelo MP-RJ a partir de um pedido de investigação policial feito pelo presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, contra Alberto Murray. Tanto Nuzman como Murray são advogados e ligados ao movimento olímpico.
Murray fez campanha aberta contra a candidatura do Rio como sede olímpica. Para isso, usou de seus contatos na comunidade olímpica e de seu blog pessoal. “O Brasil tem outras prioridades e carências sociais para serem resolvidas, como educação, saúde, esporte para todos, habitação”, diz. O alto custo do evento, estimado em R$ 25 bilhões, as carências na infraestrutura do Rio em áreas como transporte e habitação, a falta de políticas públicas para o esporte e o temor de que os investimentos não se revertam em benefícios para a população são alguns dos problemas apontados por ele.


Essas informações foram retiradas do sait: http://albertomurray.wordpress.com/

2 comentários:

Cristiano Mezzaroba disse...

Luciana! Óxente... seja bem-vinda por aqui! Na verdade, já era pra ter te cumprimentado ainda na tua primeira postagem, mas fico feliz de te ver trabalhando e nos ajudando por aqui!

Isso que vc nos trouxe reforça a questão do dogmatismo denunciado por aquela postagem do Fernando, a ponto de começarem a misturar as coisas até do ponto de vista "religioso". Nessas horas, "cutucando gente grande" é que a gente vê a dimensão de tudo isso...

Salve-se quem puder (quem puder fazer a quebra de braço com os grandalhões! e quem tiver dinheiro pra bancar essa disputa!). hehehe

Abração!

Benaduce disse...

Genial, ri muito quando li. Sinceramente, acho um absurdo essas olimpíadas, logo, cada golpe contra ela me diverte bastante.

Continuem assim.